Sexagem fetal: a tecnologia que permite saber o sexo do bebê com alta precisão
A análise do DNA fetal circulante, que passa pela placenta e chega à corrente sanguínea da mãe, é capaz de indicar se será um menino ou menina

A curiosidade em saber o sexo do bebê é uma das expectativas mais comuns durante a gestação, e hoje, a sexagem fetal permite que essa descoberta aconteça logo na 8ª semana. Esse exame, realizado a partir de uma pequena amostra de sangue ou urina da mãe, é uma forma não invasiva de identificar o sexo do bebê. A análise do DNA fetal circulante, que passa pela placenta e chega à corrente sanguínea da mãe, é capaz de indicar se será um menino ou menina.
Abaixo, vamos detalhar o funcionamento da sexagem fetal, as formas de realização do exame, a precisão dos resultados e outras informações importantes para quem deseja saber o sexo do bebê de forma precoce.
Como funciona a sexagem fetal?
O exame de sexagem fetal analisa a presença ou ausência do cromossomo Y na circulação sanguínea da mãe, indicando se o bebê é menino ou menina. O exame é possível graças à presença do DNA fetal de origem placentária que atravessa a barreira da placenta e circula pelo sangue da mãe.
Todos nós possuímos dois cromossomos sexuais: a mulher possui dois cromossomos X, e o homem possui um cromossomo X e um Y. Ao encontrar o cromossomo Y, o bebê será um menino. Se não houver esse cromossomo, será uma menina. Isso permite antecipar o conhecimento do sexo do bebê em cerca de um mês em relação à ultrassonografia, que só visualiza o sexo por volta da 12ª semana.
Como é feito o exame de sexagem fetal?
A sexagem fetal pode ser realizada de duas formas: pelo sangue ou pela urina.
- Sexagem fetal pelo sangue: esse método é realizado em laboratórios de análises clínicas. O processo envolve a coleta de 20 ml de sangue por punção em uma veia periférica, não causando riscos para a saúde da mãe ou do bebê. O exame pode ser feito a partir da 8ª semana e não exige jejum ou preparo prévio. Os resultados geralmente ficam prontos entre 2 e 5 dias após a coleta, com um índice de acerto que chega a 99%.
- Sexagem fetal pela urina: esse método funciona de maneira semelhante a um teste de gravidez, mas ainda não é comercializado em farmácias no Brasil, sendo encontrado apenas em lojas online. Com um índice de acerto em torno de 82%, os fatores que podem interferir no resultado incluem uso de determinados medicamentos, coleta inadequada de urina, relações sexuais nas últimas 48 horas antes do exame e cálculo incorreto da idade gestacional.
Possíveis erros no resultado
No exame realizado pelo sangue, há algumas situações que podem interferir no resultado. Entre elas, o fato de a mãe ter recebido uma transfusão de sangue, ter um órgão transplantado de um homem, ou casos em que a gravidez iniciou com mais de um saco gestacional (um menino e uma menina), mas apenas a gestação da menina evoluiu. Gestações anteriores não afetam o resultado, já que o DNA fetal circulante é eliminado rapidamente da circulação materna após o parto.
E no caso de gêmeos?
Sim, a sexagem fetal também pode ser aplicada em casos de gêmeos, com algumas particularidades. Se forem gêmeos idênticos (univitelinos), o exame indica o sexo de ambos os bebês, já que compartilham o mesmo DNA e, portanto, o mesmo sexo. Em casos de gêmeos bivitelinos (fraternos), se o cromossomo Y for identificado, significa que pelo menos um dos bebês é um menino.
Custo do exame e onde realizar
Como a sexagem fetal é realizada mais por curiosidade do que por necessidade médica, o exame não é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nem por planos de saúde. O preço do exame de sangue varia conforme a região do país e o laboratório, ficando entre R$ 200 e R$ 800.
Consultoria: Karina Tafner, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana