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Slime caseiro pode ter intoxicado menina de 12 anos internada em São Paulo

Mãe fez alerta no Facebook e viralizou. Especialistas já alertavam sobre os perigos de diversos ingredientes usados na mistura que virou febre na internet.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 23 Maio 2019, 18h03 - Publicado em 23 Maio 2019, 16h10

Circula na internet a informação de que uma criança de 12 anos está internada em São Paulo com um quadro de gastroenterite — inflamação do aparelho digestivo que causa febre, dores abdominais, vômito e diarreia. Em post feito ontem no Facebook, sua mãe, Cris Pagano, explicou que a menina fazia slimes todos os dias e teve uma intoxicação provocada por bórax, um dos ingredientes da gosma colorida que é sucesso entre as crianças.

Classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como altamente tóxico, o bórax é usado na fabricação de produtos de limpeza e inseticidas. Para o preparo do slime, ele costuma ser diluído em água. Entre as reações adversas do contato excessivo com o produto, segundo a entidade, estão náuseas, vômitos, lesões na pele, cólicas e mesmo quadros mais graves, como queda de pressão sanguínea e choque.

 

O slime caseiro costuma ser ensinado pelas próprias crianças em vídeos no Youtube. Além do bórax, o brinquedo leva água boricada, cola branca, cosméticos, corantes e sabão em pó, substâncias que podem ser tóxicas aos pequenos. Nem todo mundo terá uma reação adversa ao brincar com um slime caseiro, mas, como não há padronização na quantidade desses componentes, é preciso tomar cuidado no manuseio dele.

(Youtube/Reprodução)

Em entrevista à Revista SAÚDE, o médico Nelson Guilherme Bastos Cordeiro, do Departamento Científico de Dermatite Atópica e de Contato da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), diz que o risco vai de queimaduras a reações alérgicas, passando ainda por complicações respiratórias e irritação nos olhos.

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Não é de hoje que os slimes caseiros chamam a atenção dos especialistas. Em 2018, a ONG Proteste, emitiu um alerta sobre o tema, ressaltando que, mesmo que apenas substâncias atóxicas como cola e bicarbonato sejam utilizadas, não dá para garantir que o produto final será inofensivo. Xampu e espuma de barbear, por exemplo, podem gerar dermatite de contato em crianças.

O ideal é apostar nas versões industrializadas, que vêm com o selo do Inmetro, o que indica que já tiveram sua segurança comprovada em testes. Elas são vendidas já prontas ou em kits para preparar em casa, mas com um processo de produção controlado. Mesmo elas não devem ser usadas antes dos três anos — quando o risco de ingestão é maior.

Caso queira testar uma receita, se certifique de que sua composição é segura, supervisione o processo todo e, de preferência, luvas de proteção nos filhos. Se uma reação alérgica aparecer, lave a área com água corrente ou soro gelado e procure um médico.

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