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Estudo descobre novos benefícios em dar colo ao bebê

Segundo o trabalho, o contato físico entre cuidadores e recém-nascidos influencia positivamente no DNA da criança e, consequentemente, na sua vida futura.

Por Chloé Pinheiro
4 jan 2018, 12h39

Pesquisadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, recentemente demonstraram na prática como o toque (ou a falta dele) influencia no DNA da criança. Esse é o primeiro estudo a mostrar a relação entre contato físico e saúde em nível molecular, o que só reforça a importância da prática.

Para chegar à conclusão, o grupo avaliou 94 bebês com cinco semanas de vida e pediu para os pais manterem um diário sobre o comportamento deles e a quantidade de tempo que passavam no colo. Depois, quando os pequenos chegaram aos quatro anos de idade, amostras de DNA foram recolhidas de suas bochechas.

Os cientistas notaram que havia diferenças entre as crianças que receberam mais colo e as que não em cinco áreas do DNA, em especial em genes envolvidos no metabolismo e no sistema imunológico. As mudanças ocorreram na metilação do DNA, processo que se dá logo cedo na vida e determina como os genes se expressarão pelas próximas décadas.

Programação para a vida

Trocando em miúdos, a metilação é uma espécie de interruptor para o gene, que depois regulará o funcionamento de diversas células. E a ciência tem descoberto nos últimos anos que diversos fatores ambientais e sociais interferem desde o parto na expressão de genes ligados ao comportamento, desenvolvimento cerebral, ganho de peso e por aí vai.

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No caso das crianças que passaram os primeiros meses pós-nascimento mais angustiadas e com menos tempo de contato físico, era como se a idade genética estivesse atrasada em relação aos demais. Embora não dê para dizer que a falta de colo causa doenças, essa diferença na ativação dos genes já havia sido relacionada com um organismo mais fraco em outros trabalhos, segundo os autores.

“O próximo passo é avaliar se a ‘imaturidade biológica’ que observamos nessas crianças implica em problemas de saúde especialmente no desenvolvimento psicológico delas”, explicou em comunicado à imprensa a pesquisadora Sarah Moore, autora principal do trabalho.

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