Continua após publicidade

Juliana Alves faz relato sobre parto normal: “Usar a dor a favor”

"É esse amor que te faz finalmente entender tudo… A dor parece insurportável, mas não é", afirmou a atriz.

Por Luísa Massa
Atualizado em 9 out 2017, 16h50 - Publicado em 9 out 2017, 16h17

No dia 22 de setembro, Juliana Alves deu à luz Yolanda, fruto do seu relacionamento com o diretor Ernani Nunes. Na data do nascimento, a assessoria de imprensa da artista revelou que a garotinha chegou ao mundo por meio de um parto normal, mas mamãe só foi falar sobre a questão na última sexta-feira, 06.

A atriz usou as redes sociais para publicar um vídeo do parto junto com um relato. Ela disse que contou com a presença de uma doula, que esteve o tempo todo do seu lado. “As contrações vieram muito intensas e confesso que me assustei um pouco. Não consegui pegar a minha roupa, a bolsa… Não consegui fazer mais nada”, revelou.

Ao chegar na maternidade, Juliana encontrou a obstetra que a acompanhou durante a gestação e foi recebida em um ambiente humanizado, como havia sido combinado. “Uma sala com banheira, o tal gancho que eu sabia que usaria no teto para puxar um pano enquanto fazia força, pouca luz, conversa prévia com o pediatra”, exemplificou a mãe.

View this post on Instagram

🙏❤️

A post shared by Ernani Nunes (@ernani_nunes) on

Com o passar do tempo, as contrações foram ficando mais intensas e em intervalos curtos e ela descreveu bem o que sentiu: “Minha consciência se dividia entre aquele espaço físico e um outro mundo onde eu precisava acessar para me concentrar no que importa e buscar forças”.

A atriz ressaltou que o apoio do marido, da equipe médica e da doula foram essenciais. Juliana testou várias posições diferentes e entendeu que era preciso usar a dor a seu favor. “É esse amor que te faz finalmente entender tudo… A dor parece insurportável, mas não é! Na hora que eu escutei: ‘já estamos vendo a cabecinha dela, Ju! Nossa, como ela é cabeluda! Vai ju’, eu fui de vez para a partolândia e não senti mais dor nenhuma”, escreveu.

A pequena chegou ao mundo com a música Iolanda de Chico Buarque, que inspirou os pais a darem o nome para a filha. Como combinado com a pediatra, ele a trouxe para os meus braços e eu tive finalmente a recompensa que minimizou todas aquelas horas de dor, que fez valer todos os meses e até anos de espera…Valeu cada minuto! Para sentir a pele dela encontrar meu colo e sua boca encontrar meu seio ainda com o cordão nos unindo! Ali ficamos unidas por um bom tempo!”, relembrou a atriz.

Continua após a publicidade

Assista ao vídeo:

 

Confira o relato na íntegra:

1 hora da manhã a bolsa estourou. Avisei a obstetra e a doula, que veio para a minha casa na intenção de fazer um trabalho de pré-parto com exercícios na bola, massagens, banho quente – o que fosse preciso para me preparar e para irmos para a maternidade apenas quando estivesse muito próximo do trabalho de parto ativo, o parto propriamente dito. Mas, no meu caso, não houve este tempo porque as contrações já vieram muito intensas e confesso que me assustei um pouco… Eu não consegui pegar a minha roupa, a bolsa, eu não consegui fazer mais nada. Meu marido pegou a minha roupa, a doula me ajudou a vestir enquanto ele colocava tudo as pressas no carro e fomos. Eu gritava a cada contração a caminho da maternidade –
em intervalos de menos de 5 minutos. Chegando lá, encontramos a nossa obstetra que já estava com tudo como combinado previamente, um plano de parto o mais humanizado possível dentro de uma maternidade (uma sala com banheira, o tal gancho que eu sabia que usaria no teto pra eu puxar um pano enquanto fazia força, pouca luz, conversa prévia com pediatra). E as minhas contrações foram se intensificando e os intervalos diminuindo. Eu não achava nenhuma posição menos dolorosa, não existia um jeito… A gente tinha que descobrir ali. Eu havia “aprendido” como respirar, mas na hora da dor intensa, parecia que eu não sabia nada. Como a minha doula Luciana havia avisado, eu entrei na “partolandia”, rs. E minha consciência se dividia entre a aquele espaço físico e um outro mundo onde eu precisava acessar para me concentrar no que importa e buscar forças.
Passaram-se horas de contrações fortíssimas e a minha obstetra Viviane me orientava como conduzir a respiração e como fazer a força certa para ajudar minha filha a descer… Era uma voz firme e segura que me chamava para a responsabilidade e me lembrava que “quem faz o parto sou eu”. Eu tinha que parir! Também tinha uma vozinha doce e fraternal, da assistente dela, que dizia como poesia: “Traz ela pra gente, traz a Yolanda. Traz, Ju!”. E minha doula Luciana, que cuidava para entender o que meu corpo pedia quando eu não conseguia ser clara com as palavras, e dizia com sua voz suave palavras de incentivo e cumplicidade e cuidava para a minha natureza permitir que tudo fluísse bem… Às vezes, quando um pensamento de dúvida se eu conseguiria vinha, ela chegava junto me lembrando que a força necessária para isso vem dessa minha natureza e que era muito importante deixar a natureza agir.
Já era de manhã, eu olhava pro relógio e parecia estar sonhando. Eu tinha uns “desmaios” de exaustão e nessa hora, o meu marido que desde o início estava super presente e participativo, começou a falar mais alto, me tocar mais e praticamente respirar junto comigo…
ERA PRECISO USAR A DOR A NOSSO FAVOR.
Fizemos diversas posições, na banheira, de cócoras, semi deitada, puxando pano amarrado no teto e, no final, pari com “mix de todas as posições” em uma engenharia muito louca e eficiente para mim, encontrada depois de horas e horas de trabalho intenso de parto!
Quando eu já tinha a dilatação necessária para a minha filha sair achava que não teria mais condições de suportar a dor das contrações e continuar a usar a força pra conduzi-la. Nessa hora, minha mão direita agarrava a blusa do Ernani, a esquerda agarrava uma barra e a mente agarrava o amor pela vida dela e o desejo de trazê-la ao mundo… E é esse amor que faz você finalmente entender tudo. A dor parece mesmo insuportável, mas não é!  Na hora que escutei “já estamos vendo a cabecinha dela, Ju! Nossa! Como ela é cabeluda! Vai Ju”, eu fui de vez pra “partolândia” e não senti mais nenhuma dor!  Entendi o que é USAR A DOR A FAVOR

(Alguém já tinha colocado nossa playlist pra tocar. E nessa hora, tocava a musica “Iolanda” versão “A Quatro Vozes”) .

Continua após a publicidade

Ernani se conseguiu se desgarrar do meu apertão e a médica liberou Yolanda e ele terminou de retirá-la.
Como combinado com a pediatra, ele a trouxe para os meus braços e eu tive finalmente a recompensa que minimizou todas aquelas horas de dor, fez valer todos os meses e até anos de espera. Valeu cada minuto para sentir a pele dela encontrar o meu colo e sua boca encontrar o meu seio ainda com o cordão nos unindo! Ali ficamos unidas por um bom tempo!
Nossa! Como seu grata a esta equipe liderada pela Dra. Viviane que me ajudou a realizar este sonho! Com muito respeito, carinho, cumplicidade, profissionalismo, humanidade e muito amor de todos.
E hoje minha admiração pelo companheiro que tenho aumentou. Pelas horas de prova de puro amor e dedicação dele no NOSSO trabalho de parto.

**Compartilho essa experiência e até me exponho mais do que o habitual porque acredito que assim posso encorajar outras mulheres a buscar mais informações para conseguirem ter uma experiência de parto mais humanizado e saudável para si e para seu bebê.
É claro que sem radicalismo. É importante avaliar cada caso e as necessidades de cada parto. Porque o mais importante é “nascer com amor” e nascer saudável!

 

 

Publicidade