“A experiência de viajar com o meu bebê de avião”

Muitos pais ficam tensos na primeira viagem do filho. Confira o relato de uma mãe que passou por isso, tentou se programar da melhor forma possível, mas ainda assim não obteve o resultado esperado.

Por Luísa Massa
Atualizado em 27 out 2016, 21h57 - Publicado em 18 abr 2016, 09h37
Arquivo pessoal
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Josiane Alves Grottoli, 30 anos, é mãe do Lorenzo, de 2 anos, comunicadora e idealizadora do blog Aprendendo a Ser Mãe. Aqui, ela conta o que aprendeu com a primeira viagem de avião do seu filho.

“Antes do Lorenzo nascer, a última viagem de férias que eu e meu marido fizemos foi para Miami. Eu estava com 20 semanas de gestação e ficamos apenas alguns dias. Nossa única preocupação era quais lugares visitaríamos, pois sabíamos que quando o bebê estivesse conosco, nossa prioridade seria pensar no seu conforto e segurança.

Depois do primeiro aninho do meu pequeno, começamos a planejar as férias e novamente nosso destino seria Miami e Punta Cana. Depois de decidir para onde iríamos, fiz uma busca pela internet para saber mais sobre como viajar com bebê no avião. Eu sou do tipo de mãe que fica incomodada em incomodar as outras pessoas. Lorenzo sempre foi um bebê calmo, dorme a noite toda, mas eu tinha muito medo de que algo saísse do meu controle. Confesso que sou preocupada demais, por isso, fiz uma listinha para que eu não me esquecesse de nada. Ficaríamos 20 dias fora e ele estava apenas com 1 ano e 5 meses.

Antes de viajar, fomos à pediatra e saímos de lá com uma lista de remédios (uma farmacinha) para levar no passeio. Optamos por voar durante à noite, para que Lorenzo pudesse dormir, afinal, não tem como entreter uma criança durante quase 8 horas de voo – ainda mais se ele for durante o dia. Fui a uma lojinha perto de casa e comprei alguns brinquedos para levar na mala de mão. Eu havia lido em algum lugar que levar brinquedos novos, mesmo que baratinhos, era uma ótima forma de entreter a criança, pois os antigos ela já conheceria. Levei alguns livrinhos e o iPad com aplicativos de desenhos.

Na mala de mão, havia somente os pertences do Lorenzo: roupas e roupas extras, fraldas, leite em pó, mamadeira, cobertor, toalha, chupetas, lenço umedecido, creme de assadura, meias, enfim, tudo o que ele precisaria e um pouco mais para possíveis imprevistos. Ele já embarcou de pijama, fomos com o carrinho até a porta do avião e a nossa aventura começou. Eu tenho muito medo de voar, já fico tensa na ida para o aeroporto e com um bebê nos braços fiquei mais ainda. Sentamos e, por sorte, a poltrona ao nosso lado estava vazia – o que nos proporcionou um conforto a mais. Quem é mãe sabe que segurar uma criança de 1 ano e 5 meses para que não ande nos corredores da aeronave é quase uma missão impossível. Foi a partir daí que a bolsa mágica da mamãe entrou em ação!

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Enquanto todos os passageiros entravam e se acomodavam, Lorenzo se divertia com os brinquedinhos que eu havia comprado. Nessas horas você só consegue pensar: portas em automático. Eu não via a hora do avião decolar para que aquelas 8 horas de viagem passassem logo. Durante o serviço de bordo, meu marido jantou primeiro e eu depois, pois alguém tinha que ficar de olho no Lorenzo, que vira e mexe queria se aventurar pelos corredores do avião.

Colocamos desenho na TV, o serviço de bordo terminou, as luzes baixaram e era a hora de dormir. Fiz uma mamadeira com a água quente que a comissária trouxe, ele mamou e quando eu pensei que tudo estava saindo melhor do que eu havia pensado, Lorenzo começou a chorar sem parar. Ele estava com muito sono, mas não conseguia dormir e chorava muito. Ele também estava estranhando o barulho do avião e o ambiente. Tentávamos acalmá-lo, mas nada adiantava. E eu, além de preocupada com o meu filho, sem saber exatamente o motivo daquele choro, estava tensa por incomodar os outros passageiros. Uma comissária veio até a mim e disse para ficar tranquila, que aquilo era normal e que o filho dela também estranhou quando viajou de avião pela primeira vez. Fiquei mais tranquila com aquelas palavras e esqueci que havia outras pessoas ali – o que importava naquele momento era acalmar o meu filho.

Depois de algumas horas entre cochilos e choros, ele finalmente dormiu. Faltavam apenas 2 horas para chegarmos e eu aproveitei para descansar. Aquela situação me deixou com o coração despedaçado, me senti culpada por ter gerado todo aquele estresse no pequeno. Fiquei pensando na volta, sofri antecipadamente porque só conseguia imaginar tudo se repetindo. Mas graças a Deus, o retorno foi um presente de recompensa. Acho que o Lorenzo já estava mais acostumado com o local. É claro que fizemos malabarismos para entretê-lo, mas assim que as luzes se apagaram, ele sentou no meu colo, ficamos olhando para a lua pela janela do avião e ele adormeceu rapidamente. Dormiu até a hora do avião pousar, só acordou porque o peguei no colo. Consegui até tomar café da manhã tranquila.

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Realmente não tive o que reclamar da nossa volta – exceto por um inconveniente! Quando sentamos em nosso lugar, o homem que estava na poltrona do outro lado do corredor, chamou a comissária e pediu para que ela nos dissesse para mudarmos de lugar! Hã? Como assim? Ele não queria sentar perto de criança! É claro que ele ouviu do meu marido um  sonoro NÃO, pois da mesma forma que ele estava pagando, nós também estávamos! E para o azar (dele), o Lorenzo dormiu tranquilo durante o voo.

O que eu aprendi com essa experiência? Que não devemos nos preocupar com o que as outras pessoas pensam! Quem é pai e mãe sabe que criança é imprevisível e que todos já passaram por isso alguma vez. E se não passaram, irão passar! Pode não ser dentro de um avião, mas em um restaurante, no supermercado. Precisamos estar calmos para que o pequeno também fique. Planejar a viagem, levar kit de sobrevivência é importante, mas a gente nunca sabe o que poderá acontecer!

Depois desta viagem, em dois meses estávamos novamente dentro de um avião para um voo de 10 horas. Mais uma vez levei as coisas necessárias e correu tudo bem – nada de choro e uma boa noite de sono. Eu estava tranquila e repetia como um mantra que, se acontecesse algo parecido, eu ficaria tranquila e focada em acalmar o meu filho. Não desisti e não desistirei de viajar com ele por conta dessas situações. Nossa primeira viagem com o Lorenzo serviu como experiência tanto para ele quanto para nós. Nós nos mudamos para Nova York e, em julho, iremos ao Brasil de férias. Mais um voo de 10 horas! Hoje, ele está com 2 aninhos, já tem suas vontades, a fase é de birras. Não estou preocupada e nem sofrendo por antecedência. Estou mais experiente e pronta para outra!”

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