85% das mães enfrentam incontinência após o parto

Descubra como buscar ajuda em uma condição tão comum do pós-parto

Por Redação Pais e Filhos
8 jul 2025, 07h00
mulher banheiro xixi
Close up of woman on toilet in morning (gpointstudio/Reprodução)
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A chegada de um novo serzinho é uma etapa incrivelmente transformadora na vida de qualquer mulher. Contudo, essa experiência maravilhosa pode vir acompanhada de desafios inesperados, e um deles, infelizmente bastante comum, é a dificuldade em controlar a bexiga. Imagine que uma pesquisa recente indicou que uma grande parcela, 85% das novas mamães, enfrentam escapes indesejados de urina após o parto. O mais surpreendente é que, apesar da alta ocorrência, somente cerca de 15% delas recebem qualquer tipo de auxílio ou orientação para lidar com essa condição.

É fundamental conversarmos abertamente sobre este tema, que afeta o bem-estar físico e o equilíbrio emocional de tantas mulheres. Compreender os motivos pelos quais isso acontece, as consequências para o dia a dia e, principalmente, as alternativas disponíveis para superá-lo é o primeiro passo para retomar a plenitude de sua vida.

Por que acontecem as perdas involuntárias de urina?

Durante o período da gestação e, especialmente, no momento do nascimento do bebê, a área da pelve passa por uma pressão significativa. Essa pressão afeta diretamente os grupos musculares e os nervos que formam o assoalho pélvico, que são fundamentais para o suporte dos órgãos internos e para o adequado funcionamento da bexiga. O resultado pode ser uma dificuldade em reter o líquido, levando a escapes acidentais, especialmente ao realizar movimentos simples como tossir, espirrar, gargalhar ou fazer algum tipo de esforço físico.

Muitas pessoas tendem a pensar que essa condição é uma parte “normal” do processo pós-nascimento e que ela simplesmente desaparecerá com o passar do tempo. No entanto, é importante saber que, sem a intervenção profissional adequada, esses sintomas podem persistir por muitos anos. Não é algo para simplesmente aguardar que se resolva sozinho.

A perda involuntária de urina é um incômodo que pode atingir diversas esferas da existência de uma mulher, desde sua saúde mental até suas relações sociais e a intimidade com o parceiro.

Bem-estar emocional

Um levantamento demonstrou que a vasta maioria, 71% das mulheres que convivem com essa situação, relatam sentimentos de apreensão, tensão e uma notável falta de confiança. Além disso, uma parcela significativa, 27%, manifesta constrangimento, 23,6% experimentam níveis elevados de preocupação, e 13% podem desenvolver um quadro depressivo. A constante apreensão de ter uma perda urinária em locais públicos tem o potencial de minar a autoestima e intensificar os desafios já presentes no período que sucede o parto.

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Vida social e atividades rotineiras

Cerca de dois terços das pessoas impactadas por essa condição evitam compromissos sociais e diminuem sua participação em atividades que antes faziam parte de sua rotina. O receio de não encontrar um sanitário rapidamente ou de experimentar perdas incontroláveis pode gerar um sentimento de isolamento social.

Até mesmo a prática de atividades físicas é prejudicada. Estudos revelam que quase metade das mulheres deixam de praticar exercícios como vôlei e tênis por causa dos sintomas que acompanham a dificuldade de controlar a urina após o nascimento dos filhos.

Qualidade de sono e relações íntimas

A necessidade frequente de ir ao banheiro durante a noite pode comprometer a qualidade do sono, resultando em um aumento da fadiga diária. Adicionalmente, essa condição também pode influenciar a vida sexual, diminuindo o prazer e, em algumas situações, levando à evitação do contato íntimo devido ao desconforto e à insegurança que a acompanham.

Conheça os diferentes tipos de perda urinária pós-parto

Existem duas formas principais pelas quais a dificuldade em controlar a urina pode se manifestar após o parto:

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  • Perda urinária de esforço: este tipo ocorre quando ações como tossir, espirrar, rir ou praticar exercícios físicos resultam em vazamentos de urina. Isso se deve à pressão exercida sobre o abdômen.
  • Perda urinária de urgência: caracteriza-se por uma necessidade súbita e incontrolável de urinar, que leva a escapes antes que a pessoa consiga chegar ao sanitário.

A luz no fim do túnel: as soluções disponíveis

A boa notícia é que a perda de urina após o parto tem tratamento! Procurar o auxílio de um profissional pode trazer uma melhora significativa na qualidade de vida.

Terapia do assoalho pélvico

A fisioterapia direcionada à região pélvica é uma das abordagens mais recomendadas. O objetivo é fortalecer ou, em alguns casos, relaxar os músculos dessa área, dependendo da necessidade de cada paciente.

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  • Para músculos enfraquecidos: exercícios específicos, como os conhecidos como Kegels, são excelentes para aumentar a força da musculatura e aprimorar o controle da bexiga.
  • Para músculos tensionados: atividades como ioga, alongamentos e diferentes técnicas de respiração podem ser muito úteis para relaxar a região e aliviar os incômodos.

Adaptações no estilo de vida

Aspectos como a postura corporal, o padrão de respiração e os hábitos relacionados à ida ao banheiro também têm influência na condição. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença, como evitar ir ao banheiro “por precaução” (apenas para garantir), manter uma hidratação adequada ao longo do dia e incorporar exercícios que fortaleçam o core (a musculatura central do corpo).

A importância de buscar tratamento

Ignorar a perda de urina após o parto pode acarretar complicações que se estendem por um longo período. Um estudo revelou que a grande maioria, 91% das pessoas que apresentavam os sintomas de dificuldade em controlar a urina 12 semanas após o nascimento do bebê, ainda sofriam com os vazamentos 12 anos depois, caso não tivessem procurado nenhum tipo de cuidado.

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É essencial compreender que a perda urinária não precisa ser um fardo permanente em sua vida. Com o acompanhamento apropriado, é totalmente possível recuperar o domínio sobre a bexiga, elevar a autoestima e retomar uma existência vibrante e cheia de confiança. Não hesite em procurar auxílio!

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