Desde que nascemos, estamos conectados ao mundo por meio do corpo: é com ele que expressamos nossas vontades, necessidades, preferências e medos.
Essa é a premissa da psicomotricidade: uma ciência dedicada aos vínculos entre o movimento, o pensamento e a emoção. Tudo isso, considerando a subjetividade de cada indivíduo. Essencial em todas as etapas do desenvolvimento, ela fortalece a percepção corporal, a autonomia, a autoestima e a comunicação de bebês e crianças.
Antes de tudo, o que é a psicomotricidade?
A psicomotricidade consiste na conexão entre três eixos fundamentais da existência humana: o emocional, o físico e o cognitivo. Ou seja, ela explora os movimentos em função das experiências vividas pelo sujeito, que, por sua vez, resultam de sua individualidade e socialização.
Baseada em uma visão holística do indivíduo, ela reúne um conjunto de conhecimentos psicológicos, fisiológicos, antropológicos e relacionais, capazes de influenciar na forma como nos expressamos
Papel da psicomotricidade na infância
A educação psicomotora é importante em todas as etapas do desenvolvimento infantil, pois traça relações entre as funções motoras e psíquicas das crianças. Ao exercitar e compreender seus movimentos, os pequenos aprendem a se relacionar com o mundo, desvendando suas possibilidades e limitações. Da mesma forma, criam consciência sobre seus gestos, demonstrando suas necessidades, desejos e pensamentos.
Além de contribuir para uma melhor percepção corporal, a psicomotricidade reforça a segurança e a maturidade, colaborando para a valorização da individualidade e da autoestima. As habilidades motoras finas e grossas, a criatividade e a comunicação também são fortalecidas nesse processo.
Como estimular a psicomotricidade na infância?
Não há uma fórmula específica para estimular a psicomotricidade infantil, mas há diversos hábitos que podem contribuir significativamente nesse processo.
Atividades físicas são indispensáveis para desenvolver a percepção e a consciência corporal. A prática de esportes individuais ou em grupo, portanto, pode ser uma grande aliada.
Vale investir em brincadeiras que exercitem a coordenação motora, orientação espacial, ritmo, equilíbrio, organização temporal e a linguagem. Pega-pega, esconde-esconde, mímica, jogo da memória, quebra-cabeça e telefone sem fio são algumas das diversas possibilidades.
Então é só brincar?
Não há dúvidas de que as atividades lúdicas são essenciais para o desenvolvimento do corpo humano, mas a psicomotricidade não se resume a isso.
Um elemento fundamental é o ambiente. Um espaço seguro e estimulante faz com que as crianças se sintam à vontade para explorar suas habilidades. Passeios ao ar livre, por exemplo, podem tanto incentivar o contato com a natureza quanto fortalecer a autonomia e a criatividade.
Os objetos também têm um propósito nessa construção. Colocar os pequenos em contato com materiais de diferentes tamanhos, texturas e formatos pode impulsionar a criatividade e os sentidos.
Outro ponto importante é o papel dos adultos. A consolidação de um meio de afeto influencia no desenvolvimento da criança. Laços afetivos saudáveis podem proporcionar mais confiança e motivação para explorar o mundo e expressar sentimentos.