Estudo confirma que as pessoas amam criticar as escolhas das mães
E como resultado disso, quase metade delas se sente ansiosa. Veja dicas de como lidar com os comentários e palpites e viva a maternidade em paz!
É difícil achar uma mulher que nunca ouviu um conselho – que não pediu! – sobre como fazer seu filho comer ou parar de chorar. Pois uma nova pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, acaba de confirmar o que as mães já suspeitavam: as críticas de terceiros são muito comuns e podem mais atrapalhar do que ajudar.
Ao analisar relatos de 475 mães norte-americanas de crianças pequenas, o grupo descobriu que seis em cada dez já tinham recebido algum comentário negativo sobre o modo como criam os filhos. E os maiores críticos foram as pessoas próximas: cônjuge, o outro genitor da criança e os avós, que foram os líderes de reclamações.
O problema é que o excesso de palpites pode ser prejudicial. Mais da metade das entrevistadas acredita receber muitos julgamentos e pouco reconhecimento pelo trabalho na criação do filho e 47% delas já se sentiram inseguras sobre seu desempenho.
“É cultural, as pessoas criticam mesmo, mas o peso dessas críticas torna a maternidade pesada”, comenta Elizabeth Monteiro, psicóloga e autora do livro A culpa é da mãe, que trata sobre a pressão destinada quase exclusivamente às mães. “Uma mãe que pensa que erra é infeliz consigo mesma e isso impacta negativamente nela e na criação dos filhos”, explica Elizabeth.
O trabalho também mostrou que não é preciso ser próximo para opinar: 14% das entrevistadas afirmaram ter recebido comentários espontâneos de amigos, 12% de mães que encontram em público e ainda 7% em comentários nas redes sociais. Ao se depararem com as sugestões, grande parte questionou a informação com um profissional de saúde para responder ao “palpiteiro” em questão.
Para as críticas não pesarem
O tópicos sobre os quais parentes e amigos mais adoram intervir é a disciplina, com 70% das mães afirmando que já receberam críticas de terceiros sobre o assunto. Alimentação, leite materno versus mamadeira, sono e segurança do bebê foram outros temas frequentes na pesquisa. Mas é preciso filtrar o conteúdo do que se ouve. “O que serve para uma família não necessariamente funciona na outra, então não existe um manual de como ser mãe ou criar uma criança”, afirma Elizabeth.
Mesmo que a pessoa esteja bem intencionada, se a sugestão for recebida como uma crítica o efeito negativo tende a ser o mesmo. Esse ponto foi confirmado pela nova pesquisa. Os pesquisadores notaram que opiniões não solicitadas, especialmente vindas de pessoas próximas, podem ser interpretadas como um sinal de que a mãe não está fazendo um bom trabalho.
“Se a mãe não é negligente ou agressiva ela já é uma boa mãe e precisa se convencer de que está fazendo seu melhor para conseguir viver feliz. Não existe mãe perfeita”, aponta Elizabeth. Praticar o autoperdão e refletir sobre a divisão de tarefas são táticas que podem ajudar no processo de se livrar da culpa. “O papel também é do pai”, relembra a psicóloga, que também escreveu o livro Cadê o pai dessa criança?, que discute a parcela masculina da responsabilidade na criação dos filhos.