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Maior banco de leite de São Paulo tem estoque para apenas três dias

Com a pandemia do coronavírus, as doações do leite materno caíram bruscamente e o estado é crítico na capital paulista.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 19 Maio 2020, 19h04 - Publicado em 19 Maio 2020, 18h58
Bebê deitado no plano de fundo. À frente, duas mamadeiras com bomba extratora cheias de leite
 (Jamie Grill/Getty Images)
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Com o intuito de incentivar mulheres que amamentam a doarem o leite que produzem a mais do que o necessário para o bebê, foi instituído o Dia Nacional de Doação do Leite Humano em 19 de maio. E para que essa data seja reforçada, o Ministério da Saúde lança uma campanha anualmente de incentivo à doação e, desta vez, não foi diferente. Entretanto, mais do que sanar as dúvidas para as lactantes que decidem contribuir, as organizações encaram um fator complicador neste ano: o coronavírus.

Com a pandemia da nova infecção respiratória, houve uma queda brusca das doações, como na Maternidade Leonor Mendes Barros, conhecida por ter o maior banco de leite de São Paulo.

“Nós costumávamos pasteurizar seis litros de leite por mês e, com esse volume, já não conseguíamos atender toda demanda da unidade neonatal. Hoje em dia, com a Covid-19, nossos estoques não dão nem para três dias. Se todas as mães parassem de doar hoje, só teríamos leite para ofertar para os bebês prematuros por estes dias. Nunca tivemos uma situação tão ruim como a de agora!”, explica Andrea Fernandes, coordenadora do banco de leite da maternidade.

Para contornar esse cenário, a responsável pela instituição ressalta que a doação de leite materno continua a ser um serviço de saúde essencial. E que, assim como anterior a pandemia, os cuidados de higiene para ordenhá-lo, transitá-lo e até mesmo ofertá-lo para os bebês que necessitam continuam reforçados.

Como estão acontecendo as doações?

Além da higienização, outras medidas também foram necessárias para que os bancos de leite continuem a funcionar, garantindo a segurança tanto das lactantes e dos bebês quanto dos profissionais da saúde.

Uma delas é o agendamento das coletas para evitar a aglomeração e respeitar o isolamento. A outra é o uso da paramentação necessária nesse momento, como gorro, máscaras e álcool em gel – colocados como essenciais antes mesmo da pandemia.

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Essas orientações também são destinadas para as mulheres que optam pela coleta domiciliar, isto é, o ato de bombear o leite em casa, armazená-lo no refrigerador e esperar que a equipe do banco vá retirá-lo para que ocorra o transporte correto.

E a triagem?

Para que a doação seja feita, é importante que a mãe tenha em mente que ela precisa ser uma mulher saudável no momento. E o primeiro passo para que os bancos de leite tenham esse controle é realizando uma entrevista com ela.

Anterior à pandemia, essa primeira conversa era realizada presencialmente. Agora, as perguntas necessárias para saber sobre a saúde da mãe e do bebê são feitas por telefone.

Já o segundo passo para entender se a mulher está apta à doação é o de realizar uma série de exames. “Para essa coleta, nós podemos fazê-la a domicílio ou a mãe pode ir até um laboratório – como a doadora se sentir mais segura”, explica Andrea.

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Para que os bancos de leite sejam efetivos tanto na saúde pública quanto privada do país, essas diretrizes não são exclusivas da Maternidade Leonor Mendes Barros.

Como pontua Larissa Garcia Alves, Diretora Técnica de Saúde do Banco de Leite Humano do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), o segundo a ser construído no Brasil, a situação por lá não é tão crítica quanto na capital. Mas as medidas de precaução são as mesmas. 

Larissa exemplifica que se uma mãe relata na entrevista que está com sintomas de síndrome gripal ou até mesmo outro tipo de infecção, como urinária, é indicado que ela não doe o leite naquele momento.

Se não puder doar agora, tente novamente!

Quando dizemos “naquele momento” é exatamente porque não poder realizar a doação agora por uma questão médica não significa que a lactante não estará nunca apta para oferecer o seu leite para o banco.

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“Uma das premissas fundamentais para uma mulher tornar-se doadora é a dela ser saudável. Mas assim que passar os 14 dias do início dos sintomas, ela volta a ser uma doadora!”, explica Andrea.

O ênfase da coordenadora é até mesmo para quem testou positivo para o Covid-19. Até o momento, não há nenhuma comprovação de que a mulher deve deixar de ser doadora após ser curada da infecção respiratória.

Caso você tenha se interessado em doar, é possível encontrar o banco de leite mais próximo da sua região clicando aqui.

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(Juliana Pereira/Bebê.com.br)
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