A parentalidade traz tantos desafios e tantas alegrias, que é difícil abrir mão de comemorar cada vez que seu filho completa mais um ciclo na vida. Que criança não conta os dias para a chegada da sua festa de aniversário, nem que seja o famoso “só um bolinho”? Aliás, levante a mão que nunca planejou fazer “só um bolinho” e acabou se empolgando, encomendando decoração, chamando um número maior de pessoas do que o previsto e, quando foi ver, lá se foi o limite do cartão! Para evitar esse sufoco e não precisar deixar de celebrar do jeito que seu pequeno merece, é necessário focar no planejamento.
“O primeiro ponto a definir é o orçamento, ou seja, quanto você pode gastar”, diz a designer de festas Carol Brandão (@carolbrandaodecor). E aqui é importante ser realista. Sente, faça as contas e foque nas possibilidades reais. Não adianta promover uma festa incrível, para 100 pessoas, e depois passar meses com a conta no vermelho, certo? A partir desse valor, dá para definir se vai ser uma festinha ou um festão e, aí sim, partir para a organização. Data, horário, local, tema… Tudo isso interfere no preço final. Para ajudar você a se programar melhor e não extrapolar nas finanças, Carol dá sete dicas. Vem ver!
1. A lista de convidados
“Quanto menos pessoas temos na lista de convidados, melhor. Pelo menos, quando a ideia é economizar”, afirma a especialista. Mesmo que a festa não seja em um buffet, tudo é calculado de acordo com o número de convidados. “Isso vale para o tamanho do salão, o tamanho da mesa do bolo, a quantidade de doces, de salgados, de bebidas…”, lembra ela. Por que não focar em chamar quem é mais especial para seu filho e faz parte da vida dele, em vez de querer agradar adultos que nem ligam para a criança durante o resto do ano?
2. Festa infantil apenas para crianças
Outro recurso para deixar a festa mais barata é convidar apenas as crianças, em vez de chamar os pais também. “Ajuda a economizar muito. Imagine que você vai convidar 15 amiguinhos da escola. Se considerar os pais de cada um, já são mais 30 pessoas”, diz Carol. Mas atenção! “Só recomendo que isso seja feito a partir dos 5 anos de idade, quando os pequenos já têm mais autonomia, já vão ao banheiro sozinhos, comem e pedem para você caso queiram ir embora ou ligar para a mãe”, continua.
Ela também reforça que, nesse caso, é ainda mais importante garantir que o local seja seguro (o salão do prédio tem acesso ao estacionamento ou à área das piscinas, por exemplo?). Lembre-se de que os pais do aniversariante são os responsáveis por todas as crianças enquanto elas estiverem na festa.
3. O local da comemoração
A escolha do lugar onde a celebração vai acontecer também faz toda a diferença no valor final. Para começar, é preciso pensar nas possibilidades, no valor disponível e no número de pessoas que você já fechou na lista de convidados. “Há salões de prédio que comportam 30 ou 40 pessoas. Há buffets que acomodam 100”, explica a especialista.
Festas ao ar livre, em parques ou praças, são econômicas, divertidas para as crianças e comportam mais gente? Teoricamente, sim, mas, antes de decidir por essa alternativa é preciso considerar alguns pontos, como a segurança dos pequenos, se os pais não estiverem presentes (algo sobre o qual falamos acima). Carol lembra também que é importante ter uma alternativa para o caso de esfriar muito ou chover, o que talvez até encareça a ideia. “Às vezes, esse plano B envolve locar uma cobertura ou pensar em um salão. Pode sair mais caro. Além disso, quando não há para onde correr, você pode se estressar e acabar estragando aquele dia que é tão especial e para o qual preparou tudo com todo o carinho”, reforça. Reflita sobre isso.
4. A escolha da data
Agora que você já tem o número de convidados e uma ideia do local, pense no dia exato em que pretende fazer a festa. “Para economizar, o ideal é fugir de datas comemorativas, como Dia das Mães, Dia dos Namorados, etc. Tudo acaba saindo mais caro nessas épocas: flores, chocolates, entregas – por conta do aumento da demanda”, diz a designer. Caso a criança faça aniversário perto de alguma dessas ocasiões, avalie a possibilidade de celebrar um pouquinho antes ou um pouquinho depois.
5. Mão na massa
De acordo com a especialista, a festa fica muito mais barata quando a família se envolve e customiza os itens de decoração, em vez de alugar ou usar serviços de “pegue e monte”, que é quando você aluga uma caixa temática e coloca tudo o que vem ali em cima da mesa. “Às vezes, fica até mais bonito e traduz melhor a identidade da criança, que vai ficar mais feliz”, diz ela.
6. Tema econômico
Até a definição do tema pode ajudar a cortar gastos, sabia? “Se você tem um salão de festas com uma decoração mais rústica, por exemplo, o ideal é aproveitar aquela base e escolher um tema que aproveite o visual que já existe naquele espaço”, explica. “Nesse caso, se você for fazer uma festa da Cinderela, pode ter que gastar mais para deixar o ambiente parecido com o tema. Já se optar por um tema como Fazendinha, vai gastar menos, porque aproveita melhor a decoração do local”, sugere.
E se a criança já estiver decidida por um tema específico que não tem a ver com o espaço? Existem duas opções: ou você tenta convencer seu filho, com aquele jeitinho que toda mãe/todo pai consegue ter (lendo histórias, fazendo atividades e falando mais sobre a decoração que acredita ser mais fácil) ou você adapta o tema que ele escolheu às condições que tem.
7. As mágicas 14h
Segundo Carol, existe até um horário mais indicado para começar a festa quando você quer economizar. “O melhor é marcar às 14h, sempre”, recomenda. Mas por quê? “Nesse horário, não é preciso servir nem almoço e nem jantar. Se você marca às 13h, os convidados esperam que vão almoçar. Então, além da comida, é preciso ter mesas, pratos, talheres, toalhas… E isso acaba encarecendo a festa. O mesmo vale para o jantar”, aponta. É possível servir lanchinhos mais econômicos, como cachorro-quente, pipoca, hamburguinho, milho e pão de queijo.
“Também é bom ter em mente que a festa deve considerar o horário das crianças. Muitas vezes, quando os pais deixam para começar por volta das 19h, 20h, o parabéns é cantado às 22h, 23h. Aí, a criança já está estressada, cansada, não quer tirar foto, não quer cantar parabéns nenhum e já está morrendo de sono”, completa. Os pequenos têm mais energia durante o dia.