Fazer muito xixi na gravidez é normal? Saiba o que está por trás dessa mudança
Mudanças hormonais e corporais causam maior vontade de ir ao banheiro

Entre as muitas mudanças que acontecem no corpo durante a gestação, a vontade constante de ir ao banheiro é uma das mais comuns — e uma das primeiras a surgir. A frequência urinária costuma aumentar logo nas primeiras semanas e retorna com força no fim da gravidez. Mas, afinal, por que isso acontece?
Alterações hormonais e aumento do volume sanguíneo
Nos primeiros meses, o aumento da progesterona e de outros hormônios típicos da gravidez tem impacto direto no funcionamento dos rins e da bexiga. Ao mesmo tempo, o corpo da gestante passa a produzir mais sangue — cerca de 50% a mais do que o volume habitual. Como os rins filtram esse sangue extra, mais urina é produzida.
Essa combinação de fatores já seria suficiente para aumentar a frequência urinária, mas há outros elementos em jogo, especialmente nas fases mais avançadas da gestação.
Pressão do útero sobre a bexiga
À medida que o bebê cresce, o útero vai ocupando mais espaço dentro da cavidade abdominal. Nos últimos meses, ele pressiona diretamente a bexiga, diminuindo sua capacidade de armazenamento. Isso significa que a vontade de urinar aparece com mais frequência e, muitas vezes, com urgência.
Essa compressão também pode dificultar o esvaziamento completo da bexiga, o que explica por que muitas gestantes sentem vontade de fazer xixi logo depois de terem acabado de ir ao banheiro.
Há como aliviar o incômodo?
Embora não seja possível evitar completamente a vontade frequente de urinar, algumas atitudes podem ajudar a tornar a rotina mais confortável:
- Evitar bebidas diuréticas como café, chá preto e refrigerantes com cafeína.
- Distribuir melhor a ingestão de líquidos ao longo do dia, reduzindo a quantidade nas horas que antecedem o sono, para tentar diminuir as idas ao banheiro durante a madrugada.
- Inclinar o corpo para frente na hora de urinar, ajudando a esvaziar melhor a bexiga.
- Não segurar o xixi por muito tempo, já que isso pode enfraquecer os músculos do assoalho pélvico e contribuir para quadros de incontinência no futuro.
Quando a frequência urinária é sinal de alerta
Apesar de ser comum, a vontade constante de urinar pode indicar algo mais sério se vier acompanhada de sintomas como:
- Ardência ou dor ao urinar
- Sensação de urgência com pouca urina eliminada
- Presença de sangue na urina
- Febre ou dor na parte inferior das costas
Esses sinais podem apontar para uma infecção urinária, condição que é relativamente comum durante a gravidez e que precisa de tratamento. Se não for tratada adequadamente, pode causar complicações como infecções nos rins ou até aumentar o risco de parto prematuro. Por isso, é fundamental procurar o profissional de saúde ao perceber qualquer sintoma fora do padrão.
E depois do parto, tudo volta ao normal?
Em geral, sim. Nos primeiros dias após o nascimento do bebê, é normal que o corpo continue eliminando líquidos retidos, o que pode manter a frequência urinária alta por alguns dias. Esse processo é intensificado caso a mulher tenha recebido soro durante o trabalho de parto ou uma cesárea.
Algumas mulheres podem ter dificuldade para perceber a vontade de urinar logo após o parto, especialmente se fizeram uso de anestesia. Nesses casos, os profissionais de saúde costumam orientar a ida regular ao banheiro para evitar acúmulo de urina e desconforto.
Aquelas que enfrentam episódios de incontinência urinária durante a gestação podem continuar tendo escapes por um tempo. Exercícios para o assoalho pélvico e acompanhamento com fisioterapia especializada ajudam na recuperação.
Ficar atenta ao próprio corpo é parte do cuidado com o bebê
Mesmo que a frequência urinária seja algo natural durante a gestação, vale observar mudanças no padrão ou sintomas associados. O desconforto de ir muitas vezes ao banheiro pode ser minimizado com pequenas adaptações no dia a dia, mas o acompanhamento com a equipe médica é sempre essencial para garantir que tudo esteja bem.