Uma em cada cinco gestantes carrega bactéria que pode ser fatal

Os estreptococos do grupo B são comuns e inofensivos para os adultos, mas estão ligados a quase 150 mil mortes de bebês ao ano.

Por Chloé Pinheiro
15 nov 2017, 18h24
placa de cultura de bactérias senso segurada por uma mão com luva azul. A placa de bactéria tem pontinhas cor de rosa.
 (jarun011/Thinkstock/Getty Images)
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Um estudo acaba de quantificar pela primeira vez o impacto global da infecção por estreptococos do grupo B, condição também conhecida como GBS. O trabalho reuniu mais de 100 pesquisadores do mundo todo, e confirmou algo que outras pesquisas apontavam: a presença desse micro-organismo é comum e perigosa.

Liderado pelo Departamento de Medicina Tropical e Higiene da Escola de Medicina de Londres, a mega investigação resultou em uma estimativa de mais de 20 milhões de gestantes no planeta carregando o estreptococos. Os cientistas também relacionaram o quadro a pelo menos 147 mil mortes fetais ou nos primeiro 90 dias de vida – estimativa considerada por eles conservadora.

Em adultos, a bactéria geralmente vive sem causar problemas, mas no sistema imune ainda em desenvolvimento pode provocar condições sérias como meningite, pneumonia e infecção generalizada. A transmissão acontece ao nascer, quando o bebê está passando pelo canal vaginal da mãe, onde vivem esses estreptococos. “É uma das grandes causas de mortalidade no recém-nascido, pois a bactéria é muito agressiva para o organismo deles e o quadro costuma evoluir rápido”, comenta Patrícia Rozetti, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe em Curitiba.

A boa notícia é que é muito fácil prevenir essa condição tão séria. “As gestantes devem fazer um exame para detectar a presença do estreptococos entre a 35ª e a 37ª semanas e, caso dê positivo, tomar antibióticos quatro horas antes do parto”, explica Patrícia. Quatro horas pontualmente. Caso os remédios sejam ingeridos muito tempo antes, há a chance do estreptococos B voltar a colonizar o local. “E se for tomado uma hora antes do parto, por exemplo, não fará efeito até o nascimento”, destaca Patrícia.

O teste que encontra o micro-organismo é minimamente invasivo: uma espécie de cotonete recolhe a amostra da secreção vaginal da mãe e analisa depois em laboratório se a bactéria vive ali. Para as gestações de gêmeos, a análise é indicada um pouco antes, por volta da 32ª semana.

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