“Sou uma tentante há 4 anos. Neste período cheguei a engravidar 2 vezes, mas perdi o primeiro com 10 semanas e o segundo com 8 semanas. O primeiro estava com idade gestacional de 7 semanas e o segundo era anembrionário. Nas duas situações, meu estado emocional ficou bastante alterado, como uma grande TPM, eu chorava muito e ficava irritada por pouca coisa. Minha pergunta é: será que este estado de nervos pode ter prejudicado os embriões a ponto de fazê-los paralisar?”
Entramos em contato com o Dr. Assumpto Iaconelli, médico ginecologista, especialista em Reprodução Assistida, vice-presidente do Comitê Multidisciplinar de Reprodução Humana (APM), tesoureiro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, diretor do Grupo Fertility e do Instituto Sapientiae. Segundo ele, o estado emocional da gestante não alterou o desfecho de suas gestações, nem causou a parada de desenvolvimento dos embriões. “A causa principal de abortamento nessa fase inicial da gestação é alteração cromossômica do embrião, responsável por aproximadamente 85% dos casos. Quanto maior a idade da mulher, maior a chance de implantação de um embrião com essas características e maior a chance de abortamento, mas também acontece frequentemente com mulheres jovens. A natureza não permite que embriões com esse tipo de alteração continuem a se desenvolver. Existem outras causas de abortamento de repetição que devem ser pesquisadas pelo médico”, esclarece Iaconelli.