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Como escolher o berço do seu bebê

Qual modelo oferece mais vantagens? Há um selo que garanta a sua segurança? As versões desmontáveis para viagem podem ser usadas no dia a dia? Veja!

Por Gabriela Agustini (colaboradora)
Atualizado em 26 jun 2017, 16h18 - Publicado em 15 Maio 2015, 18h20

1. Há vários modelos no mercado. Como fazer uma boa escolha?
Existem vários critérios a se considerar. Um deles é o tamanho do móvel. O mais comum segue o padrão americano: 1,30 m de comprimento por 70 cm de largura. Mas atenção: essa medida se refere apenas à parte interna do berço e serve de referência para o colchão. Com a grade ou outros acessórios, o móvel pode ultrapassar o 1,50 m por 80 cm. Dado importante a se considerar, principalmente quando há pouco espaço disponível no quarto. Uma opção ligeiramente menor é o berço nacional, cujo padrão tem 1,30 m por 60 cm. “Quem procura berços com medidas específicas pode ainda encomendar uma peça sob medida”, recomenda a arquiteta Andréa Murao, de Taubaté, interior de São Paulo. A alternativa é comum em lojas especializadas.

Muitos berços possuem acessórios acoplados como cômoda, trocador, gaveteiro, armário. Há ainda os que viram mini-cama e os desmontáveis para viagem. Sistema anti-refluxo, diferentes níveis de estrado e grade móvel são outros diferenciais encontrados e valiosos.

2. Existe algum selo que garante a qualidade do berço?
Desde dezembro de 2012, os berços infantis são fabricados e importados somente atendendo aos requisitos aprovados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). Apenas berços de balanço ou de movimento pendular e berços utilizados para fins hospitalares estão isentos da certificação. Além disso, desde 21 de junho de 2014, o selo também passou a ser obrigatório para a comercialização do móvel. Para saber se o modelo escolhido é confiável, é imprescindível checar se a peça vem com manual de instalação com versão em português e instruções claras de como montá-la.

3. Quais critérios de segurança o berço deve seguir?
Algumas medidas são extremamente importantes. A grade lateral do berço deve ter no máximo um espaçamento de 6,5 cm para evitar que o bebê coloque a cabeça no vão. O Inmetro determina ainda que entre o estrado e as laterais do berço a distância não deve ultrapassar 2,5 cm. “Dessa forma, a criança não tem como prender as mãos ou pezinhos”, explica Gustavo Kuster, gerente do instituto. Outro ponto fundamental: a altura entre o estrado e a lateral do berço tem de ser, no mínimo, 60 centímetros. “Isso evita que o bebê consiga pular para fora do móvel, quando estiver maior”, diz.

Ingrid Stammer, coordenadora da ONG Criança Segura, alerta ainda para o cuidado com berços que contenham braçadeiras ou suportes. “A criança pode prender a roupa e se machucar”. Partes destacáveis ou pontiagudas, como as quinas do berço, também não são bem-vindas (prefira os modelos com quinas arredondadas). E atenção às rodinhas: se forem quatro (uma para cada pé do berço), é obrigatório um sistema de travamento em duas delas para garantir estabilidade.

4. Até que idade a criança deve dormir no berço?
Algumas já podem passar para a cama com grades laterais entre 1 ano e 1 ano e meio, outras permanecem no móvel até os 3 anos. Em relação aos berços desmontáveis para viagem, vale ficar atento à indicação impressa na embalagem. O pediatra Francisco Dutra, de São Paulo, lembra, no entanto, que a mudança para a cama depende, antes de tudo, de a criança já ter criado o hábito de dormir a noite inteira. “Do contrário, os pais correm o risco de receber o pequeno no seu quarto toda noite”, enfatiza.

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5. Por uma questão de tradição ou de economia, posso pegar emprestado o berço antigo de minha irmã ou adquirir um em loja de usados?
Não existe prazo de validade para móveis. No entanto, o bom senso dos pais é imprescindível nesta hora. “Berços fabricados há muitos anos podem estar fora do padrão de segurança atual”, explica Gustavo Kuster, do Inmetro. O importante é verificar as condições do produto, checando, por exemplo, se existem fiapos de madeira, tinta desbotando ou parafusos frouxos. Tudo isso precisa ser consertado se a intenção é realmente levar o berço.

6. E se eu mandar um marceneiro fazer o berço do meu filho?
Desde que todas as especificações de segurança sejam seguidas, não há problema. Para não se esquecer de nada, uma dica é imprimir as normas da ABNT e passar para o profissional. Vale atentar para o tipo de tinta utilizada na pintura do móvel. Ela não pode ser tóxica, ou seja, ter em sua composição metais pesados como o chumbo. Não se esqueça de verificar se a madeira utilizada na confecção está em bom estado, se os parafusos são novos e estão bem ajustados e se não existe nenhuma ponta ou fiapo que possam prejudicar a segurança do bebê.

7. Os berços desmontáveis podem ser usados no dia a dia? São seguros?
“Não vejo problema em usar esse tipo de berço em casa”, responde Francisco Dutra. O pediatra reforça apenas o cuidado na hora de guardar o produto, evitando acumular poeira ou umidade e dá uma dica: “os modelos com visor lateral permitem que a criança seja vigiada mais facilmente”.

8. Vale a pena comprar um berço com o sistema anti-refluxo?
O sistema anti-refluxo permite a elevação do colchão na cabeceira. Isso é ótimo para evitar a regurgitação, comum nos primeiros meses de vida do bebê. No entanto, ele não é imprescindível. “Se o bebê for diagnosticado com o problema do refluxo, os pais podem comprar um travesseiro específico para isso ou elevar os pés da cabeceira do berço em 30 graus”, explica o pediatra Francisco Dutra.

9. Além da segurança, o que mais levar em consideração na hora da compra?
O espaço disponível é um dos itens essenciais para a decisão. “Se o quarto é pequeno, vale investir em berços com cômodas, trocadores ou gaveteiros acoplados”, conta a arquiteta Andréa Murao, de Taubaté. Verifique também se é possível movimentar o berço sem dificuldade. Para isso, vale experimentar algumas manobras na loja. “Lembre-se de que muitas vezes ao abaixar a grade ajustável, por exemplo, você estará com um bebê no colo”, diz a especialista.

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10. Devo colocar o berço em algum lugar específico do quarto?
Não é aconselhável posicionar o móvel perto da janela. “A criança pode tentar pular quando ficar maior”, explica Ingrid Stammer, da ONG Criança Segura. O ideal é colocá-lo em um local de fácil acesso e que não atrapalhe a passagem. “Uma boa dica é deixar bem ao lado da poltrona de amamentação para simplificar a vida da mãe”, diz a arquiteta Andréa Murao.

11. Mosquiteiro faz mal para o bebê?
O acessório em si não representa perigo, mas pode servir para o acúmulo de sujeira e causar uma reação alérgica na criança. O pediatra Francisco Dutra alerta ainda para outro problema: se o mosquiteiro estiver ao alcance das mãos da criança, ela pode puxar a tela e se enrolar inteira. Por esse motivo, o especialista recomenda a substituição do artefato por telas contra mosquitos nas janelas.

12. Devo comprar protetor de berço?
O acessório que dá um charme ao móvel e para todo o quarto do bebê é motivo de polêmica. Para alguns especialistas, o enfeite é perigoso, pois pode provocar asfixia na criança. O pediatra Francisco Dutra também dispensa seu uso. “Para os recém-nascidos, não representa tanto perigo, mas quando a criança começa a ficar em pé por volta dos 6 meses, ela pode usar o protetor como degrau para pular do berço”, alerta.

13. Como escolher o colchão certo?
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos do Repouso, os colchões de berço (para pequenos de até 3 anos) devem ser de espuma e ter densidade 18. “O ideal é que ele acompanhe as curvaturas fisiológicas da criança”, orienta o ortopedista Douglas Russo, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. “E é importante usar o bom senso na hora da escolha do modelo”, complementa o especialista. Ou seja: o objeto não deve ser nem muito duro nem muito mole. Quando estiver mais crescida, a criança poderá dormir em um colchão com densidade um pouco maior, próximo aos 23 – valor recomendado para quem tem menos de 50 quilos.

14. A grade móvel representa um perigo para a criança?
Depende. Os pais não podem deixar o bebê no berço com a grade abaixada e devem regular a altura do estrado de acordo com o crescimento da criança. Na hora da compra, atente para a grade. “Ela deve ter um deslocamento simples para facilitar a vida da mãe e difícil o suficiente para que o bebê não consiga mexer nela sozinho”, alerta a arquiteta Andréa Murao.

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15. Existe berço para gêmeos?
Não. E, segundo o pediatra Francisco Dutra, os bebês não devem permanecer no mesmo móvel. “Há o risco de as crianças se enrolarem uma na outra, podendo causar um acidente”, diz. Deixá-los juntos pode ainda comprometer o conforto dos pequenos. O melhor é um berço para cada um. Falta espaço no quarto? A arquiteta Andréa Murao lembra que é possível encomendar berços menores e sob medida na maioria das lojas especializadas.

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