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Cuidados com os bebês no Carnaval

A partir de que idade o pequeno pode ir à festa? Com que fantasia? O que levar para a folia? Saiba como manter a segurança e a saúde das crianças enquanto elas se divertem.

Por Angela Senra (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 19h45 - Publicado em 29 jun 2015, 15h50
 

1. Bebês podem curtir o Carnaval com a família?

Depende. Segundo a pediatra Cylmara Gargalak Aziz Silveira, coordenadora do Departamento de Pediatria do Hospital São Luiz – Anália Franco, em São Paulo, é melhor ficar em casa. Até os 2 anos de idade, as crianças têm muitos horários para mamar e dormir, por isso não é recomendado levá-las nem para a rua ver o bloco passar nem para os clubes onde ocorrem matinês.”

2. O som alto afeta a audição dos pequenos?

Sim, se qualquer pessoa permanecer muito próximo às caixas com som altíssimo, pode haver o rompimento do tímpano. Mas o mais comum é a criança se irritar e começar a chorar. Mesmo que isso não ocorra, ela pode sair de lá com um zumbido no ouvido, que a incomodará por muitas horas, diz Cylmara. O mais seguro é manter toda a família afastada das caixas.

3. A partir de que idade as crianças podem ser fantasiadas, inclusive usando maquiagem?

As fantasias estão liberadas desde que sejam de tecido leve e arejado, como o algodão, e não apertem. Quanto menos adereços, melhor. Mantenha a criança longe principalmente de espadas, lanças e objetos pontiagudos. Capas devem bater, no máximo, na cintura da criança. Após os 2 anos, já se pode usar alguma pintura antialergênica, especialmente indicada para crianças. Procure marcas reconhecidas e use com parcimônia para evitar alergias e intoxicações. Se tiver filhos mais velhos que queiram usar um spray colorido no cabelo, faça um teste 48 horas antes, aplicando-o na nuca, como é recomendado pelos fabricantes de tinturas.

4. É permitido levar crianças pequenas para assistir a desfiles de escolas de samba e blocos carnavalescos na rua?

É arriscado, pois há muitas pessoas alteradas pelo uso de bebidas alcoólicas, fumaça de cigarro, sprays jogados em todas as direções e que podem causar alergias aos pequenos. Até os 2 anos de idade, é melhor evitar essas festas. É que, até essa idade, as crianças não conseguem dizer o que estão sentindo e talvez fiquem muito assustadas, diz Cylmara.

Com as maiores, claro, é preciso atenção para que não se percam ou sejam atropeladas. A dica é mantê-las no colo ou segurá-las firmemente pelas mãos. E fique atento às bocas de lobo e bueiros. Acredite: muitas crianças caem nelas quando são mal fechadas.

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Para a família da folia, o ideal é permanecer na calçada e por pouco tempo, pois crianças se cansam logo. Além disso, elas precisam estar protegidas do sol, bem alimentadas e hidratadas, o que, consequentemente, resultará em vontade de fazer xixi. A dica é fazer um programa curto ou próximo de um banheiro de confiança. Nada de passar a noite fora.

Quem deseja colocar os filhos para desfilar precisa verificar a idade mínima estipulada pelo Juizado de Menores, que varia de ano para ano. Geralmente é a partir de 6 anos.

5. A partir de que idade as crianças podem frequentar matinês de Carnaval em clubes?

Alguns clubes possuem divisão do bailinho por faixa etária (até 1 ano e meio/de 1 ano e meio a 3/acima dos 3), inclusive com serviço de babá. Se o local fizer essa separação, não há problemas, pois elas podem se divertir sem correr riscos de serem empurradas pelas mais velhas, diz Martha Maria Ferreira de Mattos, pediatra do Ambulatório de Pediatria Social do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo.

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6. Que tipo de cuidado é necessário para proteger os bebês das consequências maléficas do sol?

A exposição ao sol deve ser restrita: até as 10 horas e depois das 16 horas. Mesmo assim, lembrando de colocar um boné de aba larga e aplicar o filtro solar com fator mínimo de proteção número 30 a cada duas horas. Para as muito pequenas, com menos de 2 anos, recomendo ainda o uso de uma camisetinha, diz Martha.

É fundamental que o protetor solar seja infantil, especialmente formulado para a pele delicada dos bebês, e assim evite processos alérgicos. E não é permitido usar filtro solar nos bebês menores de 6 meses de idade, por isso o banho de sol deles deve ser feito bem cedinho e por entre 15 e 20 minutos somente.

Outra recomendação importante e que muita gente esquece: não adianta deixar a criança debaixo do guarda-sol para ela não se queimar. O mormaço também causa queimaduras e insolação (se não houver hidratação adequada), explica Cylmara.

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7. A alimentação muda nesse período?

Não necessariamente. Mas, como muitas famílias viajam para praias nessa época, é preciso ficar de olho para não alterar demais a rotina da criança. Para começar, não relaxe nos horários das refeições e prepare um arsenal de lanchinhos para levar no isopor, evitando assim as perigosas tentações vendidas na areia. Valem água de coco, suco de caixinha, bolachas salgadas e doces sem recheio, biscoitos de polvilho, frutas pré-lavadas, sanduíches de pão com Polenguinho. Ofereça a cada duas horas, pois, ao correr, nadar e fazer atividade fisica debaixo do sol, a fome é maior, diz Cylmara.

Exclua do cardápio os salgadinhos e os refrigerantes. O excesso de sal de um e de açúcar do outro a quantidade de urina e os riscos de desidratação.

Diga não também a embutidos, como as salsichas, e reduza a quantidade de balas, gelatinas, sorvetes e biscoitos recheados. Esses alimentos possuem muitos corantes, o que aumenta os riscos de alergia, explica Martha.

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Ela sugere ainda que o consumo de abacaxi seja cauteloso, pois pode causar alergia, assim como o de produtos cultivados com grandes quantidades de agrotóxicos, como morango e tomate. Os orgânicos são sempre a melhor opção.

Milho cozido? Nem pensar, a menos que você o faça em casa. A água em que é cozido geralmente é de torneira e contém muitos coliformes fecais. Além disso, a água morna em que eles ficam mergulhados durante horas é um prato cheio para a proliferação de bactérias que causam diarreias infecciosas, afirma Cylmara.

8. As crianças precisam de mais água do que normalmente?

Para manter a criança hidratada, é preciso oferecer água mineral pura o dia todo. Se a criança toma pouco líquido e sua muito, pode ter uma insolação, que causa picos de febre e vômitos“, explica Cylmara.

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A água de coco, os sucos naturais e os picolés de frutas de marcas conhecidas também são boas opções. Mas evite os refrigerantes e as bebidas isotônicas, que contêm excesso de açúcar e sódio.

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