O estado emocional da gestante pode afetar o comportamento da criança no futuro?

A psicóloga e psicopedagoga da USP Ana Cássia Maturano fala sobre o assunto. Confira!

Por Redação Bebê.com.br
Atualizado em 26 out 2016, 11h44 - Publicado em 30 jun 2015, 16h35
g-stockstudio/Thinkstock/Getty Images
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Quando estava grávida me sentia muito triste, chorava o tempo todo, e as pessoas próximas ficaram até com medo que eu pudesse vir a ter depressão. Hoje, meu filho tem 5 anos e é uma criança que chora muito, por quase tudo. Ele também é amoroso e muito apegado a mim. Queria saber se meu estado emocional causou algum desses fatores pra ele. 

“Essas coisas são difíceis de determinar. Mas, a gente pode pensar no depois, na culpa que você sentiu de ter chorado durante a gravidez, em um momento que todos dizem que devemos ficar sempre felizes, e o quanto isso pode ter interferido na dependência entre mãe e filho. Nessa culpa, a criança pode ter sentido que você precisa muito dela, às vezes, até mais do que ela precisa de você e essa dependência pode ter acontecido como forma de compensação. Muitas vezes, as crianças se apegam as mães por perceberem o sentimento frágil delas. É normal as mães se sentirem culpadas por algo que aconteceu na gravidez. Primeiro, porque é um estado novo e depois porque há uma alteração hormonal e a sensibilidade nesse período é maior. Mas, o importante é que você não se culpe de ter ficado triste e chorado, pois a gravidez não é um momento fácil na vida das mulheres. Você deve trabalhar a sua culpa e permitir que seu filho vá, aos poucos, se desapegando de você. Uma maneira de fazer isso é estimula-lo a sair com os amiguinhos e permitir que ele fique um tempo longe, pois isso é importante para qualquer criança. Você deve procurar ver no ambiente o que faz com que seu filho seja tão ligado a você. Perceber se é ele que é muito apegado ou você pode ser um bom começo”, esclarece Ana Cássia Maturano, psicóloga e psicopedagoga pela Universidade de São Paulo (USP), especializada em Problemas de Aprendizagem e co-autora do livro Puericultura – Princípios e Práticas.

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