Criando meninas para que sejam mulheres fortes no futuro

Estimular as crianças a refletirem sobre questões de gênero e incluir esse tipo de discussão na educação dos filhos deve começar ainda na infância. É o que opina Nívea Salgado, autora do blog Mil Dicas de Mãe. Confira!

Por Nívea Salgado (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 07h43 - Publicado em 6 mar 2015, 18h27
Helga Silva
Helga Silva (/)
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Desde que eu era pequenininha, eu olhava para minha mãe e a considerava uma super-heroína. Eu admirava sua força, determinação e imaginava se um dia conseguiria ser como ela. Costumo dizer que venho de uma família de mulheres fortes: minha bisavó – numa época em que mulher alguma ousava trabalhar fora – tinha uma profissão e ganhava o seu dinheirinho. O mesmo aconteceu com minha avó, que se tornou viúva muito cedo e, a duras penas, teve de se tornar o arrimo da família. Esses foram os exemplos que minha mãe seguiu e acabou crescendo com o mesmo perfil. Se hoje posso dizer que me sinto uma mulher decidida, que corre atrás de seus sonhos, eu devo muito a elas.

Minha mãe nunca me disse que eu não conseguiria fazer algo apenas por ser mulher. Muito pelo contrário: ela reforçava a ideia de que, com perseverança e muito trabalho, eu conquistaria os meus objetivos. E é exatamente isso o que hoje eu tento passar para minha filha Catarina, de apenas quatro anos. Se atualmente eu pudesse desejar algo a ela seria que ela nunca duvidasse de seu próprio valor.

Para mim, a criação de uma menina forte começa ainda na infância: mostrando que ela não é menos (nem mais) por ser mulher.

E não adianta mostrar isso apenas às nossas filhas – também temos que ensinar os meninos! Para que eles aprendem a respeitar o sexo oposto e,  ainda, para que no futuro não se sintam perdidos, sem saber como lidar com mulheres que não aceitam mais o papel de submissão (e que esperam dos homens o parceiro que as acompanhará em todas as esferas de suas vidas – inclusive nas tarefas da casa e nos cuidados com os filhos).

Talvez você esteja se perguntando: “mas como fazer isso? Falar é fácil, difícil é fazer”. E a minha resposta é: derrubando os muros que separam o mundinho cor-de-rosa das meninas e o azul dos meninos. Podemos começar deixando que nossos filhos brinquem de cozinhar (não seria ótimo uma geração de homens que sabem preparar o jantar?), enquanto nossas filhas brincam de construir (porque a pequena pode querer ser uma engenheira – e das melhores!). Podemos solicitar de um filho e de uma filha a mesma ajuda para arrumar a mesa, lavar a louça ou fazer suas camas. Podemos dar as mesmas condições a eles – ou só porque é menino pode ganhar um carro quando completa 18 anos, enquanto a irmã recebe um sonoro “não”?

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Com isso, não estou querendo dizer que meninos e meninas são iguais (porque, obviamente, não são). Nem que meninas precisam perder sua feminilidade para que se tornem fortes. Apenas acredito em um mundo onde as diferenças são respeitadas e no qual haja, de fato, colaboração entre gêneros – e não competição!

Nós, mães e pais, podemos ajudar nessa mudança. Eliminando nossos próprios preconceitos e permitido que meninos e meninas cresçam em um único mundo – mais compreensivo, mas colaborativo e feliz. Que tal começarmos nesse exato momento?

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