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“Eu quase morri após dar à luz minha filha”, diz Serena Williams

Tenista relatou as complicações que teve no pós-parto e comparou a sua realidade com a de milhares de mães que não podem receber atendimento médico adequado

Por Nathália Florencio
Atualizado em 20 fev 2018, 20h42 - Publicado em 20 fev 2018, 20h34

Após uma gravidez descoberta de surpresa, a tenista Serena Williams deu à luz sua primeira filha, Alexis Olympia, no dia 1º de setembro de 2017. Mas foi apenas nesta terça-feira, 20, que a atleta compartilhou com os fãs ao redor do mundo a sua experiência no nascimento da pequena e no pós-parto – e não foi nada fácil!

Em artigo publicado na CNN, a recordista de prêmios Grand Slams revelou que a garotinha precisou vir ao mundo por meio de uma cesárea de emergência, em razão dos batimentos cardíacos da bebê terem caído drasticamente durante as contrações. “Correu tudo bem na cirurgia e, antes que eu percebesse, Olympia estava nos meus braços. Foi a sensação mais incrível que já experimentei na minha vida”, declarou orgulhosa a mamãe, casada com Alexis Ohanian, co-fundador da rede social Reddit.

No entanto, 24 horas após o parto, a tenista passou a enfrentar uma série de complicações – tudo começou com uma embolia pulmonar. “Por causa do meu histórico médico com esse problema, vivo com medo dessa situação. Então, quando fiquei sem fôlego, não esperei um segundo sequer para alertar as enfermeiras”, relatou a jogadora no texto intitulado “What my life-threatening experience taught me about giving birth” (“O que minha experiência correndo risco de vida me ensinou sobre dar à luz”, em português).

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Com a tosse intensa provocada pela embolia, os pontos da cesariana acabaram abrindo. A solução diante desse imprevisto foi passar por uma nova cirurgia e, neste momento, os médicos descobriram um hematoma – outro coágulo – no abdômen da atleta. “Eu voltei para a sala de cirurgia para realizar um procedimento que impediria que esses coágulos chegassem até os meus pulmões novamente”, contou.

Todos esses contratempos fizeram a mamãe ter um puerpério cheio de desafios, pois quando finalmente pode ir para casa com a família, ela ainda precisou ficar seis semanas de cama. “Sou muito grata por ter tido acesso a uma incrível equipe médica em um hospital com equipamentos de ponta. Eles sabiam exatamente como lidar com essa complicada mudança de eventos. Se não fosse por seus cuidados profissionais, eu não estaria aqui hoje”, destacou.

Toda mãe, em todos os lugares, independentemente da raça ou história, merece ter uma gravidez e parto saudáveis

Serena Williams
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Embaixadora da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a norte-americana usou sua história para fazer um alerta sobre a realidade que tantas outras mulheres negras vivenciam: “Em todo o mundo, milhares de mulheres lutam para dar à luz nos países mais pobres. Quando elas têm complicações como as minhas, muitas vezes não há medicamentos, instalações de saúde ou médicos para salvá-las”. Serena ainda acrescentou: “A cada ano, 2,6 milhões de recém-nascidos morrem tragicamente, antes mesmo que suas vidas realmente comecem. Mais de 80% morrem de causas que podem ser prevenidas”.

No artigo em que fez seu relato de parto, a jogadora ainda convidou os leitores a exigirem que medidas sejam tomadas para mudar esse triste cenário, além de terem uma posição ativa, ajudando organizações que trabalham a favor de pessoas carentes. “Ao fazer isso, você se torna parte desta narrativa – certificando-se de que um dia, quem você é ou de onde você vem não decide se seu bebê vive ou morre“, finalizou.

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She wanted to dress 80's

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