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Atriz manda a real sobre corpo do pós-parto ficar murcho e muito dolorido

Christiana Ubach também desabafou sobre esquecerem que a cesárea é uma cirurgia como qualquer outra e demanda tempo para recuperação total.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 14 fev 2020, 12h18 - Publicado em 14 fev 2020, 10h05

Cada vez mais mulheres estão reunindo força para usar as redes sociais para falarem abertamente sobre as diferentes formas de corpo, inclusive sobre como ele fica após o parto. Esse foi o caso da atriz Christiana Ubach, que deu à luz Ravi em dezembro, fruto do relacionamento com o ator Rafael Lozano

Na publicação feita no Instagram na última terça-feira (11), a atriz que ganhou destaque nas telinhas ao fazer par romântico com Fiuk na Malhação, em 2009, apareceu em uma foto de frente para o espelho, com a blusa levantada, mostrando parcialmente a barriga no pós-parto.

Ainda que a imagem em si não esteja tão próxima e mostre em detalhes como está o seu corpo após dar à luz, Christiana usou a legenda para refletir abertamente sobre um momento muito comum às mães, mas que não é debatido com frequência: a sensação de que toda sua parte fisiológica está fora do lugar. 

“Ouvi tanto falar de puerpério, tanto, que me preparei pro pior. Para choros constantes, desamparo, desalinho, desastres. O que aconteceu: um corpo murcho, que parece ter sido atravessado por uma bala de canhão no meio da barriga. Sem músculo e sem sustentação alguma. Com gorduras e celulites que não sabem pra onde vão”, descreveu Christiana logo de início. 

A atriz continuou debatendo sobre a dualidade emocional que também não é pouca. Há a impaciência que surge com a sobrecarga de todas as mudanças corporais e hormonais ao ter um filho. Mas há também a vulnerabilidade sentimental, afinal, um ser acabou de sair dentro de você, precisando integralmente de suporte.

Dores na coluna de carregar um neném o dia (às vezes noite) inteiro que só cresce (amém). “Sem tempo irmão” pra qualquer coisa. O tempo que tem, precisa ser muito bem aproveitado, com o que é necessário, e que só você pode fazer por você. Sensibilidade que nem pétala de flor, que se soprar mais forte… Pois bem, pensemos…”.

A partir do trecho anterior, Christiana começou a analisar o que é ter um filho e, principalmente, como muitos esquecem que a cesárea é uma cirurgia como qualquer outra e demanda tempo de recuperação. Inclusive, a atriz revelou que fez tudo o que pôde para que Ravi viesse ao mundo por meio de um parto normal, mas não foi possível.

“Você passa por um processo que de repente sai um “órgão” de mais de 3kg, junto com tudo, placenta, líquido e etc. Logo depois do parto são quase 6, 8kg que saem de você, depende. No meu caso, uma cirurgia, não desejada. Meu bebê ficou sentado até o fim. Fiz todos os processos, yoga, acupuntura e, por fim a manobra, e ele continuou na mesma posição. Bem, temos as dores de uma cirurgia (que não consigo entender ser escolhida a priori), em um lugar super delicado, na base do seu abdômen. Uma loucura”. 

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Com todos os detalhes explicados, Christiana mostrou a indignação com a pressão estética (e emocional!) que a sociedade coloca sobre as mulheres que dão à luz. “Me diz em que cirurgia que você tira do seu corpo o equivalente a 6kg em que logo após você é obrigada socialmente a estar magra, ou fazendo regime. Estar bonita. Ou estar tranquila porque (quase) ninguém pergunta como vocêeeee está de fato. E você não tem repouso, porque parte desses Kg precisa de você fora de você”. 

Ao finalizar, a atriz enfatizou como o processo de gerar uma criança é intenso, com a necessidade de suporte de diferentes formas. E, em meio a tantas mudanças, Christiana comentou sobre entender o porquê de muitas mulheres usarem as plataformas digitais para exporem o que estão sentindo: a sensação de estar só é muito palpável.

“A mulher não dá à luz. Dá a carne. Encarna. Depois esculpe com o leite cada pedacinho. É uma obra! É preciso silêncio, resguardo, lágrimas soltas, banhos, suor, brigadeiro, água sem fim. Agora entendo as mulheres que usam as redes (sociais) pra se colocarem, pra se expor, ou pra trocar. Eu pensava, caraca acabou de parir e já está no celular. Mas eu entendo, porque é uma solidão, uma imensidão tão grande nesse silêncio de mamadas e choro”.

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Veja o desabafo completo:

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Relato de uma recém parida! Ouvi tanto falar de puerpério, tanto, que me preparei pro pior. Para choros constantes, desamparo, desalinho, desastres. O que aconteceu: um corpo murcho, que parece ter sido atravessado por uma bala de canhão no meio da barriga. Sem músculo e sem sustentação alguma. Com gorduras e celulites que não sabem pra onde vão. Dores na coluna de carregar um neném o dia (as vezes noite) inteiro que só cresce (amém). “Sem tempo irmão” pra qualquer coisa. O tempo que tem, precisa ser muito bem aproveitado, com o que é necessário, e que só você pode fazer por você. Sensibilidade que nem pétala de flor, que se soprar mais forte… pois bem… pensemos… Você passa por um processo que de repente sai um “órgão” de mais de 3kg, junto com tudo, placenta, líquido e etc, logo depois do parto são quase 6, 8kg que saem de vc depende. No meu caso, uma cirurgia, não desejada. Meu bebê ficou sentado até o fim. Fiz todos os processos, yoga, Aculpuntura, e por fim a manobra, e ele continuou na mesma posição. Bem, temos as dores de uma cirurgia (que não consigo entender ser escolhida a priori), em um lugar super delicado, na base do seu abdômen. Uma loucura. Me diz em que cirurgia que você tira do seu corpo o equivalente a 6kg em que logo após você é obrigada socialmente a estar magra, ou fazendo regime. Estar bonita. Ou estar tranquila pq (quase) ninguém pergunta como voceeeee está de fato. E você não tem repouso, pq parte desses Kg precisa de você fora de você. Você tem 9 meses pra se preparar pra depender dos outros pq agora tem um ser que depende de você. E quando nasce é a realização de que certas escolhas são eternas. É sobre não ser mais só um, e sim dois. É sobre encarnar um ser humano. A mulher não da a luz. Da a carne. Encarna. Depois esculpe com o leite cada pedacinho. É uma obra! É preciso silêncio, resguardo, lágrimas soltas, banhos, suor, brigadeiro, água sem fim. Agora entendo as mulheres que usam as redes (sociais) pra se colocarem, pra se expor, ou pra trocar. Eu pensava, caraca acabou de parir e já tá no celular. Mas eu entendo. Pq é uma solidão, uma imensidão tão grande nesse silêncio de mamadas e choro, (cont.)

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