Como enfrentar e tratar a compulsão alimentar nas crianças?
A identificação dos sinais nos pequenos é importante, mas a mudança dos hábitos familiares também é essencial
A grande disponibilidade de produtos ultraprocessados tem gerado preocupações relacionadas à saúde e ao alto índice de compulsões alimentares.
As crianças não estão livres: são, aliás, uma parcela bastante afetada por esses alimentos recheados de compostos químicos prejudiciais e quase nada nutritivos.
Além deles, problemas relacionados à baixa autoestima e uma preocupação excessiva com relação à aparência e ao peso são fatores que podem desencadear compulsões alimentares, que cada vez mais atingem crianças no mundo.
Sinais da compulsão alimentar nas crianças
Geralmente, a compulsão está associada à saúde mental, seja a dificuldade de lidar com as emoções como angústia, depressão, ansiedade ou isolamento, como a baixa disponibilidade afetiva dos pais.
Alguns dos sinais mais típicos são:
- Comer de maneira exagerada em pouco tempo;
- Comer rápido demais em comparação a outras crianças, mastigando pouco;
- Tendência a comer fora do horário estabelecido;
- Dificuldade para se sentir saciado;
- Sentir culpa, tristeza ou angústia depois de comer;
- Esconder-se para comer;
Como tratar a compulsão alimentar infantil?
A compulsão alimentar está associada a uma série de complicações de saúde, como diabetes, hipertensão, colesterol, obesidade, problemas renais e cardiovasculares, bem como transtornos psicológicos.
Compreender as razões que levam a criança à alimentação compulsiva é essencial para o enfrentamento do transtorno. Nesse momento, é preciso dar atenção aos indicativos, evitando culpar a criança.
O auxílio de profissionais é indispensável: desde especialistas em nutrição às abordagens psicoterapêuticas. Eles são importantes para que a criança aprenda a criar e manter novos hábitos alimentares — e também construa uma relação mais saudável com os alimentos que consome.
Conhecer os alimentos e criar novas rotinas
Entender os processos de industrialização e produção de alimentos ultraprocessados pode ser uma maneira de perceber os prejuízos relacionados ao excesso de compostos danosos, como sódio, açúcar e gorduras saturadas. Isso pode desestimular a criança a consumir esses produtos, principalmente de maneira compulsiva.
Da mesma forma, aprender a lidar com produtos naturais e a preparar os próprios alimentos é um modo de conhecer o que se come e criar interesse em uma alimentação mais natural.
É evidente que, para isso, a família e adultos próximos devem identificar e modificar os próprios hábitos de consumo e suas relações com a alimentação. Afinal, a compulsão alimentar infantil pode estar associada à maneira como a criança aprendeu a comer em seu núcleo familiar.
Ou seja, novas rotinas, com cardápios balanceados são essenciais. Mas também é bom ter cautela: a reeducação alimentar exige seu tempo e não pode se tornar um castigo. O bem-estar da criança é a prioridade, sempre.