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“A volta ao trabalho e o sentimento de culpa”

O fim da licença-maternidade é um momento complicado para a maioria das mulheres. Conheça a história de uma mãe que enfrentou alguns dilemas, mas decidiu voltar para o emprego.

Por Luísa Massa
Atualizado em 26 out 2016, 11h38 - Publicado em 22 set 2015, 17h38

Tatiane Junqueira, 39 anos, é mãe da Júlia, de 1 ano e 7 meses e idealizadora do Instagram Eu e Meu Bebê. Aqui, ela fala sobre as dúvidas que surgiram com a volta ao trabalho.

“Sou uma pessoa bem resolvida e sempre soube que voltaria ao trabalho depois da licença-maternidade (fiquei sete meses em casa com a minha filha). Mas quando chegou a hora de voltar e cortar o “cordão umbilical” percebi que não seria nada fácil. Junto com a volta ao emprego, inevitavelmente, veio o sentimento de culpa, que persegue as mães a todo o momento.

Sofrendo por antecedência, dois meses antes de a licença acabar, eu já estava chorando pela casa. Quando visitei a primeira escola, também fiquei muito apreensiva e pensei: “como eu vou deixar a minha filha com pessoas que não a conhecem em um ambiente que é estranho para ela?”. Muitas dúvidas e temores passavam pela minha cabeça e a culpa só aumentava.

Visitei praticamente todas as escolas da minha cidade em busca de uma que me agradasse. Graças a Deus encontrei uma bem bacana, que acolheu a mim e a minha pequena da melhor forma. Fiquei com ela no início e em uma semana a Júlia já estava adaptada. Deu tudo certo!

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Com o coração na mão, quinze dias depois, voltei ao trabalho. Lembro que eu só chorava na noite anterior ao retorno e o meu marido não sabia mais como me consolar. Eu me culpava o tempo todo, mas não podia abandonar a minha carreira, não havia essa alternativa.

Depois do primeiro mês, as coisas deram uma acalmada e a rotina foi se ajustando. Mesmo assim, a culpa ainda estava lá, guardada. De tempos em tempos, esse sentimento aparecia e me atormentava. Até que um dia eu decidi que não seria mais refém disso e falei para mim mesma: “você quer ser feliz ou viver se culpando eternamente?”. Naquela hora, eu percebi que teria que decidir: ou eu pedia demissão ou continuava trabalhando, mas com a alma em paz.

A partir disso, escolhi que eu continuaria trabalhando, pois se não ficasse no meu emprego, com certeza iria arrumar outra coisa. Fiz o exame de consciência porque a decisão estava em minhas mãos e dependia somente de mim. A Júlia estava quase completando oito meses e, mesmo que eu não estivesse trabalhando fora, eu a colocaria na escola – nem que se fosse por meio período. Meu trabalho me permite ter certa flexibilidade de horários e até mesmo dias de home office – quando eu faço o serviço de casa. Estou em uma excelente empresa e isso também faz com que eu me sinta realizada!

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Desde então, tenho dado o meu melhor como esposa, mãe e profissional. Tenho o coração tranquilo e não tenho dúvidas de que estou no caminho certo. Quando os filhos são pequenos, eles precisam de muita atenção e cuidado. Acredito que independentemente do tipo de emprego que a mãe tenha – seja trabalhando fora ou em casa – é importante aprender a organizar e a administrar o tempo da melhor maneira.

Para mim, também é muito importante poder contar com pessoas queridas. O meu marido é o meu grande parceiro. Ele sabe que a Júlia é nossa responsabilidade, então, faz a sua parte muito bem feita. Além disso, tenho o apoio da minha irmã, da minha sogra e também da minha secretária do lar – sinto imensa gratidão por elas! Dizem que tempo é dinheiro, mas, para mim, tempo é qualidade de vida. Se tem uma coisa que a maternidade me ensinou e que eu priorizo é tempo de qualidade para gastar com quem realmente importa: minha família!”

 

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