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É verdade que as crianças sentem dores de crescimento?

Os pequenos podem sentir desconfortos principalmente na região das pernas, mas que tendem a desaparecer com o tempo. Veja dicas para aliviar a dor!

Por Flávia Antunes
9 set 2021, 11h07

Sabemos que cada pequeno tem o seu próprio ritmo para se desenvolver dentro do que é esperado para a sua faixa etária. Só que, como pais, é natural ficarmos na dúvida se o filho está crescendo como deveria ou então se ele deveria estar dormindo mais para atingir a estatura adequada.

Outro questionamento que pode “pipocar” por aí é em relação às chamadas dores de crescimento. De fato, elas existem e atingem o público infantil, mas como explica Marcia Dias Zani, pediatra e neonatologista humanizada co-fundadora da Casa Anama, elas não estão ligadas ao crescimento – apesar do que o nome indica.

“Chamamos popularmente assim as dores nas pernas que não tem nenhuma outra causa conhecida e acontecem de tempos em tempos em crianças dos 3 aos 6 anos”, afirma. De acordo com a doutora, esse se trata de um diagnóstico de exclusão. “O que significa que através da história clínica e/ou de exames auxiliares foram descartadas outras causas que podem causar dores em membros”, complementa ela.

Dores na madrugada

Desconfortos recorrentes, que acontecem principalmente nas pernas – com mais frequência na face anterior das coxas, canelas, panturrilhas e parte de trás dos joelhos -, podem caracterizar dores de crescimento.

Segundo Marcia, raramente os pacientes se queixam de dores nos braços e, na maioria das vezes (aproximadamente 80% dos casos), a dor é bilateral e acontece no período noturno ou na madrugada. “Geralmente causam choro, mas a criança no dia seguinte costuma estar sem dor e sem limitações físicas”, pontua a médica.

Tá, mas você deve estar se perguntando: como diferenciar essas dores de crescimento de outras lesões ou machucados na criança? A dica da pediatra é que, em vez de buscar o diagnóstico por conta própria, levem as queixas ao médico da criança.

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“Os pais devem sempre conversar com o pediatra se o filho tem dores, principalmente se elas se repetem mais de uma vez. Somente o especialista saberá fazer as perguntas necessárias para diferenciar as dores de crescimento de outras condições que necessitem ser investigadas”, afirma Marcia.

Por que elas acontecem?

Como a pediatra já adiantou, as dores não são consequência do aumento da estatura da criança. Na verdade, são desconfortos de causa desconhecida, mas que podem estar associados ao esforço físico ou à prática de exercícios repetidos.

“No início é muito importante que a criança seja avaliada por um pediatra que irá fazer uma avaliação completa da história do paciente, exame físico e na maioria das vezes solicitará exames de laboratório e de imagem”, recomenda Marcia.

Calma, vai passar!

Para o alívio dos pequenos (e dos pais), as dores de crescimento tendem a desaparecer com o tempo, principalmente após o sexto aniversário.

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Enquanto isso, o incômodo pode ser aliviado através de algumas estratégias, como massagens no local da dor, assim como compressas com bolsas de água morna e, em alguns casos, é possível que seja necessário o uso de analgésicos ou anti-inflamatórios – sempre mediante a prescrição do médico.

Quando merecem um olhar mais atento

Se as dores persistem por bastante tempo e prejudicam a rotina da criança, são sinais para que os pais marquem uma reavaliação com o pediatra. A mesma indicação vale caso o incômodo venha acompanhado de outros sintomas no pequeno.

“Se houver alteração de exame físico ou laboratorial, limitação da movimentação ou sintomas gerais como cansaço e perda de peso, não serão dores de crescimento e outras causas devem ser avaliadas”, alerta a especialista. 

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