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Grávida, Fernanda Machado revela ter placenta prévia. Entenda o problema

Condição pode levar a aborto espontâneo e parto prematuro, mas é tratável. Médicos explicam o quadro e o que fazer caso ele apareça.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 5 fev 2020, 08h32 - Publicado em 4 fev 2020, 18h14

Fernanda Machado revelou recentemente em seu Instagram que foi diagnosticada com placenta prévia durante um ultrassom de rotina na 20ª semana de gestação. Aos 36 anos de idade, a atriz já é mãe de Lucca, de 4 anos, e sofreu um aborto espontâneo no ano passado. 

Ontem foi dia de ultra de 20 semanas, a ultra que checam todos os órgãos do baby, e graças a Deus tá tudo certo com meu baby boy. 🙏🏻 Mas descobrimos que estou com placenta prévia completa, a placenta está cobrindo o cérvix completamente…. ☹️ Agora estou de cama, repouso total até o próximo ultrassom em 4 semanas”, escreveu ela em seu Instagram. 

A placenta prévia ocorre quando o orgão que fornece nutrientes e oxigênio ao bebê não está posicionado como deveria. Sua incidência tem aumentado. “Antes, tínhamos um caso a cada 2.500 gestações, mas hoje vemos um em cada 500”, comenta Mario Macoto Kondo, coordenador da Obstetrícia da Maternidade Pro Matre Paulista.

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Apesar de exigir certos cuidados, na maioria das vezes a situação é contornável e a gravidez termina bem. Conheça um pouco mais sobre o problema!

O que é a placenta prévia

Geralmente, a placenta está posicionada “em cima” do bebê, na região superior do útero. Na placenta prévia, ela fica embaixo, entre o embrião e o colo do útero, tampando a entrada do órgão. A cobertura pode ser parcial ou total, e as complicações mais comuns são os sangramentos, que exigem atenção e, em alguns casos, internação.

Entre os fatores de risco, estão principalmente a realização de cesáreas anteriores ou outras intervenções cirúrgicas no útero, ter mais de 35 anos ou já ter passado por partos prematuros.

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Quais são os riscos

O sangramento da placenta prévia é vermelho vivo, sem dor ou cólicas. “Se eles forem frequentes e progressivos, pode haver queda de pressão e anemia, que influenciam tanto na saúde da mulher quanto no bem-estar do bebê”, aponta Macoto. Há também o risco de parto prematuro e, em alguns casos, o feto pode acabar mudando de posição para se adequar à placenta, tornando-se um bebê pélvico, oblíquo ou córnico.

Geralmente, o problema destas posições é que elas atrapalham o parto normal. Mas, na presença de placenta prévia, os médicos já costumam recomendar o parto cesárea. “O nascimento deve ser agendado para ocorrer na 36ª semana para que a mãe não entre em trabalho de parto, o que aumenta o risco de sangramentos mais intensos”, explica Macoto.

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“Se a obstrução do colo do útero não for total, até é possível tentar o parto normal, mas com muita atenção e cautela, porque qualquer sangramento exigirá uma mudança rápida da via de parto”, comenta Alberto Guimarães, ginecologista e obstetra, idealizador do programa Parto Sem Medo. “Acaba sendo um evento bem estressante para os pais e para a equipe”, destaca.

Falando em cesariana, mulheres que já passaram por um parto cirúrgico antes e são diagnosticadas com este problema estão em risco de ter uma complicação chamada acretismo placentário ou placenta acreta. Nesta condição, a placenta penetra demais nas paredes do útero, o que pode aumentar mais o risco de parto prematuro.

Diagnóstico e tratamento

Ele é feito quando há algum sangramento ou durante o ultrassom de rotina. “O diagnóstico é fechado no terceiro trimestre, mais especificamente a partir de 28 semanas, porque a posição do órgão não mudará mais”,  destaca Macoto.

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Ou seja, como Fernanda está na 20ª semana de gestação, há uma chance da placenta voltar à posição normal, conforme a gestação avança e o útero aumenta de tamanho.

O tratamento é feito com suplementação de ferro e vitaminas, caso haja sangramentos (que nem sempre ocorrem, vale dizer), e exige repouso relativo. Isto é, uma diminuição nas atividades diárias, com o cuidado para não carregar peso ou fazer atividades físicas que exerçam pressão sobre o abdome.

Em alguns casos, o médico pode contraindicar relações sexuais até o parto. “Mas essas recomendações variam muito conforme as manifestações do problema em cada mulher”, destaca Guimarães.

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Fazer o pré-natal adequadamente é importante para acompanhar a evolução do posicionamento da placenta durante a gravidez e garantir um parto seguro para mãe e bebê.

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