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Estudo revela perigos do açúcar em excesso no início da gestação

Pesquisa realizada com quase vinte mil mães mostrou que níveis elevados de glicose no sangue podem favorecer problemas congênitos no coração.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 28 out 2019, 15h57 - Publicado em 29 dez 2017, 15h23

Não é só o diabetes gestacional que ameaça mãe e filho. Segundo um trabalho da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, o consumo de açúcar elevado no início da gravidez por si só já aumenta o risco de problemas cardíacos no bebê.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores avaliaram o histórico de mais de 19 mil nascimentos e o resultado de exames de glicose colhidos em diferentes momentos da gravidez. Foram excluídos da pesquisa bebês que tinham síndromes, gêmeos e mulheres que tiveram diabete gestacional, além das que tinham IMC (índice de massa corpórea) baixo ou alto demais.

O objetivo era analisar a ingestão de açúcar no primeiro trimestre, período em que o coração ainda está em desenvolvimento e sujeito à defeitos em sua formação. Mas, como não é muito comum pedir testes de glicose em mulheres que não tenham problemas como diabetes gestacional, só 13% das voluntárias tinham esse dado disponível.

Mesmo assim, os resultados mostraram que o risco de dar à luz uma criança com problemas no coração sobe 8% a cada 10 miligramas de açúcar no sangue da mulher durante o começo da gestação. “A maioria das mães de crianças com doenças cardíacas congênitas não são diabéticas”, explicou em comunicado à imprensa James Priest, pediatra de Stanford e autor sênior do trabalho.

Aplicação prática

Com o achado, os autores creem que medir os níveis de glicose da mãe no primeiro trimestre poderá ajudar a calcular o risco do bebê nascer com algum defeito congênito no peito.

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“Podemos selecionar a partir daí mulheres que apresentam alterações na taxa de açúcar para exames mais detalhados sobre o coração do feto e, assim, oferecer um pré-natal mais adequado e oferecer intervenções precoces se necessário”, apontou Priest.

 

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