Água: por que você deve aumentar o consumo durante a gravidez

Líquido amniótico, aumento do volume de sangue, necessidade de se livrar de toxinas... Agora que espera um bebê, você precisa caprichar na hidratação.

Por Marina Valle e Cristiana Gomes (colaboradoras)
Atualizado em 17 mar 2017, 18h55 - Publicado em 11 jun 2015, 10h45
michaeljung/Thinkstock/Getty Images
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Sim, você já sabe: água é fundamental para o bom funcionamento do organismo e até para sua beleza. O que você talvez ainda não saiba é que, nos próximos nove meses, ela será importante também para melhorar a circulação sanguínea e a irrigação do útero e da placenta; manter o líquido amniótico em níveis adequados; estabilizar a pressão arterial; e eliminar toxinas que aumentam o risco das perigosas infecções urinárias.

Com tantos benefícios, a recomendação é beber de 1,5 a 2 litros de água por dia, à medida que sente sede. Se você já tem o hábito, vai ser fácil. Senão, precisará se disciplinar para cumprir essa meta. É água demais? Diversifique! “Embora ela seja o líquido mais rapidamente absorvido, sucos, frutas e alimentos com alto teor hídrico também ajudam a manter uma hidratação adequada”, garante o nutrólogo Fernando de Assis Valle, de São Paulo.

Mantendo o nível

Boas opções para você se hidratar e ainda extrair benefícios adicionais para sua gravidez:

Sucos
Prefira os naturais, ricos em vitaminas, livres de corantes e de açúcar em excesso. O suco de limão, por seu sabor azedinho, ajuda a aliviar as náuseas dos primeiros meses. A água de coco, rica em sais minerais e nutrientes, atenua o enjoo e a azia, além de atuar como um isotônico natural, regulando o equilíbrio dos líquidos no organismo. E sucos de futas ricas em fibras, como laranja, ameixa e abacaxi, combatem o intestino preso, incômodo frequente a partir do segundo trimestre da gravidez.

Beba muito leite

Além de ser um alimento poderoso, ele concentra 90% de água. Sem falar nas proteínas e no cálcio – cuja demanda cresce bastante na gravidez. Prefira as versões desnatadas ou semidesnatadas, que contêm menos gordura. Para variar, aposte em vitaminas com leite e nos smoothies, que levam frutas batidas com iogurte.

Fila para o sopão
Caldos e sopas preparados com verduras, legumes e carne hidratam e ainda fornecem minerais e proteínas. Só maneire nos cremes à base de queijo e nas receitas com muita batata e macarrão, que tendem a ser calóricas demais.

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Se beber, não faça!

1. Evite líquidos durante as refeições
O obstetra Marco Aurélio Galleta, do Hospital das Clínicas de São Paulo, ensina que você deve ingerir os líquidos nos intervalos, fracionadamente. “Com o aumento do útero, o estômago da grávida é pressionado, ficando com uma capacidade menor e um funcionamento mais lento. Não cabe tudo o que ela consumia antes, principalmente no final da gravidez. Por isso, a recomendação é comer e beber de pouquinho”, explica o médico.

2. Não caia na lenda dos inchaços
Na verdade, a água ajuda a combater a retenção de líquidos causada pelos hormônios da gestação. “Ficar muito tempo de pé ou exagerar no sal é que pode piorar o desconforto”, afirma Galleta. O obstetra lembra que o inchaço é um sintoma natural na gravidez. Só é preciso ficar alerta se ele for excessivo, não diminuir após um período de descanso e atingir, além de pés e pernas, também mãos e rosto. Caso desconfie de algo anormal, comente com seu médico na próxima consulta do pré-natal, para que ele possa averiguar o risco de complicações como pré-eclâmpsia e trombose.

3. Previna-se contra apertos
Se sabe que vai enfrentar um congestionamento, que terá de encarar uma longa reunião de trabalho ou deseja garantir uma boa noite de descanso, suspenda o consumo de água cerca de uma hora antes. Assim, não precisará sofrer com a urgência de buscar um banheiro para fazer xixi nem ficar com o sono entrecortado. “O útero aumentado pressiona a bexiga e faz a grávida ter muito mais vontade de urinar, especialmente nos últimos meses. Como o corpo tem reservas, dá para ficar sem água por algumas horas”, diz a ginecologista Carolina Ambrogini, da Universidade Federal de São Paulo.

Campeões da hidratação

Enriqueça o cardápio com frutas e hortaliças que têm alta concentração de água:

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  • Alface – 95%
  • Tomate – 94%
  • Melancia – 92%
  • Couve-flor – 92%
  • Melão – 90%
  • Abacaxi – 87%
  • Laranja – 87%
  • Goiaba – 86%
  • Maçã – 83%
  • Pera – 80%

Esses não!

Nem tudo o que você bebe vai beneficiar sua hidratação. Veja que vilões devem ficar de fora!

Suspenda o copo
Todas as bebidas alcoólicas prejudicam a gestação. “No máximo, o obstetra pode liberar uma taça de vinho em ocasiões especiais. Nada além disso”, diz Fernando Valle.

Alerta às bolhas
Refrigerantes e bebidas gaseificadas, inclusive água, agridem o esmalte dentário, aumentando o risco de cáries, e podem dificultar a absorção de nutrientes. Se faz questão de algo docinho e hidratante, prefira sorbets e picolés de frutas, preparados à base de água.

Controle chá e café
“A gravidez aumenta a sensibilidade à cafeína. Ingerir mais do que duas xícaras pequenas ao dia pode causar agitação e taquicardia na mãe e no feto”, alerta Marco Galleta. E, segundo Carolina Ambrogini, os chás preto e verde devem ser cortados. O primeiro por concentrar muita cafeína, e o verde por inibir a ação do ácido fólico, essencial para a formação do sistema nervoso do bebê.

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