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Mitos e verdades sobre o sexo dos bebês

Fazer sexo na lua cheia favoreceria a gravidez de uma menina e permanecer deitada após a relação ajudaria na concepção de um menino. O que tem, de fato, fundamento? Saiba o que é falso e verdadeiro sobre as chances do bebê ser menino ou menina.

Por Giuliano Agmont (colaborador)
Atualizado em 26 out 2016, 11h46 - Publicado em 10 Maio 2015, 21h23
Creatas/Thinkstock/Getty Images
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Os espermatozoides é que determinam o sexo do bebê
Verdade. O espermatozoide é a célula sexual, ou gameta, do homem. Ele fecunda o óvulo da mulher e nesse processo define o sexo do bebê. Isso acontece por causa do chamado cromossomo, que carrega toda a informação genética de cada um de nós, como cor dos olhos, dos cabelos, tipo de pele etc. Os óvulos possuem apenas o cromossomo X, enquanto os espermatozoides podem ter cromossomo X ou Y. O cruzamento XX resulta em um embrião feminino, e o XY, em um masculino. 
 
Fazer sexo durante a lua cheia favorece o nascimento de uma menina
Mito. Não há o que justifique essa crendice popular. Até onde se sabe, pelo menos nos meios científicos, não há relação entre o sexo do bebê e o satélite natural da Terra.
 
Ter relação próxima da data da ovulação potencializa as chances de vir um menino
Verdade. O espermatozoide masculino, mais conhecido como Y, é mais rápido e menos resistente ao ambiente vaginal do que o feminino, também chamado X. Portanto, há fundamento na afirmação de que eles vão chegar primeiro ao óvulo se a relação sexual acontecer em um horário próximo daquele em que acontece a ovulação. Nesse caso, o segredo é saber o momento exato da ovulação. Isso é possível por meio de exames como o ultrassom e também pela temperatura basal da mulher – trata-se da temperatura corporal medida ao amanhecer, que se eleva ligeiramente quando se está ovulando. Mas essa técnica não oferece garantias, apenas aumenta as esperanças de ter um menino.
 
Fazer sexo dois dias antes da ovulação ajuda no nascimento de menina
Em termos. Existe fundamento nessa teoria, mas não é uma garantia. O espermatozoide, por assim dizer, feminino (ou X), tem uma maior sobrevida no corpo da mulher do que o masculino (ou Y). Por isso tem um potencial de fecundação de 48 horas. Ou seja, ele prevalece na disputa com o masculino, que chega primeiro, mas não encontra o óvulo e acaba morrendo antes do tempo. Nesse caso, é preciso identificar o momento exato da fecundação com exames de ultrassom ou monitoramento da temperatura basal para saber o dia da relação.
 
Permanecer deitada após a relação aumenta a chance de vir um menino
Mito. Quem defende essa técnica diz que o espermatozoide com o cromosso Y, por ser mais rápido, beneficia-se da posição horizontal do corpo da mulher, mas isso não interfere no seu deslocamento. Uma vez instalado, ele vai ter o mesmo comportamento, mesmo que a pessoa esteja em pé ou deitada.
 
Banhar a vagina com vinagre ou bicarbonato de sódio favorece a chegada de uma garota
Em termos. Existe base fisiológica para essa afirmação, mas nenhum médico vai indicar esse tratamento para sua paciente. O que se sabe é que um ambiente ácido será mais hostil para o espermatozoide masculino, o que beneficiaria o feminino. Mas não há nenhuma comprovação de que banhar a vagina com vinagre ou bicarbonato de sódio antes da relação favorecerá o nascimento de uma menina, além de ser uma prática pouco excitante para o casal.
 
A inseminação artificial pode garantir a escolha do sexo do filho
Em termos. Garantir, não, mas pode ajudar bastante. Na inseminação intrauterina, como também é chamada, especialistas preparam o esperma em laboratório e depois o injetam na vagina. Aqui o que se pode fazer é uma seleção de esperma para coletar mais gametas masculinos do que femininos, ou vice-versa. Nesse caso, a chance de sucesso pode chegar a 70%. Há técnicas ainda mais novas, como a citometria de fluxo, em fase experimental, que aumenta a precisão da escolha de espermatozoides. Porém, como são usados corantes, apesar de atingir 90% de certeza do sexo, os pesquisadores acreditam que ainda não há segurança para aplicá-la no dia a dia das clínicas de reprodução humana, pelo menos por enquanto.
 
A fertilização in vitro oferece 100% de garantia na escolha do sexo do bebê
Verdade. A sexagem, como é chamada a escolha do sexo da criança, tornou-se uma realidade nas clínicas de reprodução humana assistida. Depois da fertilização in vitro, em que a fecundação do espermatozoide no óvulo ocorre em laboratório, os especialistas conseguem identificar os embriões masculinos e femininos e só depositam os representantes de uma categoria ou outra no útero da mulher, conforme o que for decidido – eles fazem isso usando uma técnica chamada diagnóstico genético pré-implantação, ou PGD. Mas, no Brasil, os médicos só têm autorização do Conselho Federal de Medicina para utilizar esse método se houver risco de a criança desenvolver uma doença determinada pelo sexo, como hemofilia e daltonismo. Caso contrário, há uma taxativa proibição, sob pena de sanções éticas. Portanto, a sexagem só pode ocorrer por indicação médica. Se você tem três meninos e quer uma menina, não poderá contar com essa técnica. Além disso, aqueles que optam pela sexagem não podem descartar o embrião preterido, que precisará ficar congelado e acarretará custos para o casal.
 
Fontes
Médico Mário Cavagna, diretor do Departamento de Reprodução Humana do Hospital Pérola Byington e vice-presidente da Comissão de Reprodução Humana da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo);
Médico Gilberto da Costa Freitas, especialista em medicina reprodutiva e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana;
Médico Antônio Júlio Sales Barbosa, obstetra do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.

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