Entenda a gravidez ectópica e como ela pode ser tratada

A gestação extrauterina não pode ser continuada: saiba como lidar com a condição e como buscar ajuda médica

Por Redação Pais e Filhos
13 jul 2025, 17h00
Casal de mãos dadas sobre a mesa diante de médico - infertilidade
 (Thinkstock/Reprodução)
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A gravidez ectópica, também conhecida como gestação extrauterina, ocorre quando o embrião se implanta fora do útero, fora do local ideal para o desenvolvimento fetal. A forma mais comum desse tipo de gestação é quando o óvulo fertilizado se fixa em uma das trompas de falópio, mas também pode ocorrer, embora mais raramente, no ovário, no colo do útero ou na cavidade abdominal.

Essa condição requer atenção imediata, pois não é possível levar a gravidez adiante com segurança fora do útero. Quando não diagnosticada a tempo, pode causar sérios riscos à saúde da pessoa gestante, incluindo hemorragias internas. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para preservar a saúde e a fertilidade.

Além disso, pode se tornar um desafio significativo, pois o desenvolvimento do futuro bebê fora do ambiente ideal para o seu crescimento pode ocasionar complicações sérias, como o descontrole da estrutura tubular e sangramentos intensos. Nesses casos, o desenvolvimento fetal é inviável, já que não há o suporte vital necessário para a sua progressão. É crucial entender que esta é uma situação clínica de urgência, exigindo atenção imediata. Se não abordada prontamente, essa condição pode representar um risco considerável para a vida da pessoa gestante, devido à possibilidade de uma grande perda sanguínea. Por isso, a identificação em estágio inicial é fundamental para que o tratamento seja seguro e resolutivo.

Por que acontece? fatores de risco e razões

Para compreendermos o porquê de uma gestação se desenvolver em um local diferente, é interessante saber que, após a liberação do óvulo, o ovo fertilizado costuma viajar pelas tubas uterinas até se acomodar na cavidade uterina. No entanto, se houver um impedimento na passagem ou uma obstrução nesse percurso, o ovo pode se fixar em outro local.

Existem alguns elementos que aumentam a probabilidade de uma ocorrência gestacional extrauterina. Por exemplo, se a pessoa teve algum prejuízo nas tubas uterinas em virtude de infecções anteriores, procedimentos operatórios ou condições inflamatórias da região pélvica, o risco se eleva. Além disso, quem já passou por um procedimento de laqueadura ou utiliza métodos contraceptivos intrauterinos (o que popularmente chamamos de DIU) também possui uma maior probabilidade de enfrentar essa condição. Experiências de saúde prévias, como a presença de endométrio fora do útero (endometriose), ou até mesmo um histórico de ocorrência anterior de gestação extrauterina, são indicadores de risco elevado. O reconhecimento desses elementos pode auxiliar no acompanhamento mais próximo desses indivíduos considerados mais vulneráveis.

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Reconhecendo os sinais: sintomas e diagnóstico

Os indícios de uma gestação fora do padrão podem variar bastante. Contudo, os mais comuns incluem um desconforto na parte baixa do abdômen e a perda de sangue pela via íntima. Algumas pessoas podem, inclusive, interpretar essa perda sanguínea como um ciclo menstrual regular, o que acaba por adiar a identificação da condição. Se a área de fixação da gestação extrauterina se desintegrar, a pessoa pode sentir uma sensação dolorosa aguda no abdômen, acompanhada de vertigem e, em casos mais sérios, perda de consciência devido à hemorragia interna.

Para chegar a um diagnóstico preciso, geralmente se utiliza um exame para confirmar a gestação e uma avaliação ultrassonográfica por via interna para verificar onde o conceito está situado. Em situações de suspeita, mas sem uma certeza diagnóstica total, dosagens sanguíneas para medir a quantidade do hormônio da gestação (hCG) podem ajudar a confirmar a gestação extrauterina. Em algumas circunstâncias, pode ser preciso realizar um procedimento exploratório por vídeo (laparoscopia) para uma observação ocular direta do que está acontecendo internamente.

Caminhos para o tratamento

Uma vez identificada, a intervenção para uma gestação que se desenvolve em local incomum pode ser clínica ou por procedimento operatório, conforme o estágio e o local da fixação. Se detectada precocemente, o uso de medicação como o metotrexato pode ser bastante eficaz, provocando a dissolução do material da gestação. Nesse caso, o acompanhamento da concentração do hormônio gestacional é realizado para confirmar o sucesso da abordagem.

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No entanto, em situações de comprometimento tecidual, ou quando a medicação não é a escolha adequada, é preciso recorrer a um procedimento operatório para retirar a gestação anômala. A cirurgia pode ser minimamente invasiva, utilizando a laparoscopia, ou, em casos mais complicados, envolver uma abertura maior do abdômen, conhecida como laparotomia. Sempre que possível, os médicos buscam a manutenção da integridade da tuba uterina para preservar a capacidade reprodutiva futura da pessoa.

Depois do tratamento: recuperação e acompanhamento

Após a intervenção, é fundamental que a mulher seja acompanhada de perto para garantir seu total restabelecimento e para prevenir problemas futuros. Esse acompanhamento pode incluir reavaliações com dosagens hormonais e exames de imagem, como ultrassonografias. Para indivíduos com tipagem sanguínea Rh negativo, pode ser necessário receber uma aplicação extra de imunoglobulina para evitar dificuldades em futuras gestações.

Finalmente, é importante lembrar que o bem-estar psicológico é fundamental. Uma gestação que não segue da maneira que é esperada pode ser um momento desafiador para a pessoa. O apoio de pessoas próximas, como amigos e familiares, e de especialistas da saúde mental é essencial para a total superação desse período e para uma recuperação completa.

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