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Hemorroida na gravidez: saiba como prevenir e tratar

Esse é um problema que afeta aproximadamente 15% das gestantes. Entenda por que ele acontece e saiba como amenizar o desconforto.

Por Giuliano Agmont (colaborador)
Atualizado em 26 out 2016, 11h45 - Publicado em 17 jun 2015, 20h11
 

1. Como sei que tenho hemorroida?

A hemorroida é uma variz na região que circunda o ânus. E, com certa frequência, acontece durante a gravidez a dilatação de uma ou mais veias, principalmente nos últimos três meses de gestação. Algumas mulheres têm uma dilatação muito leve e nem percebem o problema. No máximo, sentem uma leve coceira. Mas, conforme a dilatação aumenta, pode haver queimação ou ardor na região anal. E, quando se torna saliente, o nódulo causa desconforto e dor. Esse processo pode evoluir para uma obstrução das veias e até sangramento durante as evacuações.

2. Por que é comum na gravidez?

Por motivos genéticos, anatômicos e hormonais. Algumas mulheres têm predisposição às varizes, principalmente aquelas com pele mais clara, que já apresentam muitas veias à mostra nas pernas. Essas têm mais chances de desenvolver a hemorroida, mesmo sem a gravidez. Durante a gestação, a expansão do útero comprime os vasos sanguíneos da região pélvica, que conduzem o sangue dali para o coração. Isso dificulta o chamado fluxo venoso de retorno, favorecendo a dilatação dos vasos. Paralelamente, o aumento da produção de progesterona, o hormônio que garante a manutenção da gestação, também relaxa a musculatura do intestino e contribui para a prisão de ventre. Quando isso acontece, as fezes ressecam e a gestante tem dificuldade para evacuar, o que pode levar ao surgimento da hemorroida.

3. Como prevenir?

Nem sempre é possível evitar, mas dá para amenizar os efeitos. A primeira coisa é nunca forçar a evacuação. Esse esforço excessivo pode precipitar o aparecimento do problema. Além disso, é fundamental prevenir a prisão de ventre durante a gestação. Como? Fazendo atividade física regular, sempre com orientação médica, e se alimentando de forma adequada, o que significa beber bastante líquido e comer alimentos ricos em fibras, como frutas, grãos, verduras e legumes.

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4. Como tratar?

O obstetra pode fazer o acompanhamento do problema. Em geral, ele começa tratando a prisão de ventre. Se as fezes estão ressecadas e evacuar tornou-se um problema, a gestante precisa ingerir mais líquido e comer não só alimentos ricos em fibras mas também laxativos, caso de laranja, ameixa e mamão. Também deve evitar alimentos irritantes – principalmente comida condimentada, que favorecem a ardência – ou muito massudos, como pão, batata, banana e farinhas em geral. Outra medida importante é fazer a higiene da região com duchas próprias ou no banho, nunca com papel higiênico.

A atividade física também é importante porque melhora a circulação e o movimento peristáltico do intestino. Pode ser hidroginástica, caminhada, ioga e até ginástica na academia, mas sempre com supervisão médica. Meias elásticas nas pernas são mais uma arma para melhorar a circulação na região. Nos casos mais graves, o médico costuma indicar pomadas analgésicas e anti-inflamatórias e banhos de assento duas ou três vezes ao dia. Em situações críticas, quando há fechamento da vascularização, que são raros, será preciso a intervenção de um especialista no assunto, o proctologista. Aí, a cirurgia costuma ser necessária.

5. Elas somem após o parto?

Em geral, sim. Depois que o corpo volta ao normal e a circulação também, a dilatação dos vasos do ânus tende a diminuir. Claro que isso não vai acontecer imediatamente após o parto, mas possivelmente nas semanas seguintes ou, no máximo, nos três meses seguintes.

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Fontes

Antônio Júlio Sales Barbosa, obstetra do Hospital Santa Catarina, em São Paulo;

Cícero Venneri Mathias, professor assistente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC e membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

 

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