Bebês prematuros também podem se beneficiar do parto natural: entenda o motivo
Entenda mais sobre o parto prematuro e estudo que avalia condições deste tipo de procedimento

Um novo estudo revelou que o parto natural pode trazer benefícios importantes até mesmo para bebês prematuros. Pesquisadores identificaram que a cesárea pode influenciar no desenvolvimento pulmonar dos recém-nascidos, aumentando o risco de problemas respiratórios.
A pesquisa, conduzida pela escola de medicina Johns Hopkins, nos Estados Unidos, analisou 2.560 bebês nascidos prematuramente e com tamanho abaixo do esperado durante a gestação. Os resultados apontaram que aqueles que nasceram por cesárea antes da 34ª semana tinham 30% mais chances de desenvolver síndrome do desconforto respiratório em comparação aos bebês que nasceram de parto normal no mesmo período gestacional.
Por que a cesárea pode afetar a respiração do bebê?
O parto natural envolve um processo fisiológico que ajuda a preparar o bebê para respirar fora do útero. Durante o trabalho de parto, ocorrem contrações que estimulam a liberação de hormônios e auxiliam na eliminação do líquido presente nos pulmões do bebê. Esse processo contribui para que os pulmões funcionem melhor após o nascimento.
No caso da cesárea, principalmente quando realizada antes da 34ª semana, esse estímulo pode não acontecer da mesma forma, deixando os pulmões do bebê menos preparados para a respiração. Isso aumenta o risco de síndrome do desconforto respiratório, uma condição que pode exigir suporte ventilatório nos primeiros dias de vida.
O impacto do parto prematuro na saúde do bebê
O parto prematuro, que ocorre antes da 37ª semana de gestação, é uma das principais causas de complicações e mortalidade neonatal. Estima-se que cerca de um milhão de bebês morram anualmente em todo o mundo por nascerem antes do tempo.
Mesmo os que sobrevivem podem enfrentar desafios ao longo da vida, como:
- Problemas respiratórios crônicos
- Dificuldades de aprendizado
- Atrasos no desenvolvimento neurológico
- Maior risco de doenças cardíacas na vida adulta
Essas complicações reforçam a importância de permitir que a gravidez se desenvolva até o final, sempre que possível.
A recomendação para evitar partos prematuros desnecessários
A organização March of Dimes, que atua na pesquisa e prevenção de partos prematuros, recomenda que, quando a gestação ocorre sem complicações que exijam um parto antecipado, a mãe espere pelo trabalho de parto natural ou pelo menos até a 39ª semana de gravidez.
Muitos órgãos, incluindo pulmões e cérebro, continuam se desenvolvendo até esse período. Um parto precoce pode impedir que o bebê tenha o amadurecimento necessário para enfrentar os desafios da vida fora do útero.
O que considerar na escolha do tipo de parto?
Cada gestação é única, e a decisão entre parto normal e cesárea deve ser tomada com base na saúde da mãe e do bebê. Em alguns casos, a cesárea é indispensável para evitar riscos graves. No entanto, quando não há indicação médica, permitir que o parto ocorra naturalmente pode trazer benefícios para o recém-nascido, especialmente em relação à saúde pulmonar.
O acompanhamento médico durante toda a gravidez é essencial para avaliar os riscos e tomar a melhor decisão para mãe e bebê.