Aula 10 – A pré-eclâmpsia

O obstetra Eduardo Cordioli, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica o que é a pré-eclâmpsia, os sinais, as causas, os tratamentos e a prevenção.

Por Redação Bebê.com.br
Atualizado em 26 out 2023, 09h30 - Publicado em 26 jun 2015, 13h44
Comstock/Thinkstock/Getty Images
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O termo pré-eclâmpsia é bastante ouvido na gestação. Mas, afinal, o que ele quer dizer? Trata-se de um problema caracterizado pelo aumento da pressão arterial, que oscila em picos – ou seja, sobe muito e, depois, volta a se normalizar. Mas, diferentemente da hipertensão, que pode afetar homens e mulheres em qualquer fase da vida, ela é um quadro transitório, que desaparece após o nascimento do bebê.

Esse vaivém da pressão é sério e ninguém sabe ao certo quais são suas causas. Os médicos cogitam, porém, que a pré-eclâmpsia faça parte do que chamam de síndrome da má adaptação placentária. É que, em algumas grávidas, a placenta não gruda direito no útero e, então, seu sistema imunológico passaria a encará-la como se fosse um corpo estranho. Essa reação, por sua vez, provocaria a contração e a distensão dos vasos sanguíneos, fazendo a pressão subir e voltar ao normal, em uma espécie de gangorra. Outro efeito desse jogo de contrair e relaxar dos vasos é o inchaço. Por isso, toda gestante deve ficar alerta ao perceber que os pés, as pernas e até mesmo as mãos estão inchando demais e conversar com seu médico para afastar a hipótese da pré-eclâmpsia.

Ela, costuma-se dizer, é uma doença de extremos. Tende a aparecer com maior frequência em grávidas jovens de primeira viagem e em mulheres que engravidam mais tarde, no final da vida reprodutiva. E, infelizmente, ainda não há exames para prever quem terá o problema e quem não terá. Até porque há indícios de que depende da combinação de genes do casal. Nota-se que uma mulher pode ter pré-eclâmpsia ao engravidar de um parceiro e não apresentá-la ao gerar uma criança de outro companheiro.

Já foram realizadas diversas pesquisas em busca de tratamentos preventivos eficazes. Os cientistas analisaram, por exemplo, se o consumo de cálcio e de óleo de peixe ajudaria a evitar esses quadros, mas nada foi muito animador. Na realidade, a grávida só se vê livre da pré-eclâmpsia no parto, quando a placenta, que parece ser a grande causadora do transtorno, é retirada. Até lá, o que a gestante com pré-eclâmpsia pode fazer é observar algumas recomendações.

A primeira delas é seguir uma dieta equilibrada. E não adianta cortar o sal, até porque ele tem iodo, um mineral importante para o desenvolvimento do feto. O fundamental é que esse cardápio, além de fornecer todos os nutrientes, não favoreça o ganho excessivo de peso – que, aliás, pode ser um estopim para a pré-eclâmpsia naquelas mulheres com tendência ao problema.

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O obstetra deve fazer um acompanhamento ainda mais próximo para evitar que os picos de pressão rendam complicações para a mãe e para o bebê. Afinal, ela tem uma pré-eclâmpsia, e o que não se quer, de jeito algum, é que ela tenha a eclâmpsia propriamente dita, uma elevação da pressão tão severa que é capaz de causar convulsões. Os sinais da ameaça são dor de cabeça – principalmente frontal e na nuca -, dor forte na boca do estômago, tontura e visão de pontinhos brilhantes. No caso da mulher com pré-eclâmpsia, sentir um único desses sintomas já é motivo para procurar auxílio médico. Se ela não consegue localizar seu obstetra depressa, então deve ir para a maternidade em vez de correr risco.

Mas a gestante com pré-eclâmpsia que se cuida e segue à risca as orientações dificilmente chega a esse ponto. O que pode ocorrer é o obstetra optar por antecipar o parto quando a pressão da grávida está alta e o uso de medicamentos anti-hipertensivos não está surtindo efeito para garantir que mãe e filho fiquem muito bem.

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Quando surge o problema

Os picos de pressão costumam surpreender a gestante depois do quinto mês. Mas sempre existem exceções. Nos casos de doença molar – quando a placenta se transforma em um tumor -, a pré-eclâmpsia aparece logo no início da gravidez. Ela também pode não demorar tanto para dar as caras se a mulher tem problemas de tireoide. Finalmente, quem espera gêmeos apresenta maior probabilidade de ter pré-eclâmpsia porque tem mais placenta no útero, o que aumenta o risco de desenvolver a doença.

Bebês menores

Nem tanto a pré-eclâmpsia em si, mas a placenta mal grudada que tem a ver com ela, pode afetar a passagem de nutrientes para o feto. Isso pode atrapalhar seu crescimento e, por isso, os filhos de gestantes com esse problema de pressão tendem a nascer um pouco menores.

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