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O que é o Dia da Internacional da Menina?

11 de outubro é uma data muito especial – e não só porque antecede o Dia das Crianças!

Por Flávia Antunes
11 out 2021, 11h50

Você sabia que 11 de outubro é o Dia Internacional da Menina? Mais um motivo para o mês das crianças ser tão especial!

A data foi criada em 2012 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com um objetivo muito nobre: chamar a atenção para os direitos das meninas e jovens mulheres de todo o mundo. Ao incluir a celebração no calendário, o órgão quis marcar os progressos já realizados nesse campo e enfatizar que medidas para eliminar a desigualdade de gênero continuem acontecendo.

A maior preocupação é em relação à taxa de gravidez entre as pré-adolescentes. Em relatório divulgado em 2018 pela ONU, o índice estimado foi de 46 nascimentos para cada mil meninas de 15 a 19 anos.

No Brasil, a taxa é de 68,4.  O número fica ainda mais alarmante quando consideramos que relações sexuais antes dos 14 anos são classificadas pela legislação brasileira como estupro de vulnerável, ou seja, crime digno de pena.

Outro tópico é a maternidade, que continua sendo a única opção de vida para muitas jovens. O “ser mãe” deixa de ser algo prazeroso para se tornar um mecanismo de reprodução de padrões de exclusão e pobreza. Isso porque a maioria dessas novas mamães acabam não frequentando a escola e nem trabalhando, e muitas gestações são fruto de violência e exploração sexual. No Brasil, quase 80% dos casos de denúncias recebidas pelo serviço Disque 100 em 2010 relatavam esses abusos.

Como se não bastasse, a falta de acesso a serviços de saúde aparece como um agravante. A mortalidade materna é uma das principais causas da morte entre adolescentes e jovens de 15 a 24 anos na região das Américas. Em 2014, por exemplo, morreram cerca de 1,9 mil adolescentes e jovens por problemas de saúde durante a gravidez, parto e pós-parto.

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“A falta de informação e o acesso restrito a uma educação sexual integral e a serviços de saúde sexual e reprodutiva adequados têm uma relação direta com a gravidez adolescente. Muitas dessas gestações não são uma escolha deliberada, mas a causa, por exemplo, de uma relação de abuso”, declarou Esteban Caballero, diretor regional do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para América Latina e Caribe, para a  ONUBr

“Reduzir a gravidez adolescente implica assegurar o acesso a métodos anticoncepcionais efetivos”, complementa ele.

Em nota divulgada na plataforma ONU News, os desafios foram enfatizados. “Todos os anos, 12 milhões de meninas casam-se antes de completar 18 anos de idade. Cerca de 130 milhões ainda estão fora da escola e quase 15 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos são forçadas a uma experiência sexual”. 

Apesar disso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) destaca alguns progressos nessas décadas. Segundo a agência, “as meninas estão rompendo fronteiras impostas por estereótipos, incluindo crianças com deficiência e outras que vivem em comunidades marginalizadas.”

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Em 2020, o mundo celebrou os 25 anos da primeira Conferência Mundial sobre Mulheres, com o tema central “Acelerando a realização da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas”. 

Em 2021…

Na busca incessante por diminuir a desigualdade, em 2021, a ONU trouxe luz para mais um aspecto que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas às mulheres e meninas: a diferença no acesso à conectividade.

Segundo o Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, os meninos estão quatro vezes mais conectados do que as garotas, que possuem menos aparelhos celulares e têm menos acesso a internet. E a desigualdade neste assunto só aumenta: entre 2013 e 2019, a diferença subiu e pode chegar a 43% em países menos desenvolvidos.

Isso tem um impacto na empregabilidade desta garota iniciando no mercado de trabalho, além de reverberar no acesso à informação, na saúde reprodutiva e autonomia corporal e física, já que limita seu universo de conhecimento.

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