Há dias em que parece que nada adianta. Você enrola o bebê como um charutinho, desenrola, canta, dança, anda para lá e para cá, tem vontade de chorar junto com ele até que o pequeno finalmente dorme. No entanto, quando o coloca na cama… O choro volta com tudo. Se você tem um filho nos primeiros meses de vida, é provável que tenha passado por isso recentemente. Mas calma! A situação é tão normal que virou até objeto de pesquisa em um instituto japonês, o RIKEN Center for Brain Science, resultando em um artigo publicado na revista científica Current Biology.
No experimento, os estudiosos observaram 21 bebês de zero a sete meses de idade, examinando quatro formas para diminuir o choro a partir da ação da mãe: segurar a criança e caminhar, segurá-la e sentar, colocar o bebê no berço e deixá-lo lá, colocar o bebê no berço e balançá-lo.
Os resultados mostraram que as duas situações em que houve movimento (andar com a criança e balançá-la no berço) foram eficazes no efeito calmante, diminuindo os batimentos cardíacos do pequeno, enquanto as outras duas formas (carregar o bebê sentada e apenas colocá-lo no berço) não tiveram resultado positivo.
Para os pesquisadores, isso aponta que o contato materno por si só não é suficiente. É preciso movimentar a criança. Mas no experimento, assim como na vida real, foi observado que, quando as mães tentavam passar o bebê para a cama, o chororô voltava – mesmo que a ação fosse feita de forma lenta e suave.
Como colocar o bebê no berço
A maneira “ideal” de contornar o problema, segundo os estudiosos, estaria no cronômetro. Depois que o pequeno se acalma, a recomendação é permanecer sentada com ele no colo de cinco a oito minutos e só então colocá-lo no berço.
O estudo sugere que essa janela de tempo é o que o levamos para cair em um sono mais profundo, ou seja, o “truque” está em esperar a criança adormecer de vez, e não no jeito com que ela é transferida de lugar. “Eu tenho quatro filhos e liderei esse experimento. Mas nem eu mesma poderia prever os resultados até termos as estatísticas. Porque a fisiologia infantil é inesperadamente complexa e nossa intuição é muito limitada. É por isso que precisamos da ciência”, afirmou a principal pesquisadora do estudo, Kumi Kuroda, em um vídeo institucional.
Certamente, cada família vai encontrar a forma ideal de acalmar o filhote, porém, naqueles dias em que nada parece resolver, talvez não custe tentar.