O afastamento dos pais pode representar uma mudança marcante na vida do bebê, podendo se prolongar por um bom tempo. A ansiedade de separação é uma etapa normal do desenvolvimento de todo bebê — normalmente, começa por volta dos 8 meses, atinge seu auge entre os 10 e 18 meses, e tende a desaparecer após os dois anos.
Após esse período, já numa fase pré-escolar ou escolar, as crianças podem desenvolver um quadro mais agudo, conhecido como transtorno de ansiedade de separação.
Veja aqui o essencial para compreender o estresse desse momento de desapego.
Quais são os sinais da ansiedade de separação?
A formação da individualidade é um processo gradual que tende a levar uns bons anos, mas os bebês começam a compreender que são seres independentes da mãe a partir do 6° mês de vida. Os sinais que eles demonstram com afastamento da mãe nessa fase incluem o choro, a falta de apetite e a irritabilidade.
Já com o transtorno de ansiedade de separação, mais comum em crianças de até 12 anos, pode haver comportamento violento, dificuldade de dormir sozinho, incapacidade de realizar atividades separadas dos pais e recusa de sair para lugares que causem a separação (escolas e creches, por exemplo).
Como é feito o diagnóstico do transtorno de ansiedade de separação?
Os sintomas são comuns nos primeiros dias da quebra de rotina da criança e tendem a passar conforme a criança se ajusta aos novos hábitos. Caso os sinais persistam após 4 semanas, é recomendado a consulta com um psiquiatra ou psicoterapeuta, que ao longo das consultas observará o comportamento dos pais e da criança.
O médico irá procurar sinais de superproteção e alegorias usadas pelos pais para desencadear medos e receios na criança, além de observar a forma que se dão as despedidas.
Como lidar com a ansiedade de separação?
A chave para lidar com a ansiedade de separação está em reduzir a angústia e o estresse desencadeado pela separação. Em momentos que o bebê tenta explorar algo, siga cuidando, mas mantendo certa distância. Outra forma de naturalizar a separação é através da brincadeira de esconder o rosto com as mãos, que coloca uma carga lúdica na ausência.
Para crianças e adultos, o diálogo e a transparência dos pais com os filhos é essencial, além de evitar rituais de despedidas muito prolongados e não ceder aos primeiros sinais de desconforto do filho.
Em casos mais duradouros, a utilização da terapia cognitivo comportamental (TCC) pode auxiliar. Caso o cenário ainda assim persista, é possível que o psiquiatra ou psicoterapeuta responsável oriente a utilização de antidepressivos do tipo inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS).