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6 mitos sobre o desfralde de meninos e meninas

Confira o que dizem os especialistas sobre este marco na vida dos pequenos e passe sem estresse pelo período!

Por Chloé Pinheiro
18 abr 2018, 22h08
 (ElenaNichizhenova/Thinkstock/Getty Images)
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Largar de vez as fraldas: eis aí um feito esperadíssimo pelos pais. Só que, como toda fase de transição, não há um manual de instruções para o desfralde que funcione com todos os baixinhos. “Cada criança se desenvolve de uma maneira e demonstrará sinais no seu tempo, que devem ser respeitados”, alerta Kelly Oliveira, pediatra autora da página Pediatria Descomplicada, no Facebook.

Nesse estágio, os pais recebem muitos pitacos, mas nem todos são confirmados pelos especialistas. Veja abaixo algumas coisas que costumam ser ditas e quais delas fazem mesmo sentido.

1. Quando a criança pula com os dois pés, já está pronta para desfraldar

Essa fez sucesso recentemente na internet, mas a história não é bem assim. O argumento para a afirmação seria de que o fato de conseguir tirar os pés do chão indicaria que a criança já tem controle sobre os músculos do esfíncter e do assoalho pélvico, que controlam a saída do xixi e do cocô.

“Só que o fato de pular não significa que ela já domina completamente a musculatura da região”, explica Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra membro da Sociedade Brasileira de Pediatria. “É mais um sinal indireto: demonstra que ela já tem controle e equilíbrio dos músculos dos membros inferiores”, complementa Kelly.

Sem contar que há o fator emocional envolvido no desfralde: a criança precisa estar preparada psicologicamente e não apenas fisicamente.

2. Meninos demoram mais para desfraldar

Os médicos garantem que isso é mito. As pessoas têm essa impressão porque as meninas costumam falar antes e, assim, avisar que estão fazendo ou querem fazer xixi – um dos indícios de que chegou a hora do desfralde – mais rápido que eles. Há também uma relação com a criação, que tende a exigir mais independência delas do que dos meninos.

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Mas não é regra que elas sejam mais rápidas. “Tanto que há meninos que desfraldam praticamente sozinhos”, comenta Kelly. Por isso, vale prestar atenção em outros sinais que a criança dá sem ser a comunicação verbal, como arrancar a fralda sozinha e acordar com o bumbum sequinho à noite por várias noites seguidas.

3. O desfralde deve começar aos dois anos

“A partir dos 18 meses ela já começa a controlar o esfíncter, mas isso nem sempre é acompanhado de maturidade emocional”, destaca Clery Bernardi Gallaci, pediatra neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo. Algumas crianças precisam de mais tempo e isso é normal.

A recomendação dos especialistas é não basear o desfralde em uma idade, mas sim na própria criança. Até mesmo porque forçar essa transição pode gerar traumas que dificultam ainda mais a ida ao vaso sanitário: ela pode começar a segurar o cocô por medo, o que torna a evacuação muito mais dolorida.

O jeito é exercitar a paciência, pois o processo pode se estender até os quatro anos de idade, com um vazamento noturno aqui e outro ali.

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4. A ida ao banheiro deve ser sempre comemorada

O ideal é que o filho entenda desde cedo que ir ao banheiro é algo natural e saudável. “O problema de supervalorizar, fazendo festa toda vez que acontece, é que a criança pode ficar decepcionada por não agradar aos pais se algo der errado, o que gerará outros problemas”, aponta Clery.

O mesmo vale para a tática de colorir o xixi na privada com gotinhas de corante ou outras brincadeiras, como dar tchau para o cocô e andar com o penico pela casa. Mas também não precisa ser sério demais: é interessante parabenizar a criança quando ela conseguir, ler livros com personagens que aprendem a usar o troninho e mostrar que o resto da família também faz!

5. Redutor de assento é melhor do que penico e vice-versa

O redutor é mais aconselhado pelos especialistas, mas eles também reforçam que o importante é aprender a controlar a saída do xixi e do cocô, então se a criança se sente mais confortável com o penico, tudo bem também. “Se for usar o redutor, o pé dela deve estar apoiado, por isso muitos redutores já vêm com banquinho ou escadinha”, destaca Kelly. Faça testes para ver onde o baixinho em treinamento se sente melhor!

6. Regredir está errado

Durante o processo de desfralde e mesmo um pouco depois disso, quando a criança passa dias dormindo e acordando seca, pode haver um xixi na cama eventual ou algum outro vazamento pela casa. Quando isso acontecer, não brigue com o pequeno, explique que é normal, que ele está aprendendo.

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E não fique com medo de esperar mais tempo. “Às vezes, é melhor voltar atrás e aguardar até que a criança esteja realmente pronta”, aconselha Clery. Só fique atento se o seu filho voltar a apresentar escapes depois de muito tempo sem fraldas, o que pode estar ligado a alguma questão comportamental.

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