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Em busca da maternidade ideal para a hora do parto

O que é importante considerar na hora de escolher o local em que seu filho irá nascer? Para ajudá-la a fazer a opção mais acertada, ouvimos especialistas.

Por Suzana Dias (colaboradora)
Atualizado em 3 fev 2017, 17h20 - Publicado em 3 jun 2015, 14h58

O nascimento de um filho, um momento tão esperado e intenso, merece todo o cuidado. Por isso, é muito natural que haja uma enorme expectativa em torno do local onde o bebê irá chegar ao mundo. As preocupações são várias: excelência no atendimento médico, boa estrutura de equipamentos e aparelhos, equipe de enfermagem capacitada e por aí vai… Então, nada de afobação. Assim que entrar no terceiro trimestre de gravidez, reserve um tempo para discutir com seu médico sobre onde será o parto e conhecer algumas maternidades.

A decisão cabe apenas a mim?

Não mesmo. E é bom que seja assim. Mesmo que o parto seja pago particularmente, é importante que a instituição seja familiar ao obstetra. “A paciente deve perguntar ao seu médico quais são as maternidades em que ele está habituado a realizar partos e optar por uma delas. Somente o profissional tem capacidade para saber onde estão os melhores berçários, equipamentos e equipes médica e de enfermagem”, diz o ginecologista e obstetra José Bento de Souza, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Entre as opções apresentadas pelo médico, no caso das grávidas cujo parto será custeado por convênio, ainda é preciso verificar quais as unidades que aceitam seu plano. Ou seja, você tem direito à escolha, mas ela é limitada.

SUS
Já as gestantes que têm seus bebês pelo Sistema Único de Saúde podem se deparar com mais restrições ainda. Acontece que o atendimento médico-hospitalar público não oferece a mesma pluralidade de alternativas que os convênios médicos. Em municípios pequenos, muitas vezes há apenas um local credenciado para fazer nascimentos pelo SUS. Nas cidades maiores, geralmente há a preferência pela realização do parto onde a grávida foi acompanhada ao longo dos nove meses. “É comum, porém, a gestante fazer o pré-natal em um hospital, mas na hora do parto não haver vaga ali e ela acabar sendo encaminhada para outro”, esclarece Jaime Liberman, ginecologista e obstetra, do Rio de Janeiro.

Localização
Verificadas quais são as alternativas viáveis de maternidade, o próximo passo é visitar cada uma delas a fim de definir a melhor opção. Atenção: a localização do hospital pode até ser um fator importante, mas ele não deve ser decisivo. “Muitas mulheres têm receio de não conseguir chegar a tempo quando a maternidade de preferência do médico é longe de sua casa. Mas é preciso lembrar que um trabalho de parto dura em média oito horas, o nenê não irá nascer no caminho, e a paciente será mais bem acolhida onde o obstetra está acostumado”, ressalta José Bento de Souza.

Maternidade vs. hospital
Outra dúvida que costuma surgir é se seria mais aconselhável escolher uma instituição onde exista apenas a maternidade, sem que haja um hospital funcionando no mesmo prédio. Segundo os especialistas, essa característica não é determinante, mas deve-se observar se há o cuidado para prevenir o contágio de doenças infecciosas nos locais mistos. “No mínimo, a maternidade deve estar instalada em um andar diferente das outras especialidades”, alerta Jaime Liberman.

Selo de qualidade
Você sabia que existem alguns selos conquistados pelas instituições que asseguram a excelência do atendimento? Esse diferencial pode ser um critério de desempate na hora de decidir onde ter o bebê. “A exigência para o funcionamento de um hospital é ter a licença concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Porém, tanto no serviço público como no setor privado, os hospitais podem se submeter a processos de acreditação por órgãos especializados, que garantem a certificação de qualidade”, diz Joffre Amim Junior, diretor da Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Parto normal
Aquelas mamães que estão planejando tentar o parto normal devem ficar ainda mais atentas enquanto conhecem as instalações da maternidade. Algumas instituições contam com salas especiais para as gestantes que estão em trabalho de parto e não desejam se submeter à cesariana. O recinto é conhecido como sala de pré-parto, mas, em muitos casos, é lá mesmo que ocorre o nascimento. Diferentemente do quarto, essa sala dispõe de uma estrutura apropriada para o parto, com chuveiro, banheira e cadeiras pensadas para auxiliar no nascimento.

Alojamento conjunto e amamentação
Antigamente, lugar de bebê era no berçário e somente a cada três horas ele era levado ao quarto da mãe para ser amamentado. A posição das maternidades vem se modificando e hoje muitas já oferecem o alojamento conjunto. Nele, o recém-nascido permanece em um berço ao lado da mãe a maior parte do tempo. Entre as vantagens desse sistema, está uma condição mais favorável para o aprendizado da amamentação, tanto para o filho quanto para a mãe. E mais: a convivência próxima desde o início com o bebê torna mais fácil a adaptação à rotina quando a família vai para casa. Ao visitar a maternidade, cheque se há essa possibilidade. Aproveite e pergunte se haverá sempre uma enfermeira especializada em aleitamento em cada plantão. Essa profissional é de grande valia para ajudar o bebê a estabelecer uma boa pegada no seio e ensinar dicas preciosas para a mamãe dar de mamar.

Equipe médica e estrutura
Uma boa maternidade precisa contar com a presença constante dos seguintes profissionais: obstetras, anestesiologistas e pediatras especializados em neonatologia. Se houver outros especialistas, melhor. Verifique também se há leitos de UTI e UTI neonatal. É importante ainda que a instituição disponha de sangue e derivados para transfusão em caso de necessidade, seja de banco próprio, seja de uma fonte terceirizada. “Os exames de imagem essenciais em uma maternidade são ultrassonografia e raio X. Exames mais complexos, como tomografia e ressonância magnética, não são obrigatórios porque podem ser feitos em outro local”, finaliza o médico Joffre Amim Junior.

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