Como a alimentação da mãe influencia a saúde genética do bebê
A alimentação durante o período de gestação é essencial para que o bebê se desenvolva com saúde

A alimentação durante a gravidez tem um papel essencial na saúde da mãe e do bebê. Além de fornecer os nutrientes necessários para o desenvolvimento fetal, o que a gestante consome pode influenciar a expressão genética da criança pelo resto da vida. Um estudo publicado na revista científica Genome Biology mostra que uma alimentação inadequada pode causar modificações permanentes no DNA do bebê, alterando a função de genes responsáveis pela proteção imunológica.
Como a alimentação influencia o DNA do bebê
A pesquisa, conduzida por cientistas do Medical Research Council de Londres, da Gâmbia e da Escola de Medicina Baylor, nos Estados Unidos, mostrou que a dieta da mãe pode ativar ou silenciar genes do bebê. Isso acontece porque o funcionamento do sistema imunológico depende da expressão de genes formados pelo DNA, que precisam de nutrientes para se manterem saudáveis.
As vitaminas, minerais e antioxidantes ajudam a preservar o material genético e evitar danos aos cromossomos. Um exemplo disso é a importância do consumo de ácido fólico. Esse nutriente, presente em vegetais verde-escuros como espinafre, couve e brócolis, além de leguminosas como feijão e grão-de-bico, é essencial para a formação do tubo neural do bebê. Deficiências nesse nutriente aumentam o risco de malformações congênitas.
O que evitar na alimentação durante a gravidez
Alguns alimentos podem ter efeitos negativos tanto para a mãe quanto para o bebê. O consumo excessivo de açúcar refinado e farinhas brancas, por exemplo, pode prejudicar a absorção de nutrientes e aumentar a inflamação no organismo. Além disso, o açúcar estimula a produção de insulina, elevando o risco de diabetes gestacional e aumento excessivo de peso no bebê. Também é recomendado evitar adoçantes artificiais como ciclamato, sacarina, aspartame e sucralose. Outros alimentos que devem ser cortados ou reduzidos incluem:
- Gorduras trans: presentes em alimentos ultraprocessados e frituras, podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e obesidade.
- Carnes embutidas e defumadas: podem conter substâncias químicas prejudiciais ao desenvolvimento fetal.
- Produtos industrializados em geral: costumam ter conservantes, corantes e excesso de sódio, que podem afetar a saúde do bebê.
Bebês expostos a uma alimentação materna rica nesses alimentos têm maior probabilidade de desenvolver obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares na vida adulta.
O que incluir no cardápio da gestante
Para favorecer o desenvolvimento saudável do bebê e evitar problemas de saúde no futuro, a gestante deve investir em uma dieta equilibrada e rica em nutrientes.
- Proteínas magras: peixes, frango e ovos ajudam no crescimento fetal e reduzem o risco de parto prematuro.
- Folhas verde-escuras: são fontes de vitaminas do complexo B, fundamentais para o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê.
- Frutas frescas: ricas em antioxidantes e vitaminas, ajudam a fortalecer o sistema imunológico e protegem o DNA contra danos.
- Ômega 3: encontrado em alimentos como sardinha, salmão, chia, linhaça e castanhas, auxilia na formação do cérebro e da retina do bebê.
- Vitamina D: presente em peixes, ovos e cogumelos, contribui para o desenvolvimento ósseo e o funcionamento do sistema imunológico.
- Vitamina C: frutas como acerola, laranja, kiwi e caju ajudam a aumentar a imunidade e potencializar a absorção de ferro, prevenindo a anemia.
Apesar da necessidade de uma alimentação equilibrada, o conceito de “comer por dois” é um mito. O aumento calórico recomendado durante a gravidez é de apenas 200 a 300 calorias por dia, o suficiente para suprir as necessidades do bebê sem causar ganho de peso excessivo para a mãe. Cuidar da alimentação na gestação não é apenas uma questão de bem-estar imediato, mas um investimento na saúde do bebê para toda a vida.