Tudo sobre o parto cesárea: dor, recuperação e cuidados
Conheça melhor esse procedimento e sua recuperação

Antes de mais nada, é importante que você, mãe e mulher, possa ler este texto sem preconceitos. O modo como seu filho vem ao mundo é uma escolha que deve ser feita com amor e sem julgamentos. Embora a maioria dos especialistas, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomende o parto normal, a cesárea é uma opção válida e, em muitos casos, necessária. O mais importante é que você se sinta confortável e segura em sua escolha. Lembre-se de que a sua saúde e a do seu bebê são o que realmente importa. Informe-se ao máximo e converse com profissionais de saúde em que você confia antes de tomar uma decisão sobre a via de parto do seu filho.
O que é a cesárea?
A cesárea é uma cirurgia em que um corte de aproximadamente 12 cm é feito no abdômen, permitindo a retirada do bebê. Embora seja um procedimento comum, é uma cirurgia de médio porte e deve ser tratada com seriedade. Durante a cesárea, a mãe está sob anestesia, que pode ser regional, permitindo que ela fique acordada e veja seu bebê nascer, ou geral, onde a mulher dorme durante a operação.
Quando a cesárea é indicada?
Existem algumas indicações comuns para a cesárea, como:
- Quando o bebê está em apresentação pélvica (sentado).
- Se a mãe já teve duas ou mais cesáreas anteriores.
- Em casos de doenças maternas, como hipertensão.
- Se o feto tem peso estimado superior a 4 kg ou apresenta malformações.
É importante lembrar que a decisão deve ser discutida com seu médico, considerando suas expectativas e saúde.
O que você pode esperar da cesárea?
Uma das vantagens da cesárea é que você não sentirá as dores das contrações. O procedimento é relativamente rápido, levando cerca de 40 a 60 minutos. Você pode escolher a data da sua cesárea, o que proporciona um certo controle sobre o processo. Contudo, é uma cirurgia e, como tal, apresenta riscos e uma recuperação que pode ser mais dolorida do que a de um parto normal.
Como é a recuperação?
A recuperação após a cesárea pode ser desafiadora. Nos primeiros dias, você pode sentir dor no local do corte e, como qualquer cirurgia, pode haver dificuldades como gases intestinais. É normal ter desconforto ao tossir ou rir, mas é importante se movimentar devagar. A equipe médica normalmente oferece analgesia para ajudar a controlar a dor, e o cuidado com a cicatrização deve ser uma prioridade.
Nos primeiros dias, você notará sangramento vaginal, que pode durar até um mês, e a cicatriz do corte, que ficará inicialmente avermelhada, mas clareará com o tempo. A boa notícia é que a técnica de cesárea evoluiu muito, com cortes menos invasivos que ajudam na recuperação.
Após a cirurgia, você e o bebê ficarão internados por cerca de três dias, e a equipe médica fará monitoramentos para garantir que tudo esteja indo bem. É importante que você siga as orientações do seu médico, especialmente em relação a esforços físicos e cuidados com os pontos, que serão removidos em torno de dez dias após o parto.
Mitos e realidades
Uma preocupação comum é a ideia de que “uma vez cesárea, sempre cesárea”. Embora exista uma tendência a isso, muitos médicos afirmam que, com o tempo certo de recuperação e avaliação adequada, é possível ter um parto normal após uma cesárea anterior. Conversar com seu médico e entender os riscos e benefícios é essencial.
Cesárea humanizada
A cesárea também pode ser humanizada, seguindo algumas práticas que tornam o momento do nascimento mais acolhedor. Isso pode incluir luz baixa, a presença do parceiro na sala de cirurgia e a possibilidade de segurar o bebê imediatamente após o nascimento. A ideia é proporcionar um ambiente mais confortável, mesmo em um procedimento cirúrgico.
Cesárea eletiva: é possível escolher?
Algumas mulheres optam pela cesárea eletiva, ou seja, uma cesárea agendada, mesmo sem indicação médica. Essa decisão deve ser tomada após receber todas as orientações sobre os benefícios e riscos do procedimento. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a mãe deve assinar um termo de consentimento que registre essa escolha, e a cirurgia deve ser realizada apenas a partir da 39ª semana de gestação.
Consultoria: Saul Cypel, neuropediatra. Thomaz Gollop, ginecologista e obstetra. Vinícius Breda, ginecologista e obstetra. Igor Padovesi, ginecologista e obstetra. Fernanda Cristina Ferreira Mikami, ginecologista e obstetra.