Em fevereiro de 2022, a Colômbia descriminalizou o aborto em seu território: mulheres e profissionais de saúde não podem mais serem julgados ou penalizados por realizarem esse ato até a 24ª semana de gravidez. Passado esse período, a gestação só pode ser interrompida em casos de estupro, malformação fetal ou risco à vida da mãe.
O país vem à esteira de outros vizinhos latino-americanos:
- Argentina: em dezembro de 2020 aprovou o projeto de lei que torna o aborto não só legal, como acessível de forma segura e gratuita, por vontade da mãe até a 14ª semana de gestação – depois disso, apenas em casos de estupro ou risco de vida da mulher;
- México: em setembro de 2021 decidiu judicialmente que mulheres não podem ser processadas por cometerem abortos, o que liberou a legalização por parte dos Estados mexicanos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), seis de cada 10 gravidezes não programadas (e 3 em cada 10 gestações, de modo geral) acaba em um aborto induzido. No entanto, estima-se que 45% dos abortos feitos ao redor do mundo são inseguros – destes, 97% ocorrem em países em desenvolvimento, como os latino-americanos.
Por ano, assume-se que entre 4,7 e 13,2% dos óbitos femininos ocorrem por esta causa. Mas enquanto em países desenvolvidos, é estimado que 30 em cada 100 mil mulheres morram em abortos inseguros, esse número sobre para 220 mortes na mesma fatia da população nos subdesenvolvidos.