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Crescem as evidências a favor do transplante de útero

Oito bebês nascem na Suécia após as mães terem recebido o novo órgão, mas o procedimento ainda está em fase experimental. Entenda!

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 26 set 2017, 17h56 - Publicado em 25 set 2017, 13h14
Útero e o sistema reprodutor feminino
 (magicmine/Thinkstock/Getty Images)
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A Universidade de Gotemburgo, na Suécia, publicou essa semana um apanhado de seus últimos anos de pesquisa sobre o transplante de útero. Os resultados são animadores: das dez operações feitas pelo grupo, oito resultaram em nascimentos de bebês saudáveis.

O primeiro parto ocorreu em setembro de 2014 e, no último verão europeu (o nosso inverno), os dois últimos bebês chegaram ao mundo. Em uma das mulheres receptoras do novo órgão, o feito ocorreu em dobro: foram dois filhos depois do transplante.

Em todos os casos, as mulheres receberam o útero de uma doadora viva e com algum grau de parentesco entre elas. E as tentativas de gravidez começaram a ser feitas um ano depois da cirurgia, quando o risco de rejeição já estava estabilizado.

A instituição sueca, que é a líder mundial nas pesquisas sobre o assunto, realizou também em 2017 a primeira cirurgia do tipo conduzida por robôs, que aumentam a precisão e diminuem o tempo na mesa de operações. A expectativa é que a tecnologia melhore a técnica, mas ainda é tudo muito novo.

“É um procedimento extremamente complexo que tem demonstrado bons resultados, mas é uma realidade ainda distante dos consultórios”, comenta Arnaldo Cambiaghi, ginecologista diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia , especialista em medicina reprodutiva.

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Posso fazer um transplante de útero?

A  novidade vive sua fase experimental, ou seja, não está disponível ao público. Só é feita em universidades com o aval do poder público e de diversos comitês científicos e de ética.

Tanto que até agora menos de quinze cirurgias foram realizadas no mundo e só uma delas no Brasil, em outubro de 2016, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. A voluntária, de 28 anos, recebeu o útero de uma outra mulher que havia falecido e se recupera bem.

“Mas o procedimento envolve riscos consideráveis para as duas partes, tanto para a doadora quanto a receptora”, alerta Newton. A expectativa é de que, no futuro, ele seja utilizado só em casos como o de mulheres que nasceram sem o útero ou por algum motivo tiveram que retirar o órgão durante a vida e também aquelas com malformações.

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“E na Suécia eles não podem, diferente de como é no Brasil, usar métodos mais fáceis como o útero de substituição, quando o embrião gerado a partir do óvulo da mulher que deseja engravidar e do espermatozoide de seu parceiro é implantado em uma parente”, pondera Cambiaghi. Também chamado de barriga de aluguel, o empréstimo é legalizado no país e considerado por enquanto a melhor alternativa para mulheres com problemas uterinos terem filhos biológicos.

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