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Útero septado pode ser corrigido para aumentar as chances de gravidez

Você sente que chegou o momento de realizar o sonho da maternidade? A médica Karla Zacharias, do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva, um dos mais conceituados do país, esclarece questões cruciais para auxiliá-la nessa jornada.

Por Dra. Karla Zacharias (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 05h26 - Publicado em 5 mar 2015, 13h19
Mulher grávida fazendo exame de ultrassom. A foto está foca na barriga dela. Tem pele clara. O aparelho está sendo segurado por uma mão com luva. Ao fundo, é possível ver o monitor.
 (Alex Raths/Thinkstock/Getty Images)
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O útero septado é uma malformação uterina que causa abortos e problemas no desenvolvimento do embrião. Não é um problema comum, pois afeta apenas 1,8% das mulheres, mas pode trazer consequências – entre elas a infertilidade! Caracteriza-se por uma “parede” que divide a cavidade intrauterina e limita o espaço para o crescimento do bebê. A perda do embrião ocorre em cerca de 60% dos casos e o parto prematuro chega a 33% nas gestantes com o perfil.

Essa morfologia irregular do útero se manifesta logo no começo da vida, quando a mulher ainda é um embrião no útero de sua mãe. Os ductos de Müller, canais que na divisão embrionária dão origem ao aparelho reprodutor feminino, não se dividem de forma adequada e o resultado é justamente essa alteração que provoca, principalmente, dificuldades para engravidar.

Casos mal sucedidos nas tentativas de concepção podem, então, sinalizar que há algo errado com o útero feminino – o que pode ser identificado por meio de exames como ultrassonografia transvaginal, ressonância nuclear magnética e laparoscopia.

O útero septado faz parte ainda das malformações müllerianas que englobam outros problemas, como o útero unicorno, bicorno e didelfo – igualmente responsáveis por dificuldades em seguir com a gravidez. A diferença entre o útero septado e as demais alterações müllerianas é que ele pode ser corrigido através de uma intervenção cirúrgica chamada metroplastia ou septoplastia. A cirurgia é realizada através de histeroscopia, um procedimento cômodo, fácil e rápido, sem a necessidade de uma operação pelo abdome. Essa correção diminui as taxas de aborto em até 5,9% dos casos e aumenta as chances de concepção em até 80% deles.

É importante ressaltar que a mulher diagnosticada com essas alterações também deve passar por mais exames que permitam avaliar outros fatores que possam levarà infertilidade. Se o útero septado for descoberto por um médico especialista em reprodução assistida, os exames serão multilaterais e envolverão não só outros testes para a avaliação da fertilidade feminina, mas também exames sobre as funções reprodutivas do homem. A partir do diagnóstico do casal, o médico indicará quais passos deverão ser tomados.

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