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Desfralde: o que você precisa saber sobre essa fase de transição

Qual é o momento certo de tirar a fralda da criança? E a fralda noturna? Tire todas as suas dúvidas sobre como fazer o desfralde do seu filho.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 nov 2016, 16h17 - Publicado em 22 mar 2015, 19h09
Ryan McVay/Thinkstock/Getty Images
Ryan McVay/Thinkstock/Getty Images (/)
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Uma das primeiras pistas de que o bebê está criando sua autonomia e deixando de precisar da mãe para tudo é o tal momento da “hora de largar a fralda”. As histórias, as imaginações e os desconhecimentos da criança se contrastam com as incertezas e os diferentes questionamentos por parte dos pais a respeito desse tema, tão novo para todos. Trata-se de um marco que dá ao bebê o começo de suas ações sozinho para a alegria (ou o desespero!) dos pais. Juntamos as principais dúvidas que surgem nesse momento e tornamos um pouco mais compreensíveis os mistérios que acompanham o penico, a privada, o xixi e o cocô.

A retirada das fraldas é um grande marco no desenvolvimento dos bebês. Por volta dos 2 anos, a maioria deles já está pronta para iniciar o processo. O pediatra e o neonatologista Jorge Huberman, de São Paulo, explica que, com essa idade, a criança começa a ter capacidade física para segurar as necessidades e está adquirindo o controle dos músculos e nervos do ânus e da uretra. Mas é importante respeitar o ritmo de cada um. “Começar antes da hora dá muito mais trabalho e é bem mais estressante para todo mundo”, alerta o médico.

Os especialistas são unânimes em afirmar que a melhor estação do ano para iniciar o processo é o verão, porque o pequeno usa menos roupas. Huberman explica que, além disso, por causa do calor, há diminuição do volume urinário, já que a criança perde muito líquido pela transpiração. “O xixi fica mais concentrado na fralda, o que incomoda o bebê, fazendo com que ele tente tirá-la”, afirma. Para estimulá-lo, deixe-o brincando pelado pela casa e não reprima um ou outro xixi que escape.

Com a retirada gradual, o processo demora mais. Por outro lado, dessa forma é mais fácil encaixá-lo na rotina e nos compromissos, como a escola e as saídas para a casa da avó. Huberman recomenda que os pais só comecem a tirar a fralda noturna quando a criança conseguir ficar sem fraldas o dia inteiro. Observe também se ela acorda com a fralda seca – se isso ocorrer três noites em cinco, já é um bom indício. Ao despertar, leve-a ao banheiro e deixe que faça o primeiro xixi no penico. Se os pais optarem pela retirada de uma vez, o ideal é fazer isso quando forem passar bastante tempo em casa, sem grandes compromissos, como em um feriado prolongado ou durante as férias. “Nesse caso, existe a chance, se a criança estiver realmente pronta, de completar o processo em menos de uma semana”, afirma Huberman.

O período de transição para as calcinhas e cuequinhas pode demorar mais do que os pais imaginam. Às vezes, o bebê tem dificuldade de segurar o xixi durante as fases de sono profundo. “Se você tentou tirar a fralda durante a noite e os episódios de xixi na cama se transformaram em um transtorno para a família, simplesmente volte atrás”, recomenda Huberman.

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Durante todo o processo os pais devem ter paciência e não demonstrar frustração em nenhum momento. “Acontece, muitas vezes, de a criança não evacuar enquanto está no penico e, depois, na sequência, acabar fazendo cocô na fralda. Em uma situação como essa, a mãe deve ficar feliz, pois uma correlação penico/evacuação começou a ser estabelecida”, explica Sylvio Renan de Barros, pediatra de São Paulo.

Para a psicóloga Daniella Faria, de São Paulo, o cocô pode trazer desconforto físico, tanto antes de fazer quanto durante, quando o pequeno sente uma dorzinha de barriga devido ao volume das fezes. E a fralda, muitas vezes, é o único lugar seguro e conhecido para fazê-las. “A criança também pode ter criado o hábito de, ao usar fraldas, evacuar de pé”, lembra.

Na retirada da fralda, todo esse ritual será modificado. “Então, recomendo muita calma, principalmente para explicar que esse desconforto é o aviso do corpo de que o cocô vai sair, de que é hora de ir ao banheiro e sentar no penico. Quando as crianças entendem isso, tudo flui melhor”, orienta.

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Há diferença no processo se compararmos os dois sexos. Com relação aos meninos, Huberman orienta: “Como muitas vezes o xixi e o cocô vêm juntos e nem sempre a criança sabe identificar qual deles está para sair, faz mais sentido ensinar o menino a fazê-los do mesmo jeito que a menina, sentado. Pelo menos no começo”. Mostre que ele tem de colocar o pênis para baixo, com a mão, para que o xixi não escape para fora. “Uma vez que ele esteja fazendo xixi direitinho sentado, você pode propor que tente fazer em pé na privada, como o pai. Para ajudar, use um banquinho”, diz ele. Para as meninas, uma das coisas mais importantes que os pais precisam ensinar é a maneira correta de se limpar. Explique que ela deve passar o papel sempre da frente para trás, da vagina para o bumbum, e nunca ao contrário, principalmente quando fizer cocô, evitando infecções.

Não adianta começar a retirada em casa e não na escola – ou vice-versa. “Deve-se respeitar as diferenças individuais de cada bebê, e os pais precisam combinar com a escola o momento ideal para iniciar o processo”, explica Christine Bruder, psicóloga e psicanalista. Uma vantagem da escola é que os amiguinhos que já tiraram a fralda funcionam como uma motivação a mais para algumas crianças, que podem querer imitar os colegas. No entanto, motivação e incentivo, segundo Christine, não são suficientes para sustentar o processo. “Maturidade, sim”, conclui ela.

As fraldas de treinamento têm formato semelhante ao das cuecas e calcinhas, mas, na parte de baixo, são do mesmo material absorvente das comuns. A grande vantagem é que podem ser abaixadas e levantadas pela própria criança, o que não acontece com a outra, já que precisa ser aberta nas laterais e, muitas vezes, não pode ser reaproveitada. Quando for passar do penico para o vaso sanitário, use um adaptador para a tampa, que reduz o tamanho do assento. Para os meninos, há adesivos com desenho de um alvo, para que eles possam mirar.

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Algumas crianças podem se recusar a sentar no penico no início do processo. Brinque com uma boneca, um bichinho de pelúcia ou super-herói, colocando-os para fazer xixi e cocô lá. Dá até para improvisar um penico especial para o amigo se você achar que isso vai ajudar. Evite roupas como jardineiras, macacões, vestidos complicados, meia-calça e calças com cinto. Prefira roupas de elástico, fáceis de colocar e tirar. As calcinhas e cuecas devem ser larguinhas. Lembre de usar um protetor de colchão impermeável. Vazamentos são esperados durante o processo.

1ª semana
Leve o pequeno ao banheiro a cada duas horas para fazer xixi. No caso do cocô, respeite os horários de costume. Espere sempre ao lado dele, sem apressá-lo, até que finalize a tarefa. Limpe-o e vista a cueca ou calcinha. Vale cantar parabéns e festejar as primeiras vezes do xixi e do cocô no peniquinho.

2ª semana
Continue levando a criança para fazer xixi e cocô, mas deixe-a sozinha no banheiro. Peça que chame quando tiver terminado. Recaídas são esperadas, jamais dê bronca. Em vez disso, diga coisas como: “Você fez xixi na calça, mas não tem problema. Dá próxima vez conseguirá chegar a tempo ao banheiro”.

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3ª semana
Deixe a decisão de ir ao banheiro por conta da criança, mas pergunte se ela não está com vontade pelo menos umas quatro vezes ao dia. Atenção: quem limpa o pequeno são os pais, mas mostre a ele como se faz. Nunca se esqueça de apertar a descarga e lavar as mãos (as suas e as da criança) depois de usar o banheiro. A criança aprende com o exemplo.

4ª semana
Agora não pergunte nem ofereça. Deixe que a criança vá ao banheiro por conta própria. Tenha paciência nessa hora.

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