Continua após publicidade

5 razões por que as crianças devem ter mais contato com a natureza

As cidades evoluem cada vez mais e, com isso, os pequenos vão se afastando das árvores, dos animais, das flores e até dos alimentos in natura. Mas tudo isso é muito importante para o desenvolvimento dos baixinhos.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 7 ago 2017, 14h14 - Publicado em 22 jun 2016, 15h10

É provável que as memórias da infância dos idosos do futuro não envolvam subir em árvores, chupar uma laranja colhida direto do pé ou mesmo se atolar numa poça de lama, como faziam nossos pais e avós. A terceira idade do século XXI vai lembrar mais de jogos de videogame, brinquedos ultratecnológicos, programas de televisão e aparatos de tela possíveis de ser carregados para qualquer lugar. E tudo bem que as brincadeiras e os interesses tenham mudado, mas perder totalmente o contato com a natureza é algo que coloca, sim, as crianças de hoje em dia em desvantagem em relação aos nossos antepassados.

E isso se torna ainda mais preocupante quando se sabe que os meninos e meninas sequer têm tempo (ou vontade) para brincar ao ar livre. Para se ter uma ideia, 89% dos pais brasileiros observam que seus filhos preferem esportes virtuais (em computadores ou tablets) a praticá-los na vida real; globalmente, esse índice é de 81%. Esses dados são da pesquisa Valor do Brincar Livre, promovida em dez países pela marca do segmento de limpeza OMO. O levantamento também mostra que, por outro lado, 85% dos pais e mães de todos os países avaliados notam que os pequenos são mais criativos quando brincam sem a tecnologia.

E esse é mesmo um dos benefícios de poder soltar a imaginação sem as restrições e limitações que um aparelho apresenta. Se isso puder ser feito num parque, numa praia ou até numa horta, melhor ainda! A seguir, conheça algumas das benesses que a natureza pode proporcionar ao seu filhote.

1. Sentidos mais apurados

Audição, visão, tato, olfato e paladar podem se beneficiar de brincadeiras ao ar livre. “Todos os sentidos são janelas para o mundo, e a criança funciona quanto mais funcionam os sentidos dela”, diz Vital Didonet, especialista em políticas públicas para a primeira infância. E o contato com a natureza pode ser uma excelente forma de treinar todas essas habilidades. Veja só: ao pegar um punhado de areia ou sentir a textura de uma flor, por exemplo, o pequeno está descobrindo novas sensações táteis; ao ouvir o canto de um sabiá ou descobrir qual barulho um leão faz, os baixinhos estão desvendando novos sons e adquirindo mais conhecimento; e ao ver o movimento da água numa correnteza ou quando uma cachoeira se encontra com um rio, a meninada também está fazendo novas descobertas e se fazendo novas perguntas.

2. Criatividade sem limites

“A criatividade é inata na criança”, atesta Didonet. Ele explica que, por ainda não conhecer as coisas, os pequenos fazem hipóteses, o que permite que a imaginação flua livre, leve e solta. “Ao deixar a mamadeira ou um brinquedo cair no chão, a criança está observando o movimento descendente do objeto”, exemplifica o especialista. E as plantas, as flores, os galhos e até os animais são perfeitos para estimular essas experiências. “O contato com a natureza é um trampolim para desenvolver inteligência de perguntas e estimular a exploração”, assegura Vital Didonet.

3. Meio ambiente preservado

Thinkstock/Getty Images
Thinkstock/Getty Images ()

“A forma mais garantida de produzir uma cultura de sustentabilidade é começar pelas crianças, porque elas têm amor pela natureza”, sugere Didonet. Então, ver uma árvore crescer, um passarinho alimentando seus filhotes ou um siri se escondendo na areia da praia são maneiras de conscientizar os pequenos sobre como funciona a natureza e como as nossas ações podem impactar em tudo isso. “Eles ainda não sabem destruir e, se aprendem desde cedo o significado de preservar as coisas, passam a exigir isso dos pais”, analisa o especialista.

4. Imunidade fortalecida

Brincar na grama, se lambuzar e ter contato com a terra também são formas de colocar a criança em contato com anticorpos que vão contribuir para fortalecer o sistema imunológico dela. Quando supervisionadas e feitas em segurança, essas e outras travessuras só têm a acrescentar à saúde da meninada. “Tudo isso vai ajudar os pequenos a desenvolverem suas competências físicas e biológicas”, garante Vital.

5. Alimentação saudável

Com a praticidade que a indústria oferece hoje em dia, muitas crianças nem sabem a origem ou até a aparência de frutas, verduras e legumes. E oferecer esses alimentos aos baixinhos é a melhor forma de garantir que eles tenham um cardápio variado e equilibrado. “É preciso dar oportunidade para a criança experimentar uma cenoura, chupar uma laranja e sentir o sabor de uma manga”, aconselha Vital Didonet. Segundo ele, é interessante também estimular a meninada a dizer o que está sentindo enquanto degusta o alimento e se está gostando. “Assim, a criança vai respondendo perguntas que ela mesma se faz e, muitas vezes, não sabe esclarecer”, afirma o especialista. Outra boa dica é mostrar de onde vem aquilo que comemos – observar um grão de feijão brotar, no algodão mesmo, já pode ser um bom começo 😉

Na cidade

Às vezes, viver em cidades como São Paulo dificulta que o contato com a natureza seja tão próximo quanto o desejável. No mundo ideal, as grandes metrópoles contariam com parques, praças e jardins que possibilitariam as crianças brincarem em segurança. E, embora ainda estejamos bem longe de conquistar tudo isso, devemos cobrar essas medidas das nossas autoridades.

Mas também cabe aos pais – e até à escola – proporcionar e facilitar esse contato, levando os pequenos a esses lugares sempre que possível. Em casa, manter uma hortinha (ainda que em vasos), plantar uma semente ou colocar os pequenos para ajudar a regar uma flor já são ótimas medidas!

Publicidade