O olfato do bebê começa no útero: entenda como os aromas influenciam o feto

Entenda como os cheiros que o feto entrou em contato na gravidez podem afetar o bebê

Por Redação Pais e Filhos
23 jun 2025, 17h00
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 (shurkin_son/Freepik/Reprodução)
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A ideia de que os bebês podem perceber cheiros ainda no útero pode parecer surpreendente, mas é tema de estudo na biologia fetal há décadas. Aos poucos, a ciência tem revelado que o desenvolvimento dos sentidos começa ainda durante a gestação – e o olfato está entre eles. Embora os bebês não respirem pelo nariz enquanto estão no útero, isso não significa que estejam completamente alheios ao universo de aromas que os cerca.

Quando o olfato começa a se desenvolver

Pesquisas indicam que o sistema olfativo começa a se formar por volta da décima semana de gestação. É nesse período que as estruturas iniciais do nariz e das vias olfativas se desenvolvem. A partir do segundo trimestre, essas estruturas ganham mais complexidade e se tornam capazes de responder a estímulos do ambiente intrauterino.

Mesmo imerso em líquido amniótico, o feto interage com substâncias químicas que chegam até ele por meio da alimentação da mãe. Os sabores e aromas dos alimentos consumidos atravessam a barreira placentária e chegam ao líquido amniótico, permitindo que o bebê entre em contato com esses estímulos.

Como o bebê percebe os cheiros no útero

Ainda que o ar não circule pelos pulmões do bebê durante a gestação, ele engole o líquido amniótico com frequência – e é por meio desse líquido que moléculas aromáticas chegam aos receptores olfativos. Essa exposição ajuda a moldar o sistema sensorial, fazendo com que o feto experimente cheiros de maneira indireta, mas eficaz.

Estudos mostram que, após o nascimento, muitos bebês demonstram preferência por odores e sabores que estavam presentes na alimentação da mãe durante a gestação. Alimentos como alho, anis, cenoura e baunilha foram usados em experimentos que mostraram maior aceitação por parte dos recém-nascidos, o que sugere que eles já haviam sido familiarizados com esses aromas no útero.

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Qual o impacto desses cheiros na vida do bebê

Essa exposição precoce aos cheiros pode influenciar as preferências alimentares da criança depois do nascimento. Quando a mãe tem uma alimentação variada durante a gravidez, isso pode facilitar a aceitação de novos sabores durante a introdução alimentar. Essa familiaridade sensorial pode tornar o bebê mais receptivo a frutas, legumes e outros alimentos com gosto mais acentuado.

Além disso, esse contato sensorial precoce contribui para o vínculo entre mãe e bebê. O bebê nasce com a capacidade de reconhecer o cheiro da mãe, o que ajuda a promover a conexão afetiva e a sensação de segurança nos primeiros dias de vida.

O que os estudos ainda estão investigando

Embora já exista um corpo significativo de evidências sobre a percepção de cheiros no útero, os pesquisadores ainda buscam entender melhor como esse processo influencia o desenvolvimento neurológico e comportamental do bebê. A linha entre o que o feto “sente” e o que apenas percebe ainda é objeto de debate, mas o consenso atual é de que essa interação sensorial começa muito antes do nascimento.

Para os pais, essas descobertas reforçam a importância de hábitos saudáveis desde a gestação. Uma alimentação equilibrada e rica em alimentos naturais não só nutre a mãe e o bebê, como também prepara o paladar e o olfato da criança para experiências positivas com a comida no futuro.

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