Já é consenso no mundo inteiro que manter o ácido fólico em doses adequadas durante a gravidez é essencial. Isso porque esse nutriente – encontrado naturalmente em alimentos como espinafre, lentilha e abacate na forma de folato, uma vitamina do complexo B – participa de toda a formação do tubo neural do bebê, e a sua carência está diretamente associada a problemas como hidrocefalia, anencefalia e espinha bífida. E de acordo com um estudo recente da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o déficit dessa substância na gestação também pode estar ligado à obesidade na criança no futuro.
A pesquisa foi publicada no dia 13 de junho de 2016 no periódico científico JAMA Pediatrics. Participaram do levantamento 1500 mães e crianças com idades entre 2 e 9 anos. Os estudiosos coletaram informações sobre os voluntários antes, durante e depois da gravidez, e os níveis de ácido fólico foram medidos três dias após o parto.
Entre os achados da investigação está a relação entre os índices de folato na mãe e o peso dos pequenos: mamães com taxas baixas do nutriente tinham filhos com maior risco de sobrepeso. Os pesquisadores também notaram que as mulheres obesas eram as mais propensas a apresentar níveis menores dessa vitamina no sangue. No entanto, os filhos daquelas que não estavam em dia com a balança mas contavam com boas doses de ácido fólico tinham uma tendência menor à obesidade.
“O folato é bem conhecido por prevenir defeitos no cérebro e na medula espinhal em um feto em desenvolvimento, mas seus efeitos em desordens metabólicas, como diabetes e obesidade, são menos conhecidos”, comenta Cuilin Zhang, coautor do estudo.
Apesar de estar presente naturalmente em alimentos, a quantidade desse nutriente ingerida pela alimentação é baixa – daí a necessidade de suplementar. A recomendação é que as grávidas tomem doses diárias de 400 µg da vitamina e que a reposição comece no mínimo 30 dias antes da concepção. Mas nada de tomar cápsulas por conta própria: converse com o seu médico antes!