Por que alguns homens também sentem os sintomas da gravidez?

“Gravidez solidária” existe mesmo e tem até nome, mas ainda não há consenso sobre o que causa a síndrome de Couvade. A boa notícia: não é doença

Por Maurício Brum
31 dez 2024, 07h00
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Sintomas podem envolver desde os enjoos matinais até as dores do parto (Freepik/Reprodução)
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Quem está grávida é a companheira, mas o pai começa a sentir sintomas típicos de uma gestação. Se você não viveu isso em primeira mão, talvez já tenha ouvido essa história – e ela não tem nada de lenda. Acontece mesmo, e tem até nome: alguns homens acabam “sentindo” a gravidez como se carregassem o bebê também, algo conhecido como síndrome de Couvade.

Apesar do “síndrome” no nome, não se trata de uma doença nem de um transtorno psiquiátrico com algum tipo de tratamento. Quando o Couvade aparece, podem ocorrer enjoos matinais, desejos por alimentos inusitados, aumento de peso sem explicação aparente e, em alguns casos, até mesmo sentir dores como as da mulher em trabalho de parto.

O que causa os sintomas?

Não se sabe exatamente por que alguns homens – as estimativas oscilam entre 10% e 25% – acabam vivenciando os sintomas da gestação tipicamente associados à experiência feminina. Até o momento, o conhecimento científico não aponta um consenso.

Alguns sugerem uma influência hormonal, uma resposta psicossomática ou simplesmente uma reação mediada por questões sociais e culturais. Estas últimas teriam relação com uma espécie de empatia com a companheira (por isso, um nome alternativo do Couvade é “gravidez solidária”) – e às próprias tensões e incertezas do homem em relação à paternidade iminente.

No entanto, não parece haver qualquer razão patológica, seja física ou psiquiátrica, para os sintomas “solidários” surgirem.

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Como tratar?

Por não ser considerada uma doença e não possuir uma explicação clara em termos biológicos ou psiquiátricos, o Couvade não possui tratamento específico. Os sintomas normalmente cessam após o fim da gestação, caso não tenham desaparecido antes.

Mas, embora os sintomas não exijam uma grande preocupação de saúde, isso não quer dizer que eles devam ser negligenciados. Como parece haver uma importante resposta emocional associada à “síndrome”, é importante que o homem se abra a respeito de como está se sentindo durante a gestação. Vale também se aconselhar com um profissional de saúde sobre a necessidade de investigar alterações no corpo que não necessariamente estão relacionadas a uma gravidez solidária.

E, se os sintomas persistirem mesmo após o parto, deve-se procurar acompanhamento médico e realizar os exames indicados para entender a causa dessas alterações.

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