Sentimentos no pós-parto: o que é comum sentir e poucas pessoas falam

Entenda melhor seus sentimentos nessa fase tão complexa e saiba como lidar melhor com eles

Por Redação Pais e Filhos
3 jul 2025, 12h00
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 (Atipati Netiniyom / EyeEm/Getty Images)
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O período que sucede o nascimento de um filho ou filha representa uma verdadeira montanha-russa de emoções para as mulheres que acabaram de se tornar mães. Imediatamente após a chegada do pequeno ser, as significativas alterações físicas, aliadas às profundas transformações no âmbito psicológico, podem converter a rotina diária em um verdadeiro redemoinho de sensações diversas. Desde momentos de pura alegria, um contentamento intenso, até instantes de hesitação e de incerteza sobre o próprio papel, todas essas vivências emocionais são bastante comuns e compõem a fase de ajuste ao novo encargo de ser mãe. É um tempo de descobertas constantes e de adequação a uma realidade completamente nova e exigente. Compreender que este trajeto é repleto de detalhes é o primeiro passo para vivenciá-lo com maior tranquilidade.

Compreendendo a melancolia inicial e suas raízes

Após a vinda da criança, muitas genitoras atravessam uma etapa popularmente identificada como “baby blues”, caracterizada por variações momentâneas no estado de espírito. Sensações de tristeza, uma propensão ao choro fácil e uma sensibilidade acentuada são manifestações frequentes durante este intervalo. Tais modificações ocorrem por conta das oscilações hormonais intensas e da necessidade de adequação à nova programação de zelo com o recém-nascido. O corpo da mulher passa por uma série de reajustes biológicos que influenciam diretamente o humor, enquanto a mente se adapta à complexidade dos cuidados maternos. A notícia animadora é que, na grande maioria dos casos, essas reações emocionais são transitórias e tendem a se dissipar dentro de poucas semanas. É um processo natural do corpo e da mente se reajustarem ao pós-nascimento.

O desânimo transitório e quando buscar ajuda

Entre as vivências na fase após o parto, a melancolia se destaca como uma das mais presentes. Muitas mulheres se encontram chorando por razões que, à primeira vista, podem parecer de pouca relevância, como desafios para executar tarefas cotidianas ou a alteração súbita de sua rotina prévia. Essa modalidade de desânimo é completamente normal e esperada; contudo, torna-se fundamental estabelecer uma distinção clara entre essa melancolia passageira e a condição da depressão pós-parto, que é um estado de maior gravidade e que demanda auxílio médico especializado. Se o sentimento de tristeza persistir por um tempo prolongado ou se manifestar com maior intensidade, torna-se essencial procurar o suporte de um profissional de saúde qualificado. Reconhecer a necessidade de auxílio é um ato de autocuidado para a mãe e, consequentemente, para o bem-estar do bebê.

Os temores mais comuns das novas mães

É absolutamente natural que a chegada de um bebê traga consigo uma série de temores e incertezas. O receio de não conseguir cuidar da criança da forma adequada ou de não satisfazer plenamente suas necessidades básicas é uma apreensão bastante comum, especialmente nos estágios iniciais da maternidade. Esse tipo de medo tende a diminuir gradualmente à medida que a mãe adquire mais segurança em suas próprias capacidades e se familiariza com o dia a dia de cuidados com o pequeno ser. A prática diária e o desenvolvimento de novas habilidades contribuem para que a mulher se sinta mais competente e tranquila em seu novo papel. É importante recordar que o temor é uma reação inerente a qualquer situação nova e desconhecida, e que, com o transcorrer do tempo, as mulheres se tornam mais firmes e confiantes em suas atribuições maternas. A experiência e o aprendizado diário contribuem para essa segurança.

O encontro entre alegria e frustração

A felicidade, por sua vez, é uma das vivências mais profundas sentidas durante o período pós-parto. O nascimento de um filho representa, sem dúvida alguma, uma das maiores alegrias que a vida pode oferecer, e momentos como observar o pequeno sorrir ou segurar sua pequena mãozinha podem gerar uma alegria realmente indescritível. Essa satisfação plena preenche a alma e o coração da genitora. Porém, essa intensa satisfação pode coexistir simultaneamente com sentimentos de desapontamento e até mesmo de irritação, que podem surgir devido ao cansaço extremo acumulado ou a expectativas que não foram atendidas na prática. A realidade da maternidade, com suas demandas e desafios, pode ser diferente do idealizado.

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É importante compreender que esses sentimentos contraditórios são perfeitamente aceitáveis e fazem parte da experiência. A chave para navegar por essa complexidade reside na aceitação de que a fase que sucede o parto é um período de profunda readequação, e que é completamente compreensível sentir tanto a alegria quanto a frustração. Buscar suporte de outras mulheres que já passaram pela experiência da maternidade ou de profissionais da área da saúde pode ser um meio altamente eficaz para aliviar a sobrecarga emocional e encontrar um equilíbrio. O compartilhamento de experiências e o aconselhamento profissional oferecem um valioso amparo.

A ampliação da sensibilidade e as incertezas maternas

Outra particularidade frequente no puerpério é a hipersensibilidade. Muitas mulheres se sentem intensamente afetadas por acontecimentos externos, como informações lamentáveis ou cenários de grande pressão. Isso é um efeito direto das variações hormonais e da nova e imensa responsabilidade de zelar por um bebê. O organismo e a mente da mulher estão em um estado de maior vulnerabilidade, tornando-a mais suscetível a influências externas. É absolutamente esperado sentir-se mais frágil e vulnerável durante essa etapa de transição.

Além disso, a incerteza é uma sensação que se manifesta de forma recorrente. Muitas mães se questionam se estão fazendo as escolhas adequadas na criação de seus filhos ou se estão sendo mães suficientemente boas. Dúvidas frequentes que fazem parte do processo de adaptação à condição materna. É importante ter em mente que ser mãe é uma evolução contínua, um aprendizado constante que se desenvolve a cada dia, e a hesitação é uma componente inerente e natural desse caminho. A jornada da maternidade é única para cada uma, e as dúvidas fazem parte do crescimento.

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Caminhos para uma adaptação mais tranquila

A fase que se segue ao nascimento é marcada por inúmeras emoções e transformações significativas. É de extrema importância reconhecer que tudo isso faz parte integrante do processo de ajuste à nova vida. Identificar e acolher as vivências que emergem durante este período pode auxiliar a enfrentar as dificuldades com maior serenidade. Permita-se sentir e processar cada uma dessas sensações sem culpa ou julgamento. E, mais importante ainda, é procurar ajuda sempre que necessário, seja por meio de conversas com outras mães que compartilham experiências semelhantes ou com especialistas da área da saúde. O apoio de uma rede solidária pode fazer toda a diferença. Lembre-se que, ao zelar por si mesma, priorizando seu próprio bem-estar e saúde, a mulher também estará mais preparada e apta a dedicar o melhor cuidado ao seu bebê. O autocuidado não é um luxo, mas uma necessidade fundamental para o bem-estar de toda a família, pois uma mãe bem cuidada tem mais recursos para nutrir e amar seu filho.

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