Endometrite puerperal: como identificar e tratar a infecção pós-parto
A inflamação da parte interna do útero pode afetar o pós parto: conheça mais da condição e como tratá-la

Após o nascimento do bebê, a principal vontade das novas mães é desfrutar de cada instante com seu recém-nascido. No entanto, certas dificuldades de saúde podem aparecer. Uma situação possível é a inflamação da parte interna do útero, conhecida como endometrite do período puerperal. Essa condição, que é uma contaminação, tem o potencial de gerar incômodos e demanda intervenção médica. Embora possa parecer intimidante, a boa notícia é que, ao ser identificada rapidamente, essa perturbação é curada com sucesso. Com as intervenções apropriadas, o retorno ao bem-estar acontece de forma ágil e sem grandes poréns.
Entendendo as origens da infecção uterina no puerpério
A inflamação no endométrio surge quando agentes microbianos penetram a porção mais interna do órgão reprodutor feminino após o nascimento. Diversas circunstâncias podem levar a isso, mas algumas elevam consideravelmente a probabilidade.
Um dos maiores contribuintes é a realização de um procedimento cirúrgico para o nascimento, a cesariana. Nesses casos, o perigo de desenvolver a condição é de cinco a trinta vezes superior se comparado à modalidade de nascimento natural, pois a própria operação facilita o acesso de minúsculos seres vivos ao interior do órgão materno.
Outro ponto de atenção é quando a bolsa amniótica é rompida manualmente ou de forma induzida antes da hora certa, pois isso aumenta o risco de infecções. O uso de instrumentos como o fórceps durante o parto também pode abrir caminho para a entrada de bactérias. Além disso, se pedaços da placenta ficarem no útero após o parto, eles podem servir de ambiente para o crescimento de microrganismos. Infecções que já existiam na parte baixa do sistema reprodutivo, antes ou durante o parto, também facilitam que essas bactérias cheguem ao útero. Quando esses fatores acontecem juntos, deixam o útero mais vulnerável a infecções, sendo muito importante ter cuidados e acompanhamento médico no período após o nascimento.
Reconhecendo os indícios da inflamação uterina
Os primeiros indicativos da endometrite geralmente se manifestam alguns dias depois do nascimento. O sinal mais frequente observado é a elevação da temperatura corporal, conhecida como febre, que normalmente se inicia a partir do quinto dia. Contudo, outras manifestações podem apontar para a existência do problema:
- Uma sensação dolorosa aguda e concentrada no ventre, particularmente na região mais baixa do abdômen;
- Sensibilidade ao toque na área uterina, o que significa que a região do útero dói quando pressionada;
- Uma secreção vaginal com um cheiro desagradável, que pode exibir tons de amarelo ou verde;
- Perdas sanguíneas fora do padrão esperado, capazes de serem mais volumosas e persistentes do que o normal;
- Uma sensação de fadiga generalizada, com um esgotamento além do comum e falta de energia;
- A falha do útero em retornar ao seu tamanho pré-gravidez no tempo adequado, processo chamado de subinvolução uterina, onde o órgão leva mais tempo para se reduzir;
- Dor ao toque no colo uterino, identificada durante avaliações clínicas.
Caso qualquer um desses sinais se apresente, é muito importante procurar assistência de um profissional da saúde, rápido. A confirmação da condição pode ser feita através de análises clínicas e, em certas circunstâncias, por meio de um exame de ultrassom pélvico, que permite identificar evidências de processo inflamatório, como pus ou acúmulos de sangue.
Caminhos para a recuperação da saúde uterina
É reconfortante saber que a infecção interna do útero possui um plano de cura eficiente. A fase inicial da terapia envolve a aplicação de medicamentos que combatem microrganismos, conhecidos como agentes antimicrobianos. Estes podem ser administrados de duas maneiras, sempre sob a orientação e supervisão de um especialista em saúde:
- Por via oral, para as ocorrências de menor gravidade;
- Diretamente na veia, para as contaminações de intensidade média a severa, proporcionando um efeito mais rápido.
A maioria dos indivíduos que iniciam essa abordagem terapêutica começa a perceber uma melhora notável em até três dias a partir do começo da medicação. Contudo, se a raiz do problema for a presença de fragmentos remanescentes da placenta ou qualquer objeto estranho alojado no órgão, pode ser indispensável uma intervenção cirúrgica ou procedimento clínico para retirar esses elementos e impedir que a contaminação continue ativa. Em circunstâncias menos frequentes, se a doença não reagir satisfatoriamente à terapia inicial, pode-se tornar imperativa a hospitalização da paciente para observação constante e a administração dos medicamentos antimicrobianos diretamente na circulação sanguínea.
Medidas protetoras para um pós-parto tranquilo
Adotar uma postura de cuidado preventivo é sempre a escolha mais acertada. Certas estratégias podem diminuir a possibilidade de o desenvolvimento dessa contaminação, especialmente para aquelas que passaram por um parto cirúrgico ou enfrentaram desafios durante o nascimento:
- A administração de medicamentos antimicrobianos profiláticos durante as cirurgias de cesariana, o que ajuda a limitar o crescimento descontrolado de microrganismos;
- A extração meticulosa do tecido placentário, assegurando que nenhum fragmento permaneça no órgão reprodutor;
- A prevenção de procedimentos obstétricos que não sejam estritamente necessários durante o processo de nascimento, como a realização excessiva de exames internos;
- Um acompanhamento intensivo na fase pós-nascimento, visando detectar qualquer indicativo precoce de contaminação;
- Zelar pela limpeza e assepsia das áreas íntimas, particularmente nos dias iniciais subsequentes à chegada do bebê.
É muito importante manter o acompanhamento médico depois do parto para garantir uma recuperação tranquila e segura. A infecção no útero após o nascimento pode assustar, mas costuma ter bom tratamento quando os sinais são reconhecidos cedo e a ajuda certa é buscada a tempo. Ficar atenta aos sinais do seu corpo e fazer consultas de rotina com profissionais de saúde são passos essenciais para um pós-parto saudável. Se algo parecer fora do normal, procure orientação médica o quanto antes. Com os cuidados certos, esse momento especial pode ser vivido com mais calma, saúde e bem-estar.