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Saiba tudo sobre o cocô do seu bebê

O assunto pode não ser dos mais agradáveis, mas é pra lá de importante!

Por Patricia Golini (colaboradora)
Atualizado em 2 out 2019, 17h28 - Publicado em 28 Maio 2015, 14h04

As mães de primeira viagem devem se acostumar a prestar atenção nas trocas de fraldas. E, àquelas já habituadas com o assunto, o conselho é ficar de olho nos sinais de mudança. Afinal, o cocô diz muito sobre o andamento do organismo do bebê, principalmente no que diz respeito ao sistema digestivo.

Um cocô para cada fase
Nas primeiras vezes que o bebê evacua, logo após o parto, o cocô apresenta coloração verde-escura. Isso é o que os médicos chamam de ‘fezes meconiais’. “O mecônio é uma substância de cor verde bem escura. Produzido pelo feto durante a gestação, é expelido nas primeiras horas de vida”, explica Henrique Gomes, endócrino pediatra do Hospital Santa Lúcia, de Brasília.

Nas primeiras 72 horas após o parto, as mamas produzem o colostro, um leite amarelado e grosso, que sai em pequenas quantidades. O líquido é rico em substâncias que favorecem o crescimento e estimulam o desenvolvimento do intestino do bebê, preparando-o para digerir e absorver o leite – que virá nas próximas horas. “O colostro é laxativo e auxilia a eliminação do mecônio”, diz o médico.

Com o passar do tempo, o bebê entra em um período de transição. Cerca de três dias após o nascimento, as fezes passam a ter um tom marrom bastante escuro, ficando assim até o sexto dia de vida. Quando o bebê completa uma semana, o cocô passa a ser mais amarelado e a ter consistência semi-líquida, com alguns grumos, ou seja, pequenas partes mais consistentes. “Esta fase dura até o sexto mês de vida, quando o bebê é apresentado a novos tipos de alimentos”, esclarece o pediatra Francisco Lembo, do Hospital Samaritano, de São Paulo.

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“Até mais ou menos o primeiro mês, o bebê evacua todas as vezes que mama, por reflexo. Após este período, a criança entra no ritmo biológico, ou seja, uma, duas ou até três vezes ao dia”, explica o médico paulista. Encher as fraldas passa a acontecer de acordo com a necessidade do corpo da criança. E existem casos que elas ficam até seis dias sem evacuar – principalmente quando o alimento exclusivo é o leite materno. Tudo isso é normal, desde que não haja incômodo nem dor para o bebê.

Quando a criança completa o primeiro semestre, a mãe pode introduzir papinhas na alimentação dela. Frutas, verduras, legumes, carnes e ovos serão responsáveis por modificar a aparência, textura e até o cheiro das fezes da criança. “Com novos alimentos na dieta, as fezes se tornam menos pastosas e um pouco mais consistentes. A coloração atinge um padrão um pouco mais escuro, em virtude da degradação dos alimentos, mas ainda difere daquelas crianças com aceitação alimentar completa, que acontece entre dez e doze meses”, elucida o endócrino pediatra.

Quando a criança completa um ano, ela já desenvolveu habilidades como mastigação, deglutição, digestão e excreção. Assim, seu organismo assimila o que é necessário, e elimina o que não é. Neste momento, as fezes passam a ser um pouco mais escuras.

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Cores do cocô

Aprenda a analisar a tonalidade das fezes do pequeno e entender o que elas indicam:

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Logo após o parto, o cocô do recém-nascido apresenta coloração verde-escura. São as chamadas fezes meconiais.

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Do terceiro ao sexto dia de vida, o bebê passa a ter fezes mais escuras. E, se amamentado somente com leite materno, tende a evacuar após cada mamada.

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Depois da primeira semana de vida, o cocô passa a ter cor mais amarelada. As evacuações acontecem conforme a necessidade da criança. Enquanto algumas eliminam várias vezes ao dia, outras ficam quase uma semana sem fazer cocô.

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Ao chegar aos seis meses, o bebê passa a ingerir alimentos variados. Frutas, verduras, legumes e carnes modificam a aparência do cocô, deixando-o levemente mais escuro.

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Perigo! Isso vale para qualquer idade: se as fezes ficarem esbranquiçadas, é hora de procurar ajuda médica. Elas podem simbolizar algum problema no fígado ou na vesícula.

Para cada leite, um cocô
“Os bebês alimentados com fórmulas tendem a evacuar com menos frequência e suas fezes são mais endurecidas”, diz Antonio Carlos Turner, pediatra do Hospital Balbino, do Rio de Janeiro. Isso acontece porque, diferentemente do leite materno, com as fórmulas artificiais não há digestão completa do leite. Por isso, é tão importante respeitar as proporções de água e produto especificadas na embalagem.

Problemas com o cocô
Dores, desconforto ou dificuldades para evacuar sempre merecem atenção por parte dos pais. “Anormalidades como a presença de sangue nas fezes podem ser indicativo de colite alérgica, uma reação que ocorre no intestino. Fezes esbranquiçadas ou com pontos brancos são indicativas de doenças no fígado ou na vesícula”, diz o endocrinologista infantil Henrique Gomes.

Quando há três ou mais evacuações líquidas ou semi-líquidas dentro de 24 horas é caracterizado o quadro de diarreia. As causas variam desde contágio por rotavírus à contaminação da fórmula láctea por bactérias. Muitas vezes, nos casos de diarreia viral, as fezes são de cor esverdeada.

Já se o problema é a prisão de ventre, alguns alimentos devem consumidos com moderação pelas crianças. Banana, maçã, arroz podem ser oferecidos sem exagero, já que tendem a inibir as atividades intestinais. Além disso, vale enriquecer a alimentação dos pequenos com itens cheios de fibras e, sempre que possível, recomendar a ingestão de líquidos.

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