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Sem solidão: 6 dicas para retomar a vida social após o parto

É até contraditório: depois de terem filhos, muitas mulheres se queixam de que se sentem sozinhas. Conversamos com uma psicóloga, que dá conselhos valiosos para retomar o pique e curtir da melhor forma essa nova fase.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 22 out 2016, 16h26 - Publicado em 19 jun 2015, 16h10

Ser mãe é uma mistura de sentimentos: amor, alegria, tensão e, também, solidão. Muitas vezes, a ansiedade que predomina ao longos dos nove meses de gravidez dá lugar a um vazio e à sensação de que ninguém, além da própria mamãe, compreende tudo isso. No entanto, por mais que só ela saiba o que está sentindo, contar com a ajuda de pessoas próximas é essencial nesse momento. E isso inclui o parceiro, os familiares, os amigos e – por que não? – ela mesma.

Para começar, entenda que é normal sentir uma melancolia logo depois que o bebê nasce – o nome disso é Baby Blues. “Trata-se de uma sensação de vazio, que faz sentido porque, até pouco tempo, essa mulher estava preenchida com o neném”, explica a psicóloga Pamela Magalhães, especialista no atendimento de casal e família, de São Paulo. Essa fase costuma durar de 15 a 20 dias e tem como causa a montanha-russa em que os hormônios se encontram após o parto. Vale lembrar que ela não tem nada a ver com a depressão pós-parto, quadro grave que costuma afetar mulheres que já tiveram a doença ou que têm propensão genética ao problema.

No entanto, mesmo passados esses primeiros dias, algumas mulheres continuam a se sentir sozinhas e desconfortáveis. “É uma dificuldade em administrar essa nova fase”, opina Pamela Magalhães. Misturado a isso, vem a vontade de curtir o bebê que chegou, de modo que toda a atenção se volta para o pequeno. O problema é que, nesse processo, muitas mães acabam esquecendo de si mesmas – e de todo mundo que está à sua volta. E aí, a solidão só piora. Para sair dessa situação, uma boa dica é retomar a vida social – o que não significa deixar o filhote de lado. Confira a seguir algumas dicas de como fazer isso.

1. Não se esqueça do parceiro

É natural que, no primeiro ano de vida do bebê, a mulher mergulhe no papel de mãe a ponto de esquecer que tem um marido ou um namorado. E isso também pode acontecer com o sexo oposto. Assim, com o foco de um dos dois (ou de ambos) todo voltado para o filho, a vida sexual e outros fatores importantes para a relação acabam sendo deixados de lado. “O problema é que, quando a mulher ou o homem se dá conta disso pode ser tarde demais”, avisa a psicóloga. Para fugir dessa situação, a dica da especialista é continuar a ter momentos a dois – um filme, um jantar ou qualquer outra atividade que ambos gostem de fazer juntos. “O filho não pode ser a razão da existência do casal. Ele tem que existir principalmente pela relação que existe ali”, diz Pamela.

2. Cultive as amizades

Ao ter um filho, fica difícil de fazer os mesmos programas daqueles amigos que ainda não se tornaram pais – principalmente nos primeiros meses do bebê, que demandam a presença constante da mãe. Mas saiba que é fundamental não se afastar dessas amizades. “Com a energia toda voltada para o filho, a mulher fica muito exigente e muito crítica consigo mesma. E ter uma vida social ajuda a aliviar tudo isso”, orienta Pamela Magalhães.

É claro que nem sempre será possível ir a determinados lugares ou mesmo levar o filhote junto. No entanto, não recuse todos os convites. Sempre que der, encontre as amigas ou faça um programa com os casais de amigos. E não se sinta culpada por isso! “Muitas mulheres precisam parar de pensar que só elas sabem cuidar dos filhos. Outras pessoas ao redor, como a mãe ou a sogra, podem tomar conta tão bem quanto elas”, diz a psicóloga de São Paulo. Isso não significa que você deve largar mão do seu bebê. Cuidar de si mesma fará um bem danado inclusive para ele.

3. Faça uma atividade física

Esse pode ser um bom passo para cuidar de você mesma e se distrair um pouco. “Ao praticar um exercício, ocorre a liberação de endorfina, hormônio responsável pela sensação de bem-estar. E isso impacta em vários âmbitos: no humor, na concentração, na ansiedade…”, esclarece Pamela. Outra dica é fazer atividades em grupo, que facilitam a socialização. Vale entrar na turma de corrida, de bicicleta ou até numa aula de dança! “Ter com quem dividir é sempre um dos melhores remédios contra a depressão”, garante a especialista.

4. Retome os seus hobbies

O que você sempre gostou de fazer? Pintar, nadar, escrever… Não importa: conforme o seu pequeno vai conquistando autonomia, é muito importante voltar a praticar as suas atividades preferidas. “É preciso resgatar aquilo que, durante a gravidez e os primeiros meses do bebê, a mulher acabou deixando um pouco de lado”, indica Pamela.

5. Cuide do seu corpo

É comum que a autoestima da mulher seja afetada após ganhar neném. Ora, foram tantas mudanças no corpo, na pele, no cabelo… Com isso, muitas acabam perdendo ainda mais a vontade de se relacionar com outras pessoas. Mas saiba que prestar atenção a todos esses aspectos pode ser uma boa dica para espantar o sentimento de solidão. “Quando eu cuido de mim, cuido também de quem está à minha volta, pois me sinto mais segura”, reflete Magalhães. Embora não seja possível aderir a tratamentos químicos durante a amamentação, fazer uma escova no cabelo ou entrar na academia são ótimas atitudes para levantar o astral.

6. Não tenha medo de voltar ao trabalho

Não há dúvidas de que, se fosse possível, as mães largariam tudo para se dedicar aos filhos. Ainda mais quando o período que elas têm para ficar exclusivamente com os pequenos após o parto é tão curto. Contudo, para  aquelas que enfrentam esse sentimento de solidão, retomar a rotina profissional pode ser uma boa. “É normal que essa mãe entre em contato com o sentimento de culpa e algumas resistências, mas aos poucos, ela vai lidando com isso”, analisa Pamela Magalhães. Se o seu trabalho é prazeroso e tem relevância na sua vida, voltar à ativa certamente não será de todo negativo. Até porque isso não vai impedir que você continue a ser uma boa mãe. “A criança precisa de qualidade e não de quantidade”, pontua a psicóloga. Em outras palavras, mesmo cuidando do seu filhote de manhã ou quando retornar do trabalho, você ainda será a melhor mãe do mundo para ele.

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