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Isabella Fiorentino fala sobre prematuridade dos filhos trigêmeos

"Tudo depende de como você vai estimulá-lo e enxergá-lo. Se tiver pensamento positivo, o seu filho vai se desenvolver", disse a apresentadora.

Por Luísa Massa
Atualizado em 17 nov 2017, 19h38 - Publicado em 17 nov 2017, 18h00

Assim que recebeu a notícia de que estava esperando trigêmeos, Isabella Fiorentino redobrou os cuidados na gestação. Infelizmente, um parto prematuro não estava fora de cogitação. Apesar disso, ela foi surpreendida ao dar à luz com 27 semanas. Nicholas, Bernardo e Lorenzo, hoje com 6 anos, nasceram prematuros extremos e ficaram três meses internados.

Nesta sexta-feira, 17, o Bebê.com.br realizou uma entrevista exclusiva com a artista no evento produzido pela Pampers, em São Paulo, para apresentar a primeira linha brasileira de fraldas feitas exclusivamente para os bebês que nasceram antes das 37 semanas. No bate-papo, a apresentadora do programa “Esquadrão da Moda”, do SBT, falou sobre as dificuldades que enfrentou. Confira:

Sabemos que na gestação de gêmeos e trigêmeos há mais chance dos bebês nascerem prematuros. De certa forma, você se preparou para isso? Era algo que o médico conversava com você?

Isabella Fiorentino (I.F.): Sim, me preparei. Quando descobri que estava grávida, eu comprei todos os livros do parto do Leboyer [obstetra francês] e queria ter parto normal. A minha mãe teve seis filhos de parto normal. Minha irmã teve dois, minha outra irmã quatro – todo mundo fez parto natural. Essa era a minha ideia. Só que no primeiro ultrassom, quando eu descobri que eram trigêmeos univitelinos, o médico já falou: ‘Isabella, esquece porque não vai dar para ser natural’. E aí eu já me preparei para eles nascerem prematuros. Desde do comecinho da gravidez eles corriam vários riscos porque tinha só uma placenta com os 3 cordões, então poderia ter transfusão feto-fetal, que é quando os bebês não recebem o alimento, e várias outras complicações. Com 12 semanas [o exame de] translucência nucal de um dos meninos deu alterado e suspeitaram de síndrome de down. Só que se um fosse down, os três seriam down. Depois, [outro exame] deu negativo para a síndrome, mas poderia ser um problema cardíaco e fiquei investigando. Então a minha gravidez inteira foi bem complicada. Quando eu fui internada – porque ia ficar dois meses no hospital até eles chegarem – eu tinha certeza de que eu ia segurar porque estava tudo muito bem, mas depois de uma semana a bolsa estourou e eles tiveram que nascer.

E como foi o período em que eles ficaram na UTI? Como você conseguiu administrar a situação com três filhos internados?

(I.F.): Isso foi o mais chato porque quando é um bebê, você está 100% [disponível] para ele. No meu caso, que eram três, cada um recebeu alta em uma semana. Mas na verdade, eu não queria sair do hospital. Queria ficar lá o máximo que pudesse porque tinha a segurança das enfermeiras, de toda a monitorização dos pequenos. Mas quando estava chegando o dia da alta do meu primeiro filho, eu falei: ‘meu deus, o que que eu vou fazer?’. E eu amamentei os três até 9 meses. Eles mamaram só com 34 semanas, mas antes foram alimentados pela sonda com o meu leite. E como eu amamentava, imagina fazer isso com três? Na UTI era uma loucura, já ficava com o peito de fora para amamentá-los. [Conforme iam recebendo alta], eu precisava ir para casa para dar de mamar e voltar para o hospital. Vivi isso durante 3 semanas. Mas deu certo: primeiro saiu o Nicholas, que foi o menor, depois o Bernardo e por último o Lorenzo.

O que você tem a dizer para as mães de prematuros?

(I.F.): Para elas confiarem porque independentemente de como os filhos vão sair do hospital, tudo vai dar certo. Se tem uma sequela – mesmo que seja mínima – é só entrar com terapia. Se você começa a estimular essa criança, ela tem grandes chances de ‘correr atrás do prejuízo’. Então sem desespero porque não existe diagnóstico fechado para prematuro – ‘olha, ele não vai fazer tal coisa’: isso não existe. Tudo depende de como você vai estimulá-lo e enxergá-lo. Se você tiver pensamento positivo, olhar as coisas boas, o seu filho vai se desenvolver. A gente tem muitos casos de exame de imagem que mostram o cérebro de uma criança que teve algum problema e você a vê clinicamente e parece que o resultado não condiz com [o estado] da criança. Então a gente precisa acreditar e se dedicar para os nossos filhos. Eu acho que colocamos muito trabalho em primeiro lugar, só que nessa primeira infância é tão importante a mãe estar presente. Por isso, como a Tainá Müller falou no evento sobre a importância da licença-maternidade, inclusive a estendida para mães de prematuros. Temos que estar com essas crianças o máximo possível.

E hoje em dia como estão os seus filhos? Eles são unidos?

(I.F.): Muito unidos, são grudados! E ajudam o irmão porque o Lorenzo [que sofreu uma hemorragia cerebral quando era recém-nascido e possui dificuldades motoras] anda com andador, então eles estimulam, querem jogar bola com ele. Eles até parecem que são os irmãos mais velhos do Lorenzo.

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